quarta-feira, 29 de julho de 2015

Crítica - Magic Mike XXL

 
O primeiro Magic Mike (2012) era basicamente uma versão masculina e melhor dirigida de Striptease (1996), mas que caía no erro de se levar mais a sério do que deveria, além de escolhas de casting equivocadas, que colocava em papéis de destaque atores que não davam conta do recado. Já este Magic Mike XXL assume tranquilamente seu caráter de exploitation, sabendo que o público que irá pagar para ver o filme não entrará na sala de cinema buscando um drama shakespeariano e sim os atores dançando sem roupa e, assim, traz uma narrativa mais simples que facilita o encadeamento das performances.
 
A história se passa três anos depois do primeiro filme e Mike (Channing Tatum) agora vive de sua empresa de móveis customizados, mas quando seus amigos lhe avisam que Dallas (Matthew McConaughey) e Kid (Alex Pettyfer) foram para a China e lhe convidam para uma última turnê rumo a uma convenção de strippers, Mike decide cair na estrada com os remanescentes "Reis de Tampa" para tentar resolver suas angústias pessoais.

O uso do formato de "road movie" simplifica a narrativa e elimina a necessidade de um arco dramático mais centralizado e definido, já que passamos a acompanhar os percalços da trupe para chegar na referida convenção, facilitando o encadeamento das performances de dança, já que a cada parada há uma ou mais danças. Não que isso signifique que os personagens fiquem em segundo plano, na verdade é um pouco do contrário. Se o primeiro filme era focado quase que inteiramente em Mike e Kid, esse dá mais destaque ao restante do grupo, o que é ótimo, visto que Kid, com a atuação apática e caricatural de Pettyfer, era o menos interessante do grupo de dançarinos.

Tudo bem que nenhum deles se revela como indivíduos complexos e exibem motivações simples e clichês, como abrir um negócio ou encontrar um relacionamento, mas os personagens são bem defendidos por seus atores, como a cena em que Tarzan (Kevin Nash) diz que teria largado sem problemas seu estilo de vida para ter uma esposa e filhos, mas que seu tempo passou e agora é tarde demais para formar uma família e, apesar de bater em teclas familiares, o ator consegue nos convencer da verdade de sua tristeza e amargura.  Do mesmo modo, os atores estabelecem um clima genuíno de camaradagem entre os personagens, estabelecendo de modo crível os laços que unem esse grupo de desajustados. Além dos mesmos dançarinos, temos a adição de Rome (Jada Pinkett Smith), que entra no lugar de Dallas como mestre de cerimônias do show, e Smith traz a intensidade e malemolência que se espera de alguém como Rome.

Claro que nada disso adiantaria se as danças não funcionassem, já que o filme aposta todas as suas fichas nessas cenas (inclusive sacrificando a narrativa, como foi dito anteriormente), mas elas são bem realizadas, bem coreografadas e cheias de energia. Algumas delas inclusive são surpreendentemente hilárias como aquela em que Richie Bem Dotado (Joe Mangianello) dança em uma loja de conveniência ou o momento em que o sisudo Tarzan tenta dançar Vogue de Madonna.

Deste modo, mesmo sendo superficial e lotado de clichês, Magic Mike XXL acerta ao não se levar a sério e focar nos seus números de dança e na amizade dos protagonistas.

Nota: 6/10

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