terça-feira, 4 de outubro de 2016

Crítica - A Maldição da Floresta

The Hallows Crítica


Crítica The Hallows
Filmes de terror costumam lançar mão de julgamentos morais sobre seus personagens. A franquia Pânico brincava com isso, lembrando que transar ou usar drogas em um filme de terror era morte certa. Este A Maldição da Floresta também traz noções de moral para seu filme e elas são bem simples: se mexer com a natureza, a natureza mexe com você.

O conservacionista Adam (Joseph Mawle) aceita um trabalho no interior da Irlanda para realizar uma pesquisa em uma floresta. Ele vai para lá com sua esposa Clare (Bojana Novakovic) e seu filho ainda bebê na esperança de começar uma nova vida, mas o povo do local não vê com bons olhos seu trabalho na floresta, crendo que a presença de Adam irá chamar a atenção de criaturas que vivem ali.

A trama começa devagar dando pequenos indícios de que há algo errado naquele lugar, como o morto que Adam encontra no início ou os barulhos noturnos que acometem os arredores da casa, tudo indica que há algo muito errado ali. Inicialmente fica ambíguo se é a população local que está tentando assustá-los ou se realmente existe uma ameaça sobrenatural, algo que só fica claro no terço final. Apesar de necessária, toda a construção inicial soa lenta e morosa demais, principalmente se considerarmos que o filme só tem certa de 95 minutos.

A partir do momento em que Adam fica preso no carro é que as coisas começam a tomar um rumo e a trama consegue criar um clima de tensão e medo constante, já que não sabemos exatamente o que são aquelas criaturas, como os personagens podem combatê-las (se é que podem) ou mesmo o que elas quem. O filme consegue ainda criar algumas imagens bastante grotescas, como o fungo que tenta "picar" o olho de Clare e o bom trabalho de maquiagem ao mostrar a transformação de Adam quando ele é infectado (por sinal o fungo cordyceps realmente existe e além de servir de inspiração para este filme também inspirou o game The Last of Us). Em alguns momentos os efeitos especiais soam um pouco toscos, mas no geral as criaturas convencem e o filme nos deixa apreensivos em muitos momentos.

Os personagens, no entanto, são bem unidimensionais e sem traços marcantes. Nesse sentido o bebê acaba servindo de muleta afetiva, já que ninguém com um mínimo de empatia ou humanidade vai querer que um bebê seja devorado por monstros e só por causa dele eu temi pelo que poderia acontecer com os personagens (afinal, o bebê não se salvaria sozinho). É eficiente, mas por outro lado, soa como um expediente manipulativo (os realizadores esperam que você tema pelo bebê) para compensar o vazio na construção dos personagens.

De todo modo, A Maldição da Floresta consegue ser eficiente em criar um clima de temor e apreensão ainda que tenha alguns problemas de ritmo e personagens pouco interessantes.

Nota: 6/10


Trailer:

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