Curioso para saber o que sua babá
faz depois que ele vai dormir, o garoto Cole (Judah Lewis) decide ficar
acordado. Depois de um tempo ele desce de seu quarto e encontra sua babá, Bee
(Samantha Weaving), recebendo alguns colegas na sala de sua casa. Parece uma
festinha adolescente, com direito à brincadeira do "verdade ou
desafio", mas as coisas dão uma guinada inesperada quando Bee esfaqueia um
dos colegas. A babá e os amigos na verdade estavam ali para realizar um ritual
satânico. É com essa premissa que inicia este A Babá, que podia ser um típico filme de terror, mas acaba se
voltando mais para a comédia.
O filme investe no senso de
absurdo e nas brincadeiras com as convenções de filmes de terror adolescentes
como Sexta Feira 13 ou A Hora do Pesadelo. Os personagens são
claramente caricaturas de arquétipos tradicionais como o atleta sempre sem
camisa vivido por Robbie Amell, a líder de torcida burra e fútil interpretada
por Bella Thorne ou a gótica trevosa de Hana Mae Lee. Os atores abraçam esses
estereótipos entregando atuações cheias de exagero e canastrice que servem bem
aos propósitos cômicos do filme.
Igualmente divertidas são as
muitas mortes que ocorrem ao longo da trama. Com uma ultraviolência cartunesca
na qual dar uma facada em alguém transforma sua cabeça em um chafariz de sangue
ou um tiro de escopeta faz a cabeça de alguém explodir em mil pedaços. Algumas
mortes divertem também por serem inesperadas, como a cena em que eles enfrentam
a polícia ou quando um personagem cai do alto de uma escada em cima de um
troféu.
Por outro lado, as vezes em que a
fita tenta criar suspense ou terror raramente funcionam. Na maioria das vezes
recorre aos mesmos sustos súbitos com closes
no rosto de Cole seguidos de uma música cheia de gravidade. Também falham
em criar tensão pelo fato de Cole ser o único em cena sendo perseguido pelos
adolescentes satanistas e sabemos que ele não será morto, afinal se isso
acontecesse o filme simplesmente acabaria.
A narrativa, como muitos filmes
de terror com personagens adolescentes, serve como uma grande metáfora para o
amadurecimento de Cole, obrigando o personagem a lidar com seus medos, se
tornar independente e assumir seus sentimentos. Nesse sentido não oferece nada
que filmes similares já não tenham feito, não exibindo nenhum esforço para
brincar com esses lugares comuns tal qual fez com os arquétipos de personagens
colegiais nos jovens cultistas.
A Babá pode não trazer nenhuma novidade em sua mistura de terror e
comédia, mas é engraçado o bastante para funcionar como um passatempo
despretensioso.
Nota: 5/10
Obs: Há uma cena adicional no fim dos créditos.
Trailer
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