Narrativas sobre famílias
excêntricas ou filhos com problemas com seus pais são bastante comuns. É fácil
compreender o apelo desse tipo de obra, afinal todos identificamos
comportamentos esquisitos e excêntricos em nossos familiares ou temos problemas
em lidar com nossos genitores. Ainda assim este Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe consegue funcionar para além
dos lugares comuns graças ao olhar sensível de Noah Baumbach e pelo
encantamento de seus personagens.
A trama é centrada na figura do
patriarca Harold (Dustin Hoffman), um professor de arte e escultor aposentado
que tenta se manter relevante no mundo da arte. Ao seu redor gravitam seus três
filhos: Danny (Adam Sandler), Matt (Ben Stiller) e Jean (Elizabeth Marvel),
cada um deles com diferentes problemas com o pai.
Dustin Hoffman é ótimo como o
patriarca turrão e mal humorado. Sempre irritado com algo e lançando
"protestos" sobre coisas irrelevantes que lhe causam um incômodo
desproporcional e criando confusão por causa disso, sendo um sujeito igualmente
fascinante, divertido e insuportável. Assim, é possível compreender o motivo
dos filhos constantemente desejarem sua proximidade e aprovação apesar de
Harold estar constantemente menosprezando-os ou fazendo escândalos perto deles.
Adam Sandler faz o mesmo tipo de
perdedor passivo-agressivo prestes a perder o controle que costuma fazer nas
"comédias" que produz, mas se em seus filmes ele nunca consegue ir
além de uma caricatura rasa e intragável aqui o texto e a direção de Baumbach
consegue dar a Sandler material suficiente para que seu personagem soe como um
ser humano de verdade. O trabalho de Sandler sentir os anos de frustração
acumulada do personagem e como o desejo dele em ser aceito pelo pai minou sua
autoestima, mas não deixa de exibir um claro afeto pela filha Eliza (Grace Van
Patten) e pela própria família.
O restante do elenco é igualmente
competente. Ben Stiller vive Matthew, um contador que a despeito do sucesso
financeiro permanece infeliz e frustrado por não ter a aprovação do pai e aliena
seu filho da mesma forma que Harold fez com ele. Emma Thompson diverte como a
esposa riponga e alcoólatra de Harold com maneirismos largados e culinária
exótica, servindo pratos como tubarão e pombo. Adam Driver tem uma pequena, mas
engraçada ponta como um artista financeiramente irresponsável.
O roteiro acerta na criação de
situações que ressaltam tanto o lado excêntrico da família como a ligação que
tem uns com os outros. Do almoço de Matthew com Harold, passando pelos diálogos
dos três irmãos com os médicos e enfermeiros de um hospital, tudo é repleto de
bom humor e calor humano. Acerta também em situações de maior peso emocional,
em especial nos discursos de Danny e Matthew na exposição de Harold, no qual os
personagens se dão conta da importância do pai e dos familiares apesar dos
problemas.
No fim, Os Meyerowitz: Família Não se Escolhe é um encantador e divertido
estudo sobre relações familiares, ancorado por um texto afiado e personagens
excêntricos.
Nota: 8/10
Trailer
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Um comentário:
É um filme bom e muito interessante, sinto que história é boa, mas o que realmente faz a diferença é a participação de Adam Driver neste filme. Eu gostei e você? Me surpreendeu o ator. Seu trabalho é excelente como neste filme. Sigo muito os filmes com Adam Driver, sempre me deixa impressionada em cada nova produção. O vi recentemente em um bom filme chamado Lucky Logan Roubo em Família, foi um dos melhores filmes de comedia de 2017 eu recomendo!, o êxito do filme se deve muito ao grande elenco que é bastante conhecido pelo seu grande trabalho. Foi o meu filme preferido.
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