Nossa seção de análises curtas
fala hoje sobre uma comédia produzida pela Netflix, Perda Total, e a animação O
Homem das Cavernas, que recentemente chegou aos cinemas brasileiros.
O Homem das Cavernas
Feito pelos mesmos responsáveis
por animações stop-motion como A Fuga das Galinhas (2000) e Wallace Gromit: A Batalha dos Vegetais (2005)
e Shaun: O Carneiro (2015) este O Homem das Cavernas tem os mesmos
visuais carismáticos, mas nem tanto a mesma criatividade e bom humor que seus
antecessores. A trama se passa na Idade da Pedra quando a área na qual a tribo
de Dug (Eddie Redmayne) vive é invadida por um reino que já está na Idade do
Bronze, liderado pelo maligno Lord Nooth (Tom Hiddleston). Para reaver suas
terras, Dug precisa derrotar a civilização inimiga no esporte sagrado deles: o
futebol. Como a tribo de Dug nunca conheceu o futebol, eles contarão com a
ajuda da garota Goona (Maisie Williams, a Arya de Game of Thrones).
É uma trama bem previsível sobre
amizade, cooperação e a importância de se jogar futebol pensando na equipe e
não em si mesmo. Boa parte das piadas deriva de gags de humor físico e trocadilhos com palavras pré-histórica. É
tudo bem simples, mas funciona na maior parte do tempo. Ocasionalmente o texto
consegue fazer alguma piada mais elaborada sobre a ambientação primitiva, como
o momento em que o Chefe (Timothy Spall), cuja aparência é a de um homem idoso
com cabelo e barba brancas, diz a Dug "eu sou um homem velho, já tenho 30
anos", embora esses momentos não afastem a impressão de que o filme não
aproveita como deveria o potencial cômico de sua ambientação. O Homem das Cavernas pode não reinventar
a roda, mas oferece uma diversão simpática.
Nota: 6/10
Trailer
O que me atraiu para este Perda Total era a presença do elenco e
equipe criativa da divertida série Workaholics.
Mesmo considerando que a maioria das produções originais da Netflix são
decepcionantes, imaginei que a trupe cômica da série fosse capaz de fazer algo
minimamente divertido. Eu estava errado, eu estava muito, muito errado. O
resultado é praticamente uma cópia de Segurança
de Shopping 2 (2015) que já era uma cópia do primeiro que, por sua vez, já
era uma cópia de Duro de Matar (1988).
Tal como algo que é xerocado a partir de uma xerox de outra xerox, o resultado
é obviamente pavoroso.
A trama é centrada em três
garçons fracassados, Alexxx (Adam Devine), Darren (Anders Holm) e Jared (Blake
Anderson). Quando um famoso bilionário do Oriente Médio se hospeda no hotel em
que eles trabalham, o trio vê a oportunidade de abordar o ricaço para
convencê-lo a investir no projeto deles de um videogame controlado por um traje
de captura de movimento. Os problemas começam quando um grupo de ladrões
liderado por Conrad (Neal McDonaugh, que também foi o vilão de Segurança de Shopping 2) toma controle
do hotel para roubar o bilionário. O filme tenta concebê-los como
"adoráveis perdedores", mas o texto não lhes dá nada que os redima,
eles são um bando de preguiçosos, imaturos, egoístas e estúpidos, falhando em
oferecer qualquer razão para que eu me importasse com eles. Na maior parte do
tempo eu apenas torci para que eles morressem de uma vez e o filme acabasse.
Não ajuda que boa parte do que o
texto tenta vender como humor não passa de um monte de imagens gratuitas de
pênis e ânus, como se bastasse ver essas partes do corpo humano para provocar
riso, e constantes berros histriônicos por parte do elenco envolvendo a
vociferação de ofensas que poderiam facilmente serem ouvidas em algum
playground de escola primária. Existem ainda algumas tentativas de chocar ao
fazer rir com algumas imagens de violência exagerada, mas é tudo construído por
uma computação gráfica pouco convincente que não é impressionante ou engraçada
como deveria. Uma Perda Total de
tempo.
Nota:1/10
Trailer
Trailer
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