quinta-feira, 8 de agosto de 2019

Crítica – Aladdin


Análise Crítica – Aladdin


Review – Aladdin
Já faz alguns anos que a Disney entrou em uma onda de refazer em live action a grande maioria de seus clássicos animados. Embora alguns até pudessem se beneficiar da atualização, como Cinderela (2015) ou Mogli: O Menino Lobo (2016), outros como este Aladdin não precisavam existir, já que o filme original se sustenta perfeitamente bem hoje e tem pouco que mereça ser alterado ou melhorado.

A trama é a mesma da animação. O garoto de rua Aladdin (Mena Massoud) se apaixona pela princesa Jasmine (Naomi Scott, a Kimberly do último filme dos Power Rangers), mas ela só pode se casar com um príncipe e ele não tem chance. Aladdin acaba sendo preso pelo traiçoeiro Jafar (Marwan Kenzari), que lhe dá a chance de conseguir sua liberdade se recuperar a lâmpada mágica da Caverna das Maravilhas. Aladdin acaba ficando com a lâmpada e com o Gênio (Will Smith) que vive dentro dela, usando os poderes do Gênio para tentar conquistar Jasmine.

A narrativa segue as mesmas batidas e pontos-chave do original, contando com poucas modificações. A principal é a subtrama de Jasmine, que a torna uma personagem com mais controle sobre o próprio destino ao mostrá-la tentando reverter as leis machistas de Agrabah para poder se tornar sultana. Há também uma subtrama romântica envolvendo o Gênio e uma das camareiras de Jasmine, Dalia (Nasim Pedrad).

Se o filme ganha alguma coisa ao dar mais substância a Jasmine e ao fato de que ela estar sendo silenciada apenas por ser mulher, perde em um Jafar sem brilho, que falha em apresentar tanto a aura sinistra do vilão original, quanto seu senso de ironia e sarcasmo. Falta presença, cinismo e desfaçatez à composição de Marwan Kenzari, tão óbvio em sua falta de escrúpulo que chega a ser surpreendente que ninguém desconfie dele. Kenzari também é prejudicado pelo fato do filme subaproveitar o papagaio Iago (voz de Alan Tudyk), que aqui é praticamente uma ave comum, uma decisão que não faz muito sentido. Afinal, se o público é capaz de acreditar em gênios e tapetes voadores, porque não poderiam acreditar em um animal falante com uma conduta mais humana?

Will Smith empresta sua própria personalidade ao Gênio da mesma maneira que Robin Williams tinha colocado a dele no personagem na animação original. Embora Smith seja hábil em tornar o Gênio uma figura enérgica e carismática, é constantemente prejudicado pelos efeitos especiais que dão um aspecto pouco natural e bizarro ao modo como sua boca, e seu rosto como um todo, se movimenta, quebrando a imersão.

Os números musicais trazem as mesmas canções do original, apenas adicionando uma nova canção para Jasmine, e repetem os mesmos números, mas muitos deles carecem da energia e agilidade das versões originais. Talvez porque boa parte das canções seja colocada em um ritmo que parece um pouco mais lento, deixando a impressão de algo menos enérgico. Ainda assim canções como Friend Like Me e A Whole New World continuam funcionando muito bem, o que é um testamento da qualidade do original e um dos (muitos) motivos pelos quais não precisava de um remake.

Quase todos os méritos do novo Aladdin pertencem à versão original e assim o filme nunca é capaz de justificar a própria existência.

Nota: 6/10


Trailer

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