terça-feira, 6 de agosto de 2019

Crítica – She-Ra e as Princesas do Poder: 3ª Temporada


Análise Crítica – She-Ra e as Princesas do Poder: 3ª Temporada


Review – She-Ra e as Princesas do Poder: 3ª Temporada
Ao falar sobre a segunda temporada de She-Ra e as Princesas do Poder mencionei como ela fazia pouco para avançar a trama principal da série. Pois esta terceira temporada acaba compensando esse problema, expandindo a mitologia deste universo e avançando o conflito entre as princesas e a horda.

A trama começa com Adora, Cintilante e Arqueiro indo para o setor mais desolado de Etéria para tentar encontrar uma peça de tecnologia antiga que se perdeu na região e pode lhe revelar mais sobre Mara, a She-Ra anterior, e seu próprio destino como protetora do planeta. Ao mesmo tempo, Hordak despacha Felina para buscar a mesma tecnologia com a esperança que seja a peça que falta para que ele consiga abrir um portal para trazer os exércitos da Horda para Etéria.

Como em temporadas anteriores, a série tem uma clara preocupação com o desenvolvimento de suas personagens e o desenvolvimento de motivações compreensíveis para elas. Aqui essa preocupação continua a ser exercitada e aprofunda nosso entendimento até mesmo de personagens que não esperaríamos saber muito mais do que já sabemos. O melhor exemplo é Hordak, até aqui uma figura distante e tratada como “o mal absoluto”, mas esta temporada mostra uma faceta mais vulnerável do vilão. Alguém que lida com a morte iminente e também um enorme complexo de inferioridade em relação ao Hordak Prime. A exposição desse lado até então desconhecido de Hordak, ajuda Felina a se reaproximar dele, já que ela também é movida por um sentimento de abandono e inferioridade.

Falando em Felina, a personagem chega aqui ao que talvez seja seu “ponto de não retorno”. A série constantemente tenta mostrar que o trabalho de Adora como heroína é trazer luz às trevas, de redimir o mal e não destruí-lo, mas Felina se afundou tanto em seu rancor por Adora, que talvez tenha ido além de qualquer possibilidade de redenção ao arriscar destruir um planeta inteiro só para provar sua superioridade em relação à rival. A narrativa dá a Felina todas as chances de desistir de sua vingança, de viver longe da Horda na região desolada ou de forjar uma amizade verdadeira (e talvez algo mais) com Scorpia, mas decide jogar fora sua chance de paz e trai suas amizades com Scorpia e Entrapta só pela chance de tentar superar Adora. Assim, ao longo da temporada Felina se desconecta de tudo que a humanizava.

A temporada também explica mais sobre o passado de Adora e do próprio planeta, finalmente fornecendo uma motivação para as ações de Mara, antes tratada como uma espécie de “She-Ra renegada”, mas que talvez tenha intenções mais nobres do que Esperança da Luz tenha levado Adora a crer. Inclusive, a fala de Mara desperta desconfiança quanto às motivações de Esperança e qual o “destino” que ela quer que Adora cumpra.

A ideia de ter um destino escrito é um dos principais conflitos de Adora ao longo da temporada, já que a garota reluta em aceitar que não tem controle sobre a própria vida ou que ela existe apenas para cumprir um papel específico. Adora vai aprendendo a encontrar o heroísmo em suas ações e a colocar o bem comum sobre seus próprios desejos, uma lição que ela aprende a duras penas ao presenciar o sacrifício de uma pessoa próxima, lembrando que a vitória não virá sem um pesado custo. O desfecho, inclusive, abre novas possibilidades para a série e promete novas e mais poderosas ameaças na vida de Adora, Cintilante e as demais.

Retomando o desenvolvimento da trama principal que tinha sido deixado de lado na temporada anterior, a terceira temporada de She-Ra e as Princesas do Poder continua sendo uma ótima aventura povoada por personagens envolventes.

Nota: 8/10


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