terça-feira, 17 de março de 2020

Crítica - Mega Man X Legacy Collection 2


Análise Crítica - Mega Man X Legacy Collection 2


Review - Mega Man X Legacy Collection 2Eu cresci sendo fã dos games do Mega Man desde seus primeiros jogos em 8 bits, conhecendo o personagem pela primeira vez em Mega Man 3. A geração seguinte de consoles apresentou uma nova versão do personagem em Mega Man X, que se passava em um futuro ainda mais distante e trazia novos elementos de jogabilidade. Passei a gostar mais da série X do que a principal e joguei tudo que saiu do personagem no Super Nintendo e Playstation, pulei Mega Man X7 e só retornei ao robô em Mega Man X8. Com tanto passado com esses jogos, fiquem bem empolgado com a possibilidade de ter novamente todos os jogos nas duas coletâneas formadas por Mega Man X Legacy Collection e Mega Man X Legacy Collection 2, então irei analisar agora a segunda.

A segunda coleção nos leva de Mega Man X5 ao Mega Man X8. Os elementos adicionais são os mesmos da primeira coleção, como filtros, tamanho de tela e galerias. Os X Challenges também estão presentes aqui, mas lamentavelmente são praticamente os mesmos da primeira coleção com apenas algumas variações, então se você jogou todos na primeira, não há muito motivo para fazê-los aqui. Essa segunda leva de jogos já não tem a mesma consistência dos anteriores e demonstram como a franquia estava começando a se desgastar.

Mega Man X5 tenta mexer um pouco as coisas ao dar a X não apenas uma, mas duas armaduras para usar, além de dar a possibilidade de escolher livremente entre X e Zero no início de cada fase. Por outro lado, todo o resto do jogo soa como uma reciclagem de coisas que já vimos antes na franquia. As fases, faixas da trilha musical, batalhas contra chefes e armas especiais em sua maioria soam idênticas a lugares (a fase de Crescent Grizzly é bem similar a de Slash Beast), armas (a arma de Tidal Whale é igual à de Jet Stingray) e batalhas (a luta contra Spiral Pegasus tem muitas das mesmas mecânicas do embate contra Storm Eagle) que já experimentamos. Não chega a ser um jogo ruim, só carece de inovação.

Além disso incomoda a natureza aleatória da progressão da trama. O jogo dá um número limitado de tempo para completar as fases e juntar as peças para montar uma arma que irá deter uma estação espacial em rota de colisão com o planeta. Mesmo quando você completa as oito fases iniciais com tempo de sobra é possível fracassar e obter o final ruim do jogo, da mesma forma que é possível disparar a arma ainda incompleta e ser bem sucedido, o que torna tudo um pouco frustrante. A agilidade característica da série é prejudicada pela inserção da navegadora Alia, que constantemente interrompe o progresso para dar informações sobre os desafios iminentes, quebrando o ritmo da ação.

Mega Man X6 é quando as coisas começam a dar uma guinada para pior. O jogo é prejudicado por uma série de inconsistências. Em termos de level design ele cheio momentos frustrantes nos quais precisamos pular sem ver o que está embaixo e sem tempo suficiente para reagir, o que leva a muitas mortes injustas. Muitas fases repetem as mesmas mecânicas até se tornarem irritantes como a de Blaze Heatnix que me obriga a enfrentar a mesma “rosquinha robótica” várias vezes durante a fase. O design das fases do castelo final limita as escolhas do jogador ao ser praticamente impossível de ser completado com a armadura Shadow a menos que uma combinação muito específica de itens opcionais seja usada.

Os upgrades muitas vezes dependem de fatores aleatórios para serem obtidos, como na fase de Ground Scaravich, na qual o usuário depende de sorte para chegar na sala com a peça da armadura Blade. As mecânicas envolvendo o vírus Nightmare criam mais aborrecimento do que desafio. Os vírus são fáceis de derrotar, mas muito numerosos e muitas vezes estão bem próximos a robôs que precisamos resgatar, podendo matá-los e torná-los indisponíveis. Os Nightmare Effects, que mudam as fases dependendo da fase visitada antes, mais adicionam obstáculos irritantes, como insetos que bloqueiam os tiros ou luzes que limitam o campo de visão, do que transformam de maneira efetiva a jogabilidade. Os chefes são inconsistentes, variando entre o extremamente fácil (mesmo sem usar as vulnerabilidades deles basta ficar parado atirando) e o extremamente difícil mesmo quando usamos a vulnerabilidade, como a batalha contra Infinity Mijinion. Além disso, as armas especiais são, na maioria, desinteressantes. Ao menos as intervenções de Alia passaram a ser opcionais, necessitando que o jogador aperte um botão para ouvir a navegadora.

Mega Man X7 é, ao menos pra mim, o pior da franquia. A tentativa de levar a jogabilidade para um espaço tridimensional falha miseravelmente. O combate é simples demais porque a mira trava automaticamente nos inimigos e as seções de plataforma são atrapalhadas pelos ângulos fixos que não nos dão uma sensação clara da distância e profundidade dos espaços e pela câmera estar muito próxima, impedindo que vejamos com clareza o que está ao nosso redor. Mesmo os segmentos em 2D não são lá muito empolgantes e isso acontece porque toda a movimentação (em 2D e 3D) é bem lenta e tira o sentimento de agilidade característico da franquia.

O jogo adiciona um novo personagem, Axl, que pode absorver em se transformar em alguns inimigos comuns encontrados durante as fases. Aqui, Axl nunca soa como um personagem interessante de jogar e isso é prejudicado pela escolha de só deixar X disponível já perto do final, nos deixando com Axl e Zero durante boa parte do jogo. A trama é atrapalhada pela péssima dublagem e as armas dos chefes não são lá muito interessantes. O único ponto positivo é o visual em cel shading dos personagens.

Mega Man X8 retorna o robô azul à jogabilidade bidimensional e é bem melhor que o X7. A movimentação é mais ágil e há uma diferenciação maior entre as habilidades de X, Axl e Zero, tornando todos os três bem singulares e divertidos de usar. As fases conseguem ter mais identidade entre si e mecânicas próprias, apesar do jogo abusar de segmentos em motos usando-os em duas fases diferentes. As armas especiais, por outro lado são inconsistentes, já que nem todas são tão úteis ou divertidas. Pela primeira vez é possível combinar as partes das duas armaduras a serem usadas por X, o que dá mais espaço para experimentação. Em termos visuais, os gráficos poligonais se mostram menos carismáticos do que visual em cel shading do X7.

Nota: 6/10

Trailer

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