Eu cresci sendo fã dos games do Mega Man desde seus primeiros
jogos em 8 bits, conhecendo o personagem pela primeira vez em Mega Man 3. A geração seguinte de
consoles apresentou uma nova versão do personagem em Mega Man X, que se passava em um futuro ainda mais distante e
trazia novos elementos de jogabilidade. Passei a gostar mais da série X do que
a principal e joguei tudo que saiu do personagem no Super Nintendo e
Playstation, pulei Mega Man X7 e só
retornei ao robô em Mega Man X8. Com
tanto passado com esses jogos, fiquem bem empolgado com a possibilidade de ter
novamente todos os jogos nas duas coletâneas formadas por Mega Man X Legacy Collection e Mega
Man X Legacy Collection 2, então irei analisar as duas a começar pela primeira coleção.
A primeira coletânea vai do Mega Man X ao Mega Man X4. Como muitas coleções recentes, ela permite escolher
entre formatos de tela e também alguns filtros, como o que reproduz os efeitos
de uma televisão de tubo ou o que suaviza os pixels. Devo dizer que a suavização de pixels funciona bem para os jogos de Playstation da coleção (aqui
apenas o X4), mas não muito bem para
os de Super Nintendo, com os pixels
constantemente “tremendo” na tela. Como em muitas coletâneas recentes, o jogo
oferece uma ampla galeria de artes e imagens dos games, uma playlist com as
músicas de todos os jogos disponíveis na coleção, além do curta animado Day of Sigma.
Outra adição da coleção são os X
Challenges, uma espécie de boss rush
no qual em cada estágio o jogador precisa enfrentar simultaneamente dois chefes
de jogos diferentes (entre inimigos do X ao
X6). Cada desafio oferece nove armas
especiais (entre as disponíveis do X ao
X6) e o jogador pode levar até três
consigo, dando uma dimensão estratégica aos combates, sendo necessário escolher
com sabedoria, já que não é possível levar as fraquezas de todos os inimigos a
serem combatidos.
Os jogos em si permanecem os
mesmos que em suas versões originais, disponibilizando tanto as versões dos EUA
quanto as versões japonesas de cada jogo. Mega
Man X, por exemplo, mantem seus momentos de slowdown quando muitas coisas estão na tela ao mesmo tempo. A única
adição é a possibilidade de salvar nos games de Super Nintendo (antes o
progresso era recuperado via passwords)
e o modo Rookie Hunter, disponível em todos os jogos, que diminui a quantidade
de dano recebido e torna tudo mais fácil para quem não quer encarar a
dificuldade original desses games.
Mega Man X permanece como um dos melhores da série, com um level design que favorece uma ação veloz
e sempre movimentada, fases com bastante personalidade e colecionáveis que
exigem exploração para serem encontrados, mas que não são escondidos de maneira
desonesta como em outros games. A ideia de que algumas fases se transformam
depois de derrotar um chefe específico estimula que revisitemos as fases e as
armas obtidas dos chefes são bem úteis e divertidas de usar.
Mega Man X2 oferece mais do mesmo sem muita novidade, exceto pelos
caminhos secundários que levam aos X-Hunters que guardam as peças para reviver
Zero. Longe de ser ruim, no entanto, o jogo prejudicado por algumas batalhas
entediantes contra chefões, nas quais ficamos muito tempo parados esperando os
inimigos terminarem seus padrões de movimento (como Wheel Gator). A exploração
também soa menos recompensadora, já que muitos dos upgrades estão escondidos em
paredes falsas que são quase impossíveis de encontrar sem um guia ou sem usar
constantemente a habilidade de radar do capacete da armadura. Além disso,
muitas armas de chefes tem utilidade limitada e não são empolgantes de usar,
como a Strike Chain.
Mega Man X3 tem muitas ideias novas, embora nem sempre as execute
bem. A possibilidade de finalmente poder jogar com Zero é atrapalhada pelo fato
de que ele só pode ser usado em algumas áreas e que ele fica indisponível se o
jogador morrer com ele. As armaduras robô também são uma boa ideia, mas a
utilidade delas é bem limitada e a maioria não fica disponível até quase a
metade do jogo. As fases são inconsistentes, com longos trechos vazios sem
muito o que fazer e com os mesmos inimigos se repetindo em todas as fases.
Ainda assim, pelos riscos que toma e elementos que adiciona, prefiro esse ao X2.
Mega Man X4 representa o melhor da fórmula ao lado do primeiro X. Zero é completamente integrado ao
jogo, como o usuário precisando decidir entre ele e X no início, dando
histórias e gameplay diferentes a cada personagem ainda que as fases sejam as
mesmas. Que o jogo soe equilibrado independente do personagem escolhido mostra
o cuidado no level design em
considerar os dois personagens e todas as fases soam bem singulares e trazem
seu próprio conjunto de desafios. Os upgrades são reduzidos em relação ao X3, mas pelo menos eles são melhor
distribuídos pelas fases, recompensando a exploração sem soar desonestos. As
armas dos chefes também estão entre as melhores, sendo sempre úteis e
divertidas. O ponto negativo é a dublagem das cutscenes animadas, que se tornaram célebres pela má qualidade.
Nota: 8/10
Trailer
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