Nossa seção de textos curtos
falará brevemente hoje sobre a nova versão de O Rei Leão. De todos os remakes
dessa onda recente da Disney, era o que menos despertou meu interesse. Se
outros remakes tinham a justificativa
de revisar certas ideias do original que não se sustentam tão bem hoje ou a da
mudança de animação para live-action,
O Rei Leão não possui nenhuma dessas
justificativas. A narrativa se sustenta tranquilamente bem ainda hoje e o filme
segue sendo uma animação, ainda que com um visual fotorrealista.
Esse realismo, aliás, é um dos
problemas do filme. Preso a uma representação realista dos corpos dos animais,
as expressões físicas dos personagens ficam extremamente limitadas e em muitos momentos
soam deslocadas do trabalho de dublagem, já que a emoção das vozes não é
percebida nos rostos e corpos deles. Isso fica ainda mais evidente nos números
musicais, que perdem suas cores, sua energia e sua dimensão lúdica em prol
de...bem, de nada, já que a estética ultrarrealista em nada agrega às canções e
não compensa os elementos que são perdidos. O resultado mostra como o realismo
é muitas vezes superestimado no audiovisual.
Claro, os animais digitais são
extremamente convincentes e bem realizados, mas fica a impressão de que isso só
foi feito para tentar dar algum diferencial em relação ao original e não algo
pensado como uma nova abordagem estética que pudesse agregar força expressiva à
história (que é praticamente a mesma). Os méritos que o filme tem são quase
todos do original e ele nunca consegue justificar a própria existência além da
necessidade da Disney em ganhar dinheiro.
Nota: 5/10
Trailer
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