Todo começo de ano nos leva a
fazer do balanço do ano que passou. De tudo que vivemos, experimentamos, do que
valeu a pena e do que foi péssimo. Nesse sentido, é inevitável não pensar em
todos os filmes que assistimos e lembrar daqueles mais nos marcaram, para
melhor e para o pior. Como eu gosto de dar as más notícias primeiro, costumo
começar listando os piores, as mais horrendas produções, o lixo do lixo,
produtos tão radioativos que fariam um braço crescer na sua testa. É nesse
clima que dou início à minha lista de piores filmes de
2021. A lista leva em conta as produções que foram lançadas no circuito
comercial brasileiro (streaming ou cinema) em 2021.
10. Tom
& Jerry
Adorava os desenhos do Tom &
Jerry quando era criança. Eles eram uma mistura perfeita de música erudita e
violência exacerbada que tornava tudo divertido. Os dois, no entanto, não eram exatamente personagens muito complexos que se prestassem a um longa metragem.
Esse filme cai no mesmo problema da maioria das adaptações recentes de desenhos
antigos, deixando seus protagonistas de lado em prol de uma penca de
personagens humanos genéricos, um fiapo de trama que mal se sustenta e alguns
esquetes com o Tom e Jerry (a maioria repetindo gags das antigas animações) jogados de qualquer jeito no meio da
narrativa. Desprovido do caos cômico dos desenhos, o resultado é entediante.
9. Bliss:
Em Busca da Felicidade
Ficção científica que até tem boas ideias, tentando entender o que significa ser feliz, mas é incapaz de sustentar suas próprias pretensões por conta de conflitos mal construídos e um universo ficcional pouco coeso
Mais um filme de tubarão sem
qualquer personalidade ou criatividade, com uma trama sem sentido, personagens
vazios e efeitos digitais toscos. É tão incompetente que não consegue nem mesmo divertir com mortes e gore.
7. Hypnotic
Um daqueles suspenses da Netflix que parece ter sido escrito e dirigido por um algoritmo. Com um mistério óbvio, personagens estúpidos e ausência de tensão, o filme mais provoca sono do que transe.
O que aconteceu com o Emile
Hirsch? Ele foi de um dos jovens atores mais requisitados em Hollywood para
alguém que estrela porcarias como Dívida Perigosa ou este Força da Natureza.
Filme catástrofe em que nunca vemos a catástrofe acontecer, já que os
personagens estão em um espaço fechado, ele tenta trazer algo diferente ao
inserir uma trama de roubo cheia de clichês e nenhuma tensão.
Desfecho atroz para uma trilogia
igualmente atroz que confunde possessividade tóxica com afeto. Cheio de
conflitos forçados, personagens insuportáveis, subtramas que não vão a lugar
algum e desenvolvimentos porcamente construídos, o filme tenta ensaiar um
amadurecimento de sua protagonista, mas joga isso no lixo ao terminar com ela
se reaproximando dos dois irmãos tóxicos dos quais tentou se afastar.
4. Silk
Road: Mercado Clandestino
Tentando contar a história real do site Silk Road, o filme deixa de lado qualquer tentativa de uma discussão séria sobre consumo de drogas, regulação de internet ou empreendedorismo virtual para produzir uma propaganda rasa e acrítica de ideais libertários juvenis (o que é praticamente um pleonasmo) de seu biografado enquanto finge uma posição de neutralidade em relação a esses temas. Tratando seu protagonista como um gênio infalível, o filme o exime da responsabilidade de todas as coisas ruins feitas em seu site de venda de produtos ilegais, o que paradoxalmente o faz soar como um completo imbecil incapaz de antever as consequências dos próprios atos.
Suspense erótico desprovido de
suspense ou erotismo. Com péssimas atuações e um roteiro incapaz de construir
um mínimo nexo causal entre uma cena e outra, além de reviravoltas que não
fazem o menor sentido. Uma das piores produções originais da Netflix.
Estrelado por Ruby Rose e Morgan
Freeman era de se imaginar que haveria um mínimo de qualidade na produção. O
que se verifica, no entanto, é algo que soa como algo feito por amadores por
conta de suas múltiplas inaptidões técnicas e artísticas em termos de som,
roteiro e montagem, além de uma performance desinteressada de Freeman.
Depois de chamar a atenção do
mundo com o excelente Distrito 9, o
diretor sul-africano Neill Blomkamp nunca mais entregou nada no mesmo nível,
ficando progressivamente pior a cada novo filme e chegando ao ponto mais baixo
de sua carreira neste Na Mente do Demônio.
Com uma premissa que praticamente copia o péssimo Dominação (2017), o filme não parece
se decidir entre levar tudo a sério e explorar os traumas da protagonista ou
investir no absurdo com sua ordem secreta de padres guerrilheiros. A mistura
entre diferentes gêneros nunca produz nada consistente e o filme não
consegue fazer nada de minimamente interessante com nenhuma das ideias que
apresenta.
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