segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

Reflexões Boêmias: Piores Filmes de 2021

Piores Filmes de 2021

Todo começo de ano nos leva a fazer do balanço do ano que passou. De tudo que vivemos, experimentamos, do que valeu a pena e do que foi péssimo. Nesse sentido, é inevitável não pensar em todos os filmes que assistimos e lembrar daqueles mais nos marcaram, para melhor e para o pior. Como eu gosto de dar as más notícias primeiro, costumo começar listando os piores, as mais horrendas produções, o lixo do lixo, produtos tão radioativos que fariam um braço crescer na sua testa. É nesse clima que dou início à minha lista de piores filmes de 2021. A lista leva em conta as produções que foram lançadas no circuito comercial brasileiro (streaming ou cinema) em 2021.

 

 

10. Tom & Jerry

 


Adorava os desenhos do Tom & Jerry quando era criança. Eles eram uma mistura perfeita de música erudita e violência exacerbada que tornava tudo divertido. Os dois, no entanto, não eram exatamente personagens muito complexos que se prestassem a um longa metragem. Esse filme cai no mesmo problema da maioria das adaptações recentes de desenhos antigos, deixando seus protagonistas de lado em prol de uma penca de personagens humanos genéricos, um fiapo de trama que mal se sustenta e alguns esquetes com o Tom e Jerry (a maioria repetindo gags das antigas animações) jogados de qualquer jeito no meio da narrativa. Desprovido do caos cômico dos desenhos, o resultado é entediante.

 


9. Bliss: Em Busca da Felicidade

 


Ficção científica que até tem boas ideias, tentando entender o que significa ser feliz, mas é incapaz de sustentar suas próprias pretensões por conta de conflitos mal construídos e um universo ficcional pouco coeso

 

8. Grande Tubarão Branco

 


Mais um filme de tubarão sem qualquer personalidade ou criatividade, com uma trama sem sentido, personagens vazios e efeitos digitais toscos. É tão incompetente que não consegue nem mesmo divertir com mortes e gore.

 

7. Hypnotic

 


Um daqueles suspenses da Netflix que parece ter sido escrito e dirigido por um algoritmo. Com um mistério óbvio, personagens estúpidos e ausência de tensão, o filme mais provoca sono do que transe.

 

6. A Força da Natureza

O que aconteceu com o Emile Hirsch? Ele foi de um dos jovens atores mais requisitados em Hollywood para alguém que estrela porcarias como Dívida Perigosa ou este Força da Natureza. Filme catástrofe em que nunca vemos a catástrofe acontecer, já que os personagens estão em um espaço fechado, ele tenta trazer algo diferente ao inserir uma trama de roubo cheia de clichês e nenhuma tensão.

 

5. A Barraca do Beijo 3

 


Desfecho atroz para uma trilogia igualmente atroz que confunde possessividade tóxica com afeto. Cheio de conflitos forçados, personagens insuportáveis, subtramas que não vão a lugar algum e desenvolvimentos porcamente construídos, o filme tenta ensaiar um amadurecimento de sua protagonista, mas joga isso no lixo ao terminar com ela se reaproximando dos dois irmãos tóxicos dos quais tentou se afastar.


4. Silk Road: Mercado Clandestino

 


Tentando contar a história real do site Silk Road, o filme deixa de lado qualquer tentativa de uma discussão séria sobre consumo de drogas, regulação de internet ou empreendedorismo virtual para produzir uma propaganda rasa e acrítica de ideais libertários juvenis (o que é praticamente um pleonasmo) de seu biografado enquanto finge uma posição de neutralidade em relação a esses temas. Tratando seu protagonista como um gênio infalível, o filme o exime da responsabilidade de todas as coisas ruins feitas em seu site de venda de produtos ilegais, o que paradoxalmente o faz soar como um completo imbecil incapaz de antever as consequências dos próprios atos.

 

3. Por Trás da Inocência

 


Suspense erótico desprovido de suspense ou erotismo. Com péssimas atuações e um roteiro incapaz de construir um mínimo nexo causal entre uma cena e outra, além de reviravoltas que não fazem o menor sentido. Uma das piores produções originais da Netflix.

 

2. Vanquish (Conquista)

 


Estrelado por Ruby Rose e Morgan Freeman era de se imaginar que haveria um mínimo de qualidade na produção. O que se verifica, no entanto, é algo que soa como algo feito por amadores por conta de suas múltiplas inaptidões técnicas e artísticas em termos de som, roteiro e montagem, além de uma performance desinteressada de Freeman.

 

1. Na Mente do Demônio

  


Depois de chamar a atenção do mundo com o excelente Distrito 9, o diretor sul-africano Neill Blomkamp nunca mais entregou nada no mesmo nível, ficando progressivamente pior a cada novo filme e chegando ao ponto mais baixo de sua carreira neste Na Mente do Demônio. Com uma premissa que praticamente copia o péssimo Dominação (2017), o filme não parece se decidir entre levar tudo a sério e explorar os traumas da protagonista ou investir no absurdo com sua ordem secreta de padres guerrilheiros. A mistura entre diferentes gêneros nunca produz nada consistente e o filme não consegue fazer nada de minimamente interessante com nenhuma das ideias que apresenta.

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