A trama é protagonizada por Paige (Rowan Blanchard) uma jovem aspirante a artista que vê ameaça a sua chance de entrar na faculdade em que deseja. Acusada de ser a responsável por algumas pichações da escola, ela precisa encontrar o real culpado antes do fim do ano letivo para limpar o nome. Ao mesmo tempo, ela entra na equipe de atletismo para se aproximar de Gabby (Isabella Ferreira) por quem é apaixonada há anos. Aos poucos ela se aproxima de Gabby e também da irmã dela, AJ (Auli’i Cravalho), e se vê dividida entre as duas.
É uma típica comédia adolescente com triângulo amoroso igual a tantas outras que já vimos (embora não com um romance lésbico) e tudo se desenvolve exatamente como imaginamos que vai. Nos primeiros minutos se torna fácil deduzir os momentos de crise, com quem a protagonista vai ficar no fim e qual a real identidade do pichador. Em tese tudo isso deveria tornar a narrativa um entediante exercício de paciência, mas na prática eu me peguei envolvido com essas personagens, me divertindo com elas e me importando com seus destinos.
Muito disso se deve ao carisma do elenco que faz esses personagens soarem como adolescentes reais com seus sentimentos de inadequação, insegurança e a tentativa de se destacarem. Qualquer pessoa introspectiva, por exemplo, consegue se identificar com Paige e o modo como ela diz coisas sem sentido diante da garota que gosta ou como ela tenta encontrar uma modalidade esportiva em que não seja péssima. As interações entre as personagens também tem boas doses de humor e diálogos divertidos que soam coerentes com pessoas daquela idade, diferente de algumas comédias nas quais os jovens exibem uma articulação que ninguém tem naquela idade.
Os coadjuvantes também tem carisma, em especial a mãe de Paige, que é interpretada por Megan Mullally. A atriz traz uma energia intensa e ótimo timing cômico para uma mãe que está sempre presente para apoiar a filha, embora a deixe constrangida ao flertar com o professor de educação física. Mais que isso, conseguimos nos conectar a essas personagens porque há um afeto bem sincero na dinâmica entre Paige, Gabby e AJ. Seria simples tornar Gabby a típica patricinha fútil e mimada, facilitando a escolha de Paige, no entanto o filme opta em fazer dela uma garota que tem suas próprias vulnerabilidades e inseguranças. Do mesmo modo soa compreensível que AJ tenha uma certa dose de ressentimento por Gabby, sempre preterida e colocada à sombra da irmã mais popular e extrovertida. As nuances que cada uma dela exibem as fazem soar como pessoas críveis mesmo que a trama siga todos os lugares comuns desse tipo de narrativa.
Assim, mesmo que seja uma comédia
romântica adolescente bem similar a outras produções do gênero, Crush: Amor Colorido tem humor, carisma e personagens
suficientemente bem desenvolvidas para manter nosso interesse.
Nota: 7/10
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