Crítica – Força Bruta

 

Não conhecia muita coisa do trabalho do ator coreano Don Lee até vê-lo em Eternos (2021), no qual ele interpretava o herói Gilgamesh. A partir de então passei a buscar as produções coreanas estreladas por ele, incluindo o recente Força Bruta. Na trama o policial Ma Seok-Do (Don Lee) vai ao Vietnã repatriar um criminoso coreano que foi preso por lá. Chegando no país, o criminoso em questão revela conexão com um assassino em série, também coreano que vem matando turistas ricos da Coreia no Vietnã ao longo dos últimos anos. Agora Seok-Do precisa caçar o perigoso assassino Kang Hae-Sang (Sukku Son).

É uma narrativa bem apoiada em elementos já conhecidos do cinema de ação. Um policial durão caçando um criminoso violento em um país estrangeiro no qual não tem jurisdição, precisando lidar não apenas com os vilões, mas com as limitações burocráticas de atuar em um país no qual não tem autoridade. A história poderia ser usada para pensar as tensões entre Coreia e Vietnã ou a dificuldade de cooperação entre autoridades de diferentes países, logicamente o filme está mais interessado em pancadaria e como é exatamente isso que o espectador desse tipo de produção vai ver, o fato de não ter muito a dizer não chega a ser exatamente um problema.

Embora não tenha nada de novo em termos de trama ou personagem é compensado pelo carisma de Lee como herói de ação, conferindo um ar blasé e uma brutalidade direta a Seok-Do. Um sujeito que trata o ato de lutar com bandidos como se fosse só um trabalho burocrático qualquer, desfiando frases de efeito cômicas entre uma porrada e outra para evidenciar o quanto aquilo lhe é banal. De novo, não é um personagem inovador, mas um arquétipo bem conhecido do cinema de ação, no entanto, Lee tem humor e presença suficiente para nos envolver em seu personagem. Do mesmo modo, o vilão consegue se apresentar como um oponente digno do protagonista, sendo um assassino implacável que destrói qualquer um que cruzar o seu caminho.

O ponto alto do filme, como era de se esperar, são as cenas de ação e a produção entrega exatamente o que o público deseja quando procura uma narrativa dessa natureza. As lutas são intensas, ressaltando a brutalidade dos lutadores. São filmadas com poucos cortes, dando uma sensação maior de continuidade e de coesão espacial que deixa evidente a habilidade marcial dos envolvidos. Um exemplo é a luta que coloca Kang para enfrentar vários assassinos em um pequeno apartamento e a câmera acompanha o vilão quase sem cortes enquanto despacha implacavelmente seus agressores naquele espaço diminuto. Do mesmo modo, o confronto final entre Seok-Do e Kang dentro de um ônibus ressalta a força e habilidade dos dois combatentes conforme eles praticamente destroem tudo ao redor.

Força Bruta é um filme de ação que segue todos os elementos típicos do gênero, mas ao menos entrega cenas de luta boas o suficiente para valer a experiência.

 

Nota: 6/10

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