quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Crítica – Um Dia Fora de Controle

 

Análise Crítica – Um Dia Fora de Controle

Review – Um Dia Fora de Controle
Se não me engano foi o crítico Roger Ebert quem disse que um filme bom nunca é longo o bastante e um filme ruim nunca é curto o suficiente. A segunda proposição se aplica perfeitamente a este Um Dia Fora de Controle, que apesar de enxutos noventa minutos parece durar uma eternidade de tão ruim.

Amizade perigosa

A trama é protagonizada por Brian (Kevin James), um contador que fica desempregado e agora se vê casa cuidando do enteado, Lucas (Benjamin Pajak), com quem tem pouca conexão. Um dia Brian resolve levar Lucas ao parque e conhece Jeff (Alan Ritchson) e o filho CJ (Banks Pierce), como eles são os únicos pais em um ambiente cheio de mães, os dois tentam se aproximar, mas logo Brian descobre que há algo errado com Jeff e o filho, pois ambos estão sendo perseguidos por pessoas perigosas. Arrastado para a crise, Brian e o enteado precisam encontrar um meio de sobreviver.

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

Crítica – A Longa Marcha

 

Análise Crítica – A Longa Marcha

Review – A Longa Marcha
Adaptando um dos primeiros romances de Stephen King A Longa Marcha é uma daquelas produções que pode soar derivativa não pelo seu conteúdo em si, mas pelo momento em que foi lançada. Hoje cenários distópicos nos quais jovens são forçados a competir entre si até a morte para distrair da dureza do regime ou vida precária não são exatamente novidade embora não fosse o caso em 1979 quando a obra de King foi publicada. O próprio Francis Lawrence, que dirige essa adaptação, já levou aos cinemas outra saga sobre jovens em competições mortais ao conduzir as adaptações de Jogos Vorazes. Mesmo sendo um formato que Hollywood explorou à exaustão nos últimos anos A Longa Marcha consegue funcionar pelo cuidado que tem com seus personagens.

Marcha da morte

A trama se passa em um Estados Unidos distópico que foi devastado por uma guerra civil e que agora vive sob um governo autoritário liderado pelo truculento Major (Mark Hamill). A população vive em um estado precário e periodicamente é realizado um evento chamado “a longa marcha” no qual cinquenta jovens são sorteados para uma disputa. Eles precisam caminhar mantendo uma velocidade constante de três milhas por hora, quem ficar abaixo disso ou parar será morto. Vence o último que sobrar. O grande prêmio em dinheiro e a realização de um pedido são o que motiva a população a se envolver nesse jogo mortal, mas alguns participantes tem motivações diferentes. Ray Garraty (Cooper Hoffman) se voluntariou para a competição com o desejo de se vingar do Major que executou seu pai por ser um dissidente. Ao longo da marcha Ray forma uma amizade com outro competidor, Peter McVries (David Jonsson, de Alien Romulus). O laço que se forma entre eles os mantem resistindo às agruras da competição.

terça-feira, 11 de novembro de 2025

Crítica – Frankenstein

 

Análise Crítica – Frankenstein

Review – Frankenstein
Se tem um cineasta contemporâneo capaz de entender a sensibilidade do romance Frankenstein de Mary Shelley esse alguém é Guillermo del Toro. Seu Frankenstein, produzido em parceria com a Netflix, é uma competente releitura do seminal texto de Shelley, se mantendo fiel ao seu espírito ao mesmo tempo em que agrega uma visão bem particular do diretor.

Pessoas normais assustam

A narrativa é centrada em Victor Frankenstein (Oscar Isaac), um nobre destituído que desde jovem se tornou obcecado em ser capaz de reanimar os mortos e criar uma nova forma de vida. Sem ser levado a sério pela comunidade científica, ele consegue financiar sua pesquisa através do magnata comercial Harlander (Christoph Waltz). Com o dinheiro Victor consegue montar um laboratório e começa seu processo de estudar a reanimação. Quando ele finalmente consegue reconstruir um ser humano a partir de partes de cadáveres e reanima seu construto, se decepciona com a Criatura (Jacob Elordi) e decide destruir o experimento. A Criatura, no entanto, sobrevive e passa a perseguir Victor.

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Crítica – O Agente Secreto

 

Análise Crítica – O Agente Secreto

Review – O Agente Secreto
Meses atrás o diretor Paul Thomas Anderson produziu uma poderosa síntese das disputas políticas e sociais nos Estados Unidos ao longo das últimas décadas com Uma Batalha Após a Outra. Com O Agente Secreto o diretor Kleber Mendonça Filho faz algo semelhante para o contexto brasileiro, uma síntese consistente, abrangente, por vezes bem-humorada, de vários processos políticos e sociais em marcha no Brasil desde a segunda metade do século XX.

O homem que sabia demais

A narrativa se passa em Recife em 1977 e acompanha Marcelo (Wagner Moura), um homem perseguido pela ditadura militar brasileira que chega na cidade para reencontrar o filho enquanto espera documentos para sair do país. Ele se abriga no edifício Ofir, lugar onde outros “refugiados” se escondem sob a tutela de Dona Sebastiana (Tânia Maria). Ao mesmo tempo, uma dupla de matadores de aluguel chega a Recife atrás de Marcelo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Crítica – Balada de um Jogador

 

Análise Crítica – Balada de um Jogador

Review – Balada de um Jogador
De certa forma Balada de um Jogador é uma história de vício e redenção similar a outras que já vimos. Por outro lado é um daqueles filmes que importa mais o modo como ele conta a história do que a história contada por si só.

Perdedor longe de casa

A narrativa é protagonizada por Lorde Doyle (Colin Farrell), um jogador inveterado que vive em Macau apostando alto nos cassinos. Ele vem numa maré de azar e suas dívidas estão se acumulando. As coisas pioram quando a investigadora britânica Blithe (Tilda Swinton) o encontra, trazendo consigo o passado do qual Doyle queria escapar. Com dívidas sendo cobradas de várias direções e sem conseguir crédito em lugar nenhum, ele acaba recorrendo à agiota Dao Ming (Fala Chen). Os dois se conectam por serem pessoas cheias de arrependimento e em busca de redenção, mas talvez essa conexão não seja suficiente para salvar nenhum deles.

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Crítica – Pokémon Legends: Z-A

 

Análise Crítica – Pokémon Legends: Z-A

Review – Pokémon Legends: Z-A
Quando Pokémon Legends: Arceus foi lançado parecia que Pokémon estava indo por caminhos diferentes, entregando algumas mudanças pedidas faz tempo pelos fãs. Nem tudo funcionou, mas ao menos parecia que a Game Freak estava mais disposta a arriscar. O game seguinte na série principal Pokémon Scarlet/Violet trazia o mundo aberto unificado que se esperava, mas muitos problemas, tanto em performance quanto em jogabilidade e soava como um passo para trás tanto em relação a Arceus quanto a Sword/Shield. Agora Pokémon Legends: Z-A traz as mudanças mais ousadas na jogabilidade vistas até aqui, então fiquei bastante curioso para conferir.

Lenda urbana

A narrativa se passa na cidade de Lumiose, na região de Kalos, e o jogador controla um jovem recém chegado na cidade que se envolve na investigação de estranhos fenômenos que vem acontecendo no local, em especial pelo modo como a mega energia vem fluindo pela cidade e fazendo pokémons megaevoluírem mesmo sem um treinador. No percurso, o jovem protagonista precisa também disputar a liga Z-A, buscando o topo do ranking. A trama acontece cinco anos depois dos eventos de Pokémon X/Y, fazendo alusão aos eventos do game e quase funcionando como uma continuação direta a ele. Em geral não me importo muito com história nesses games, mas confesso que aqui fiquei investido na trama e nos personagens.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Crítica - Casa de Dinamite

 

Análise Crítica - Casa de Dinamite

Review - Casa de Dinamite
Um bom final pode elevar uma narrativa, pode nos fazer esquecer suas falhas, relevar seus problemas. Analogamente um final ruim nos faz deixar um filme com um gosto ruim na boca, esquecer seus méritos e diluir a força de suas ideias. Casa de Dinamite, novo filme da Kathryn Bigelow (responsável por produções como A Hora Mais Escura e Guerra ao Terror) produzido pela Netflix, sofre exatamente por conta de seu final ruim.

Perigo real e imediato

A narrativa começa com um letreiro dizendo que no pós Guerra Fria as nações do mundo começaram a reduzir seus arsenais nucleares com medo de que eles pudessem ser usados para dar início a uma guerra catastrófica. Nos últimos anos, porém, os países vêm diminuindo o ritmo do desmonte desses arsenais, indicando um movimento mais belicista. Acompanhamos a capitã Olivia Walker (Rebecca Ferguson) responsável pela sala de crise na Casa Branca, monitorando possíveis ameaças. Quando o lançamento de um míssil vindo do Oceano Pacífico é detectado, todos ficam em alerta para monitorar se é um ataque ou alguma outra coisa. Conforme a situação se desenvolve vemos como ela se articula com outras autoridades do governo para formular uma resposta.

quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Crítica – Bom Menino

 

Análise Crítica – Bom Menino

Review – Bom Menino
Você já pegou seu cachorro latindo para um canto vazio da casa e se perguntou porque diabos ele estava fazendo isso? A inspiração de Bom Menino provavelmente foi um desses momentos, já que o filme consiste de uma história de terror contada do ponto de vista de um cachorro que percebe as assombrações que cercam o dono e tenta protegê-lo, embora seu tutor não perceba as reais intenções de seu animal.

Bom companheiro

A narrativa acompanha o cão Indy, que se muda para uma remota casa de campo com o seu tutor depois que o humano ganha o imóvel como herança do avô após o seu falecimento. Chegando lá Indy começa a identificar fenômenos estranhos, mas seu humano fica alheio ao perigo. Conforme seu tutor passa a ser afetado pelo local Indy tenta agir, mas as forças sinistras passam a focar também em impedir o cachorro.

terça-feira, 28 de outubro de 2025

Crítica – Eden

Análise Crítica – Eden


Review – Eden
Dirigido por Ron Howard, Eden conta uma intensa história real que poderia render um cuidadoso estudo sobre civilidade, a relação do ser humano com o mundo e os riscos da soberba humana em ser incapaz de entender sua pequenez diante do poder da natureza. Digo poderia porque o filme nunca faz jus ao potencial que sua história carrega. 

Na natureza selvagem

A narrativa se passa na década de 1940. A Europa está devastada por conta da Primeira Guerra Mundial, o fascismo está em ascensão. O médico Ritter (Jude Law) se muda com a esposa Dore (Vanessa Kirby) para a ilha de Floriana no arquipélago de Galápagos para iniciar um novo modo de vida em comunhão com a natureza e escrever uma nova filosofia para a humanidade. Com o tempo, as histórias do modo de vida dele alcançam o continente e atraem novas pessoas para ilha, como o casal Heinz (Daniel Bruhl) e a esposa Margret (Sydney Sweeney) que vai até lá na esperança de reconstruir a vida, ou a rica Baronesa (Ana de Armas) que chega no local esperando construir um hotel de luxo apesar dos poucos recursos na ilha. Ritter e Dore não ficam animados com a chegada de vizinhos e logo começam as hostilidades por conta dos poucos recursos na ilha.

segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Crítica – Twisted Metal: Segunda Temporada

Análise Crítica – Twisted Metal: Segunda Temporada

Review – Twisted Metal: Segunda Temporada
A primeira temporada de Twisted Metal foi uma grata surpresa ao entregar uma aventura sangrenta e cômica em um mundo pós-apocalíptico no qual as pessoas cotidianamente recorrem à barbárie para sobreviver. A segunda temporada amplia a mitologia dos games ao finalmente colocar os personagens para disputar o brutal torneio de combate veicular que dá nome ao título.

Metal pesado

Depois dos eventos do primeiro ano, John (Anthony Mackie) continua a viver em uma cidade murada enquanto é treinado pela nova Raven (Patty Guggenheim, de Mulher Hulk) para disputar o torneio Twisted Metal. O protagonista, no entanto, não se adequa à vida na cidade nem com a ideia de ser um lacaio de Raven. Ele acaba deixando a cidade na busca por Quiet (Stephanie Beatriz) e descobre que ela está trabalhando com as Dolls, um grupo de saqueadoras que visa acabar com as muralhas. Para tal, planejam competir no Twisted Metal, cujo prêmio é dar ao vencedor o que mais deseja. John decide se juntar a elas, mas o caminho até o torneio não será fácil.