quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Crítica – Back to Black

 

Análise Crítica – Back to Black

Review – Back to Black
Nos últimos anos tivemos várias cinematografias de músicos bastante protocolares que pareciam versões ilustradas de verbetes de Wikipedia, narrando fatos notórios da vida dessas pessoas, sem oferecer qualquer insight a respeito do que as move. Produções como Bohemian Rhapsody (2018), I Wanna Dance With Somedoby: A História de Whitney Houston (2023) ou Bob Marley: One Love. Este Back to Black, cinebiografia de Amy Winehouse, está em outro patamar, sendo uma produção que não é apenas rasa, ela parece ativamente detestar a pessoa que está biografando.

Reescrevendo a história

A narrativa acompanha a trajetória da cantora Amy Winehouse (Marisa Abela), focando no lançamento do álbum Back to Black e na relação entre ela e seu pai, Mitch (Eddie Masran), e o marido, Blake (Jack O’Connell), bem como os problemas da cantora com drogas. Como as produções que citei no primeiro parágrafo, o filme se limita a reconstruir momentos notórios da vida da cantora, mas não ajuda a compreender quem ela era para além desse retrato midiático.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Crítica – Senna

 

Análise Crítica – Senna

Review – Senna
Considerando o quanto Ayrton Senna é importante para o esporte brasileiro e os vários documentários feitos sobre ele é até estranho que tenham demorado tanto para fazer uma ficção. A minissérie Senna é exatamente isso, tentando condensar toda a trajetória do piloto em seis episódios, acompanhando desde seu início na Formula Ford, até seu dia derradeiro na Formula 1, quando faleceu em um acidente.

Vida veloz

A série sofre por tentar compreender um período de tempo muito longo em uma quantidade pequena de episódios e com isso passa muito rápido pelos eventos marcantes da vida de Senna sem dar o devido tempo para analisar como essas experiências impactaram sua trajetória. Talvez tivesse sido melhor se a produção fosse pensada como uma série de duas ou três temporadas. Do jeito que está fica a impressão de uma história compostos por verbetes soltos de Wikipedia que se limitam apenas a narrar os feitos mais notáveis do personagem sem buscar alguma compreensão deles.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Crítica – Sorria 2

 

Análise Crítica – Sorria 2

Review – Sorria 2
O primeiro Sorria (2022) foi uma grata surpresa com sua atmosfera macabra. Com o sucesso dele era de se esperar uma continuação. Esse Sorria 2 tem uma estrutura bem similar ao primeiro, mas tenta superá-lo pelo modo intenso com o qual constrói a tensão ao redor de sua protagonista.

O horror da fama

A narrativa é protagonizada por Skye Riley (Naomi Scott, de Aladdin) uma pop star que tenta retomar sua carreira depois de problemas com drogas e um acidente de carro que matou seu namorado, Paul (Ray Nicholson), e a deixou com várias cicatrizes e dores pelo corpo. Depois de sentir dor durante um ensaio, ela procura o traficante Lewis (Lukas Gage) em busca de analgésicos potentes. Chegando lá, encontra Lewis transtornado, com um sorriso macabro, e ele acaba por se matar na frente dela. A partir de então ela começa a ter visões com acontecimentos bizarros e pessoas com sorrisos sinistros.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

Crítica – Alice: Subservience (Submissão)

 

Análise Crítica – Alice: Subservience

Review – Alice: Subservience
Você já se perguntou como seria o filme Megan (2023) se ao invés de um robô boneca tivéssemos uma robô boazuda? Não? Pois azar o seu, já que é exatamente essa resposta que o filme Alice: Subservience tenta dar. Sua narrativa de um futuro próximo poderia pensar em precarização do trabalho ou transhumanismo, mas prefere ser um slasher genérico com pitadas de um erotismo frígido.

Alma de silicone

A trama acompanha o empreiteiro Nick (Michele Morrone, do pavoroso 365 Dias), cuja esposa está hospitalizada com um sério problema cardíaco. Sem conseguir dar conta das demandas de trabalho e dos filhos, ele compra a robô doméstica Alice (Megan Fox). Dedicada, Alice logo se torna alguém que Nick e os filhos passam a confiar, mas a androide logo demonstra querer ir além de seu papel de ajudante.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Crítica – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

 

Análise Crítica – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim

Review – O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim
Um anime que contasse a história do rei Helm Mão-de-Martelo e de como o a fortaleza que leva seu nome permitiu aos Rohirrim resistirem a uma invasão séculos antes dos eventos de O Senhor dos Anéis: As Duas Torres (2002) não era a primeira coisa que eu pensaria para uma nova produção na Terra-Média (ainda não entendo como ninguém tentou um projeto baseado em Beren & Luthien ou Os Filhos de Húrin). Mesmo não sendo um pedaço da história deste universo que deixava os fãs ansiosos de curiosidade, O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é uma aventura bacana.

Lá e de volta outra vez

A trama é focada em Héra, filha de Helm. Quando um governante do sul, Freca, tenta forçar Helm a casá-la com seu filho, Helm o desafia para uma luta. Durante o combate Freca cai por conta de um soco de Helm e bate a cabeça, morrendo. Helm bane Wulf, filho de Freca, das terras de Rohan, mas ele jura vingança. Anos depois Wulf vem com um exército de mercenários atacar o reino, obrigando todos a recuarem para a fortaleza nas montanhas. Os irmãos de Héra morrem no primeiro ataque de Wulf e agora apenas ela e o pai restam da família real enquanto eles ficam sitiados na fortaleza.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Crítica – O Jogo da Rainha

 

Análise Crítica – O Jogo da Rainha

Review – O Jogo da Rainha
O cinema de Karim Ainouz constantemente dialoga com noções de masculinidade, analisando os problemas e tensões de certas convenções a respeito do que é “ser homem”. Fez isso em filmes como Motel Destino (2024), Praia do Futuro (2014) ou Madame Satã (2002). Neste O Jogo da Rainha ele deixa o contexto brasileiro para ir à Europa do século XVI para construir uma história sobre patriarcado, masculinidade e a resiliência feminina diante de um mundo dominado por homens, algo que ele já fez em A Vida Invisível (2019).

Mundo masculino

A trama se baseia na história real de Catarina Parr (Alicia Vikander), sexta esposa do rei Henrique VIII (Jude Law). Enquanto o marido está fora em guerra, Catarina é nomeada regente e conforme adquire poder vai se tornando uma liderança em uma revolução protestante que via colocar a igreja acima do rei. Quando o monarca retorna da guerra, marcado por ferimentos e infecções, além de problemas com gota, ele não apenas remove o poder de Catarina, reduzindo sua regência a tarefas mínimas. Henrique também se torna mais agressivo e paranoico conforme seu estado de saúde piora e Catarina passa a temer por seu destino.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

Crítica – Empate

 

Análise Crítica – Empate

Review – Empate
Focado na luta do movimento seringueiro do Acre, o documentário Empate explora o passado e o presente dessa luta e da figura de Chico Mendes como principal mobilizadora desses trabalhadores em prol da proteção das matas. O filme acompanha algumas das principais vozes do movimento, praticamente todos atuaram ao lado de Mendes até ele ser assassinado, para compreender como eles se organizaram e o que vem pela frente.

Passado de luta

O filme começa com imagens de arquivo, mostrando entrevistas de Chico Mendes enquanto ele narra a situação com fazendeiros no Acre e a necessidade de evitar o desmatamento. O documentário intercala imagens de arquivo com entrevistas e imagens do presente acompanhando lideranças do movimento. É um produto de natureza mais expositiva, que visa informar o espectador sobre quem foi Chico Mendes, a pauta do movimento, suas conquistas e os problemas atuais da causa.

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Crítica – Disclaimer

 

Análise Crítica – Disclaimer

Review – Disclaimer
Enquanto assistia o último episódio da minissérie Disclaimer me lembrei da frase do crítico Roger Ebert sobre o cinema ser uma máquina de gerar empatia. O modo como narrativas nos mobilizam e nos fazem aderir a um personagem, mesmo quando ele é moralmente duvidoso, e o poder da narrativa em nos fazer agir por conta desses afetos que são mobilizados são temas centrais da produção criada e dirigida pelo diretor Alfonso Cuarón. É uma história que nos lembra como histórias podem ser usadas para convencer a gente sobre um ponto de vista, mesmo que esse ponto de vista não seja capaz de dar conta de toda a história.

Passado esquecido

A trama gira em torno de Catherine (Cate Blanchett), uma documentarista que construiu sua carreira em revelar transgressões que instituições querem esconder. Ela tem seu próprio segredo do passado que está prestes a ser revelado por conta de Stephen (Kevin Kline), um professor recém desempregado que encontra um livro escrito pela esposa falecida, Nancy (Leslie Manville). O livro se baseia na história real da morte de seu filho Jonathan (Louis Partridge) que se afogou na Itália décadas atrás e pinta de maneira extremamente negativa a mulher casada com a qual se relacionou. A mulher em questão é Catherine e Stephen vê no livro uma maneira de se vingar dela, já que a julga responsável pelo afogamento de Jonathan.

quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Rapsódias Revisitadas – Casamento Sangrento

 

Crítica – Casamento Sangrento

Review – Casamento Sangrento
Lançado em 2019 Casamento Sangrento não foi exatamente um sucesso imediato, mas acabou ganhando um certo status cult ao longo do tempo por conta de sua narrativa slasher cheia de mortes sangrentas e o carisma hiperbólico de seus personagens. A narrativa é centrada em Grace (Samara Weaving), que está prestes a casar com Alex (Mark O’Brien), cuja rica família, dona de um império de jogos de tabuleiro, não vê Grace com bons olhos.

Jogos mortais

No dia do casamento Alex avisa Grace da sua tradição familiar. Toda vez que alguém se casa, o novo membro da família precisa jogar um jogo com a família. O que Alex não conta para a noiva é que o que estará em jogo é a vida dela, já que sua família pretende usá-la como sacrifício para a misteriosa entidade que seria responsável pela prosperidade em seus negócios.

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

Crítica – Blitz

 

Análise Crítica – Blitz

Review – Blitz
Dirigido por Steve McQueen, diretor responsável por 12 Anos de Escravidão (2013) e As Viúvas (2018), Blitz retrata o período dos constantes bombardeios nazistas contra Londres durante a Segunda Guerra Mundial. É uma produção que tenta retratar a sobrevivência em um período de constante perigo e escassez, mas que por vezes tenta manejar tantas ideias ao mesmo tempo que não desenvolve nenhuma de maneira impactante.

Notícias de uma guerra cotidiana

A trama acompanha a jovem Rita (Saoirse Ronan), que vive com o pai e o filho George (Elliott Heffernan) em uma Londres sob constantes alvos de bombardeios. Quando o governo evacua as crianças da cidade, Rita e George se separam, mas George não vai para o abrigo do governo. Ele pula do trem durante o trajeto e tenta voltar para casa sozinho, enquanto isso Rita continua a trabalhar em uma fábrica, produzindo armamentos para o esforço de guerra, enquanto tenta sobreviver aos bombardeios constantes.