Câmera-olho
A câmera é uma presença constante em cena, mas ela opera de maneira relativamente paradoxal. Apesar de estar fisicamente no espaço em muitos casos ela age como um olhar onisciente sobre aquele universo ficcional, com os personagens nunca reconhecendo a presença do dispositivo, sendo simultaneamente uma presença e uma ausência. De certa forma a câmera age como um espectro, uma assombração, vendo sem ser vista. Soderbergh leva isso para a literalidade ao contar toda a história de Presença do ponto de vista de uma assombração presente em uma casa. A câmera funciona aqui como o olhar etéreo dessa entidade que vaga pelo imóvel.