Caótico, surpreendente, violento, subversivo, um tapa na cara da atual sociedade consumista ocidental. Tudo esses adjetivos e muitos outros podem ser atribuídos a esse sensacional filme de David Fincher adaptado do livro homônimo de Chuck Palahniuk.
O personagem de Edward Norton é um executivo de uma empresa de carros que investiga problemas nos automóveis e verifica a necessidade de realizar recall. Ele vive uma vida confortável, com acesso a tudo que o mundo moderno tem a oferecer, entretanto sua existência é vazia. O Narrador está tão mergulhado nesse mundo de consumo e futilidade que nem se dá ao trabalho de falar seu e nome e, na verdade, isso não interessa. Edward Norton é a representação do homem moderno atual, ele é você, eu, todos nós, todos que se entregam de bom grado aos confortos supérfluos do consumo e esquecemos que nada disso torna ninguém melhor.
Angustiado por uma insistente insônia, o Narrador passa a frequêntar grupos de ajuda a pessoas com doenças terminais e passa a se sentir completo ao conviver com pessoas que tem vidas piores que a dele. O breve período de tranquilidade que ele vive é interrompido quando outra farsante começa a freqüentar seus grupos de apoio e ele volta a sentir insônia. É nesse momento que ele conhece Tyler Durden(Brad Pitt).
Junto com Tyler, o Narrador cria o clube da luta. O clube é onde homens se reúnem para brigar entre si, não para se mostrarem superiores ou pelo prazer de ferir os outros, e sim para extravazar todas as suas angústias e frustrações, todo o sentimento de revolta contra o vazio que lhes devora por dentro numa espécie de psicanálise física. Como o próprio Tyler diz, a geração pós-Vietnã não teve uma grande depressão ou uma grande guerra, a grande guerra atual é uma guerra espiritual, uma luta do homem para dar um real próposito em suas vidas mesmo quando todas as forças ao seu redor lhe dizem o que se deve vestir, comer e como deve se parecer. Nesse ponto, a violência mostrada no filme é na verdade metafórica, não é uma obra que incita a violência como muitos dizem, o filme retrata a luta do homem por identidade própria contra um meio social alienante que impõe a ele um modo de vida dito como ideal e perfeito.
Com o tempo, o clube da luta acaba evoluindo e se torna uma verdadeira organização terrorista liderada pelo lunático Tyler Durden. Seu objetivo é destruir as bases do modo de vida consumista e mostrar à sociedade que as pessoas não precisam disso para alcançar a felicidade ou para definir quem são("você não é a roupa que veste ou o carro que dirige, você não quanto tem no banco ou onde você mora"). Conforme o filme caminha para seu surpreendente e inesperado desfecho, fica claro que a mensagem que se deseja passar não é a da apologia ao terrorismo e sim mostrar que radicalismo e violência não bastam para transformar uma sociedade, a mudança tem que ser ideológica.
Clube da Luta é um filme perigoso, como anunciam muitos dos detratores da obra, concordo. É de fato um filme perigoso para aqueles que fazem se prendem a perceber apenas a surperficialidade do que é mostrado sem refletir sobre as questões levantadas, as nuances e construções metafóricas da narrativa. Uma reflexão profunda sobre a obra revela que sua intenção não é ser facista, na verdade, como falei nos parágrafos anteriores, a mensagem é pacifista.
Com toda a polêmica que o envolve e todas as diversas mensagens que carrega, Clube da Luta é uma rapsódia que merece ser revisitada.
Clube da Luta é um filme perigoso, como anunciam muitos dos detratores da obra, concordo. É de fato um filme perigoso para aqueles que fazem se prendem a perceber apenas a surperficialidade do que é mostrado sem refletir sobre as questões levantadas, as nuances e construções metafóricas da narrativa. Uma reflexão profunda sobre a obra revela que sua intenção não é ser facista, na verdade, como falei nos parágrafos anteriores, a mensagem é pacifista.
Com toda a polêmica que o envolve e todas as diversas mensagens que carrega, Clube da Luta é uma rapsódia que merece ser revisitada.
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