sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Os Boêmios Analisam - Star Wars: Clone Wars
George Lucas é uma grande exceção no mercado do cinema. Ele não precisa sair mostrando seu roteiro para vários estúdios até que um decida fazer o filme. Ele não tem um monte de executivos em sua cola para garantir que o filme tenha censura baixa, ou que tenha elementos que agradam o público teen, seus trabalhos não precisam passar por exaustivas exibições teste, grupos focais ou pesquisas de mercado. Lucas simplesmente faz o que ele quer e os estúdios de cinema e canais de TV que se degladiem para destribuir suas obras, tanto que este Clone Wars não foi distribuído pela Fox como de costume e sim pela Warner. Divagações mercadológicas à parte, vamos ao filme.
Para quem não sabe, este filme é uma introdução para uma série animada que será exibida pelo Cartoon Network nos EUA, aqui no Brasil ainda não se sabe, então não é de se estranhar que tudo esteja um pouco mais infantilizado. O primeiro momento que vemos isso é na aparição da jovem padawan Ahsoka Tano, claramente feita para agradar as pré-adolescentes viciadas em Hannah Montana, a nova personagem é esperta, espevitada e de personalidade forte, temos também muitas cenas engraçadas e gags envolvendo os dróides do exército separatista, mas graças ao bom Deus nenhuma delas chega sequer perto da vergonha alheia causada por um Jar Jar Binks ou os malditos ewoks.
A animação em si é muito bem feita, misturando elementos de desenhos ocidentais e orientais lembrando bastante o trabalho de Genddy Tartakovski(Samurai Jack) na minissérie Guerras Clônicas e os personagens são bastante expressivos, transmitindo tanto carisma quanto suas versões de carne e osso do filmes.
A história? Err...bem..não tem muita, na verdade. A animação é movida por um fiapo de roteiro que envolve o sequestro do filho de Jabba The Hutt e leva os dois lados da guerra numa busca pela larva gorducha com o intuito de ganhar a simpatia do mafioso galáctico. A trama acaba se desdobrando em muitas reviravoltas, sendo algumas delas bastante descartáveis. São tantas trapaças e blefes e idas e vindas que até parece um livro do Dan Brown(e isso não é um elogio porra!!!).
Se a história não é lá grandes coisas, o mesmo não pode ser dito das sequências de ação que fazem jus ao título do filme, a guerra está por todo o universo Star Wars e o pau come solto, seja em combate entre clones e dróides(com direito a uma sequência estilo câmera-na-mão que lembra o início de Resgate do Soldado Ryan), seja em duelos de sabres-de-luz. As batalhas são tão empolgantes que acho que vou tirar a poeira do meu Star Wars Battlefront II de PS2. Finalmente os fãs verão as grandes batalhas que a nova trilogia quase não mostrou(apenas o episódio III é digno da franquia). Sem falar que para quem é fã, sempre é emocionante ver no cinema os "pôres-dos-sóis" em Tatooine ao som do tema Light Of The Force de John Williams.
Nota 7,5
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Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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