terça-feira, 6 de outubro de 2009
Os Boêmios Analisam - Kingdom Hearts 358/2 Days
Para qualquer um que não tenha chegado perto de um Playstation 2, a idéia de juntar os universos da Disney e Final Fantasy com personagens originais da Square Enix pode parecer uma ideia fadada ao fracasso, entretanto, qualquer um que tenha conhecido qualquer um dos três Kingdom Hearts sabe a força que esta franquia tem.
O novo game não traz mais como protagonista o garoto Sora, mas o jovem Roxas, criado a partir de Sora do final de KH1(é complicado demais para explicar). Sem memórias de quem é ou para onde veio, Roxas é recrutado pela misteriosa Organization XIII, seita formada por seres que se denominam Nobodies, seres sem coração que vagam pelo universo coletando os corações contidos em dêmonios chamados Heartless para poderem recuperar seus próprios corações, e a amizade que se forma entre Roxas e dois membros da seita.
Os fatos deste Kingdom Hearts ocorrem durante todo o período entre o primeiro e segundo game(e consequentemente ao mesmo tempo de Chain of Memories), com os roteiros complexos, que captam o espectador pelo carisma dos personagens e forte apelo emocional.
O visual do jogo pode ser considerado um dos mais belos do DS, transmitindo um visual semelhante aos de PS2, apesar de um excesso de serrilhados e algumas texturas pobres. Por outro lado, as cenas em CG usadas para contar momentos chave da trama são de alta qualidade, engrandecendo ainda mais o game.
Os cenários são menos numerosos do que nos games anteriores, o que nos obriga a rodar por muitas vezes pelas mesmas paisagens. Para contrabalançar isso, a história se desenvolve num esquema de missões curtas que envolvem destruir um certo número de inimigos, coletar informações ou encontrar determinado item e nessas missões as áreas a se visitar já são pré-determinadas.
A ação do game se desenvolve em tempo real assim como nos jogos anteriores, dando ao jogador uma grande gama de combos, magias e finalizadores para conduzir o personagem de acordo com seu estilo de jogo. O novo sistema de painéis contribui para esse alto nível de customização, embora existam algumas ressalvas como a ausência do atributo MP(será que não aprenderam com Final Fantasy VIII?), tendo que equipar uma por uma as magias que se deseja usar, e também a necessidade de se equipar os levels ganhos através de experiência. Outras ressalva é a câmera, que em muitos momentos prejudica o jogador com péssimos ângulos.
Outro ponto forte da jogabilidade é o Mission Mode, que oferece um multiplayer para até 4 pessoas podendo escolher entre quaisquer integrante da Organization XIII, revisitando as missões do jogo e algumas extras. Uma pena esse modo cooperativo não se aplicar para a história principal.
A trilha sonora é toda reciclada dos jogos anteriores, mas isso não é algo que chegue a incomodar, pois não deixam cair o alto nível da produção, assim como a dublagem, que mantém a competência e as vozes dos outros games.
Kingdom Hearts 358/2 Days mantém a qualidade dos capitúlos anteriores usando toda a capacidade do hardware do Nintendo DS e ainda acrescenta ótimas inovações e adições à sua franquia de sucesso.
Nota: 8,5
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Games,
Os Boêmios Analisam
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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