quarta-feira, 28 de maio de 2014

Crítica - Rio 2


O primeiro Rio (2011) era uma aventura carismática que chamava atenção pela sua criatividade e energia, em especial nos seus números musicais e canções que misturavam diversos ritmos e referências. Sua continuação, embora não chegue a elevar o nível do original, consegue ser bem divertida e vibrante.
 
Na trama, os ornitólogos Túlio (Rodrigo Santoro) e Linda (Leslie Mann) estão explorando a floresta amazônica em busca de outras aves raras quando acidentalmente encontram outras ararinhas azuis. Blu (Jesse Eisenberg) e Jade (Anne Hathaway), devidamente acompanhados por seus filhos, resolvem então empreender uma jornada até a Amazônia para descobrir se há outros remanescentes de sua espécie além deles. Enquanto isso, a tentativa e Túlio e Linda de criar um santuário de aves na floresta chama a atenção dos criminosos que exploram ilegalmente a madeira da floresta, ao mesmo tempo em que Blu e seus amigos se reencontram com seu antigo inimigo, a cacatua Nigel (Jemaine Clement).

A trama repete o mesmo conflito do anterior, tirando Blu de seu ambiente confortável e colocando-o em um espaço no qual precisa novamente aprender a sobreviver, contrapondo mais uma vez a personalidade acomodada e urbana de Blu entrando em conflito com o jeito mais ligado à natureza de Jade. Temos ainda a subtrama envolvendo o protagonista e o pai de Jade, Eduardo (Andy Garcia), que claramente não gosta do jeito demasiadamente “humano” de seu genro, mas também não há muita novidade aí, já que este arco transcorre exatamente igual a filmes como Entrando Numa Fria (2000) com o sogro demonstrando a todo tempo sua insatisfação e a inadequação do genro, enquanto tenta aproximá-la de um antigo amigo, Roberto (Bruno Mars), que ele julga ser mais apropriado para ela.
 
Se a trama é esquemática e previsível, o filme pelo menos continua a acertar no carisma dos personagens, em especial o vilão Nigel que consegue ser igualmente ameaçador e divertido, bem como no humor, criando situações bem interessantes que trabalham com criatividade as possibilidades daquele ambiente, como as hilárias tartarugas capoeiristas, e exibindo um bom timing cômico, conforme vemos na cena do “gol” de Blu durante o futebol das aves.

O forte do filme, no entanto, continua sendo as ótimas cenas musicais, com coreografias vibrantes, coloridas e cheias de inventividade e canções cujas letras vão ficar na cabeça e arranjos que misturam diversos ritmos e referências culturais, além de números com menções a outros musicais como O Fantasma da Ópera e Flashdance (1983).

Rio 2 pode ser bem derivativo em relação ao primeiro filme, mas ainda é uma jornada divertida, enérgica e vibrante.

Nota: 6/10

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