quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Crítica - Os Mercenários 3

Resenha Os Mercenários 3


Análise Os Mercenários 3
Muitos irão dizer que este Os Mercenários 3 é um filme ruim. A questão é que o produtor e astro de ação Sylvester Stallone realmente queria fazer um filme ruim. Diferente dos filmes de sujeitos como Michael Bay, que conduzem suas bobagens como se estivessem fazendo verdadeiros épicos, Stallone e sua turma entendem que este não é o tipo de filme que deve se levar a sério e tudo nele é autoconsciente da própria tosqueira e completo descompromisso com verossimilhança. Deste modo, é bem difícil dizer que o filme falha em alcançar suas ambições.
Na trama, o grupo liderado por Barney Ross (Sylvester Stallone) acaba de tirar da cadeia o mercenário Doc (Wesley Snipes) para auxiliá-los a parar um poderoso traficante de armas. O que ninguém sabia é que o traficante era Conrad Stonebanks (Mel Gibson), um antigo aliado de Ross que ele acreditava estar morto. Quando Stonebanks fere gravemente um dos membros do grupo de Ross, ele percebe que seu grupo de mercenários pode estar ficando velho demais para este trabalho e decide formar uma nova equipe de jovens mercenários para deter Stonebanks. Logicamente, os novatos são capturados e Ross precisa recorrer aos seus tradicionais aliados, bem como seu rival Trench (Arnold Schwarzenegger), o falastrão Galgo (Antonio Banderas) e o espião Drummer (Harrison Ford), para deter o vilão.

Obviamente este fiapo de roteiro é apenas uma desculpa para longas sequências de ação nas quais os protagonistas despacham centenas de soldados e explodem tudo em seus caminhos. Apesar não trazer nada de efetivamente novo, a pancadaria é relativamente bem conduzida e empolgante, dando espaço para que cada um dos personagens mostre seus talentos.

O forte do filme, no entanto, continua sendo as interações entre os personagens com suas frases de efeito e personalidades que são fundamentalmente paródias de suas próprias personas, como as piadas envolvendo o personagem de Snipes e o fato dele ter ficado preso, sendo que o ator foi realmente preso (por evasão fiscal) fora das telas. O destaque fica por conta da entrada de Banderas como um mercenário que simplesmente não consegue calar a boca. Além dele, Mel Gibson se apresenta como o melhor vilão da franquia até aqui criando um vilão instável e psicótico que se mostra como uma ameaça verdadeiramente crível.

O problema fica mesmo por conta do elenco de novatos, que não chega nem perto de ter o carisma dos brucutus velhacos, já que boa parte da diversão é justamente brincar com a bagagem cinematográfica de cada um e os jovens atores não possibilitam isso. Se o filme já os colocasse lado a lado da equipe tradicional seria mais aceitável, mas em determinado momento ficamos apenas com os novatos e tudo perde um pouco a graça. Kellan Lutz e a lutadora Ronda Rousey até se esforçam, mas nunca conseguem ser tão interessantes quanto os velhos astros de ação. Eu poderia também mencionar os diversos furos de roteiro, que tem mais buracos que uma rodovia brasileira, mas, bem, não é uma preocupação do filme e nem daqueles que irão assisti-lo, fazer isso seria chutar cachorro morto.

Os Mercenários 3 continua entregando exatamente aquilo que promete, uma boa diversão descompromissada ancorada no encontro de vários astros de ação. Pode não ser inovador e se apoia bastante em clichês, mas em um tempo em que muitos blockbusters falham em sequer divertir, este pelo menos é um bom passatempo.


Nota: 6/10

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