Depois de assistir o arrastado e
entediante Mulheres ao Ataque
imaginei que a atriz Cameron Diaz não conseguiria fazer outro filme tão
equivocado tão cedo e assim entrei na sala de cinema para ver este filme
esperando algo menos intragável. Infelizmente eu estava enganado e este Sex Tape: Perdido na Nuvem consegue ser
ainda pior que a comédia anteriormente citada.
Na trama, Jay (Jason Segel) e
Annie (Cameron Diaz) são um casal com dois filhos cujo relacionamento caiu na
rotina e sente falta do sexo desenfreado de sua época de namoro. Com o objetivo
movimentar mais as coisas, eles decidem fazer um vídeo de sexo, mas Jay se
esquece de apagar o vídeo de seu tablet
e depois descobre que ele ainda está sincronizado com alguns tablets antigos que deu de presente a
amigos e conhecidos. Temendo que as pessoas vejam seu vídeo, Jay e Annie correm
para reaver os aparelhos antes os vídeos se espalhem.
Apresentando uma total falta de
ritmo narrativo e timing cômico desde
a longa e cansativa narração em off que inicia longa, o filme irá falhar em
todas as suas tentativas de fazer rir ao criar situações que, mesmo no regime
de absurdo da comédia, desafiam qualquer suspensão de descrença ou noção de
credibilidade.
Esse problema já começa no
próprio evento que inicia a crise, é difícil crer que um alguém daria tablets de presente e os manteria
sincronizados com seus dispositivos pessoais, também é complicado comprar a
ideia de que um sujeito que trabalha no ramo da música não sabe como esse tipo
de coisa funciona e tenta solucionar tudo da maneira mais idiota possível, como
invadir o escritório de um site de vídeos pornô para quebrar os servidores.
Para piorar, o filme investe em
situações que não chegam a ser particularmente engraçadas e as estende mais do
que deveria, como ocorre em todo o segmento na casa de Hank (Rob Lowe), futuro
chefe de Annie. O filme gasta um tempo enorme com Jay sendo perseguido por um
cachorro, como se ver alguém correndo por mais de dez minutos bastasse para
fazer rir e o mesmo pode ser dito dos diálogos entre Annie e Hank cuja graça
consistiria somente no fato dele ser um empresário que lida com brinquedos
infantis, mas gosta de heavy metal e
cheira cocaína.
Além disso, tem a irritante
tentativa de tentar transformar um personagem em vilão que é abandonada
momentos depois quando o sujeito decide desistir de chantagear o casal e ao
ouvir sua motivação para tal, nos perguntamos porque, então ele os chantageou?
Logicamente, durante a busca, o casal se reconecta e redescobre a paixão de
outrora, mas tudo isso se desenvolve através de diálogos tão clichê e piegas
que é difícil não revirar os olhos nesses momentos.
É triste ver comediantes tão bons
como Jason Segel ou Rob Coddry desperdiçados em um texto tão preguiçoso e
rasteiro, principalmente se levarmos em conta que o próprio Segel co-escreveu o
roteiro. Um material preguiçoso que tenta fazer graça em cima de uma junção
pouco coesa de gags baseadas em gritos
histéricos, correria e referências pop
vazias. O problema em si não é o uso destes recursos, mas tentar preencher uma
hora e meia apenas com isso. No fim das contas Sex Tape: Perdido na Nuvem é apenas uma comédia entediante,
desinteressante e sem ritmo que lamentavelmente não consegue fazer bom uso de
seus atores.
Nota: 1/10
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