segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Crítica - Annabelle

Análise Crítica - Annabelle


Review - Annabelle
Invocação do Mal (2013) foi um dos filmes de terror mais eficientes que vi nos últimos anos. Sucesso de público e de crítica, era difícil imaginar que não tentariam fazer mais um filme sobre aquele universo e não foi uma surpresa quando anunciaram este Annabelle, prelúdio que trata da boneca demoníaca do filme original. O problema é que continuações de terror raramente são tão boas quanto o original e lamentavelmente este filme não é uma exceção à regra.


A trama se passa nos anos 70 e foca no casal Mia (Annabelle Wallis) e John (Ward Horton) que está prestes a ter sua primeira filha. A vida do casal muda quando sua casa é invadida por cultistas que tentam matá-los para realizar algum tipo de ritual. A polícia chega a tempo e salva os dois, mas uma das cultistas se tranca no quarto e comete suicídio enquanto segura uma das bonecas da coleção de Mia nos braços. A partir de então o casal e sua filha recém-nascida passam a experimentar uma série de ocorrências sobrenaturais que parecem ligadas à boneca.

O primeiro problema no filme é já deixar claro logo de cara a natureza da boneca, afinal boa parte do medo vem de não saber com o que estamos lidando. Ao nos informar de cara que ela se transformou em um condutor para forças demoníacas, boa parte do temor e apreensão sobre o que poderá acontecer vai embora, pois já ficamos com uma ideia clara do que virá. Assim, apenas sentamos pacientemente esperando o momento que tudo irá ruir sobre os personagens ao invés de sentarmos na beira de nossos assentos temendo de onde virá e o que fará essa ameaça desconhecida.

Apesar de previsível, sua primeira metade consegue ser eficiente em evocar alguns sustos, principalmente por causa do trabalho de Annabelle Wallis que faz de Mia uma figura traumatizada e fragilizada pelos eventos recentes. Como conseguimos aderir à personagem, acabamos por temer pelo seu destino, mesmo sabendo que as coisas não ficarão nada bem.

Entretanto, tudo dá uma guinada para o pior quando o filme chega em seu clímax e entra no que eu chamaria de “modo Brinquedo Assassino” colocando a boneca para agir mais ativamente, fazendo-a levitar diante dos personagens ou seus olhos ficarem vermelhos, além de aparições de várias criaturas em uma computação gráfica tosca. Essas escolhas terminam mais para descambar para o humor involuntário do que efetivamente para o medo e diluem bastante a eficácia do filme.

Além disso, há todo o problema do desfecho da história, já que é difícil crer que uma vizinha que mal os conhece seria capaz de fazer o que ela faz por eles, mesmo a justificativa da perda da filha parece muito pouco para que acreditemos em uma ação tão extrema de sua parte. Deste modo, o encerramento da trama parece conveniente demais para resolver todos os problemas dos personagens sem lhes trazer nenhuma consequência, algo que parece fácil demais e pouco merecido da parte deles se considerarmos que lidaram com uma ameaça tão grande.

No fim das contas este Annabelle revela-se apenas um prelúdio que fica muito aquém de seu antecessor, entregando uma obra previsível e falhando em nos mergulhar na mesma atmosfera de medo que é esperada em filmes do gênero.


Nota: 5/10

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