O
primeiro Uma Noite no Museu (2006)
era, na melhor das hipóteses, um passatempo descartável, mas não tinha nada
realmente digno de nota. Apesar disso, conseguiu faturar uma continuação, que
era apenas uma repetição expandida do primeiro filme. De um modo ainda mais
incompreensível chegamos a este terceiro filme que é basicamente o total
esgotamento da fórmula iniciada no primeiro.
No
filme, Larry (Ben Stiller) percebe que há algo errado com a relíquia que dá
vida aos objetos do museu. Para salvar todos, ele precisa levar o príncipe Ahkmenrah
(Rami Malek) e sua relíquia para o Museu Britânico, onde estão expostas as
múmias de seus pais, os únicos que conhecem seus mistérios. Em meio a tudo
isso, Larry precisa se reaproximar do filho (de novo), já que ele não parece
estar disposto a entrar para uma faculdade.
Tentar
preencher os 97 minutos de filme com apenas este fiapo de trama é talvez o
problema principal do filme, já que tudo segue um ritmo morno, sem energia ou
criatividade, faltando o clima de aventura dos outros dois. Os personagens são
todos os mesmos dos dois filmes anteriores e repetem as mesmas piadas, o que
parece uma decisão pra lá de preguiçosa se levarmos em consideração a mudança
de cenário.
Com
a ida para a Inglaterra o filme podia colocar o protagonista para interagir com
várias figuras britânicas como Shakespeare, Churchill ou a Rainha Vitória, ao
invés disso, o único personagem a se juntar ao elenco é o cavaleiro Lancelot
(Dan Stevens). Além dele, as únicas adições ficam por conta da vigia
interpretada por Rebel Wilson, cuja verborragia e excessos soam mais
aborrecidos do que engraçados, e um neanderthal demasiadamente parecido com
Larry que apresenta um humor físico no qual as gags são pra lá de previsíveis.
Se
o filme falha em nos apresentar uma aventura interessante, também falha em nos
fazer rir. Não há muito mais piadas para fazer em cima de personagens que vemos
nas mesmas situações durante dois filmes, então tudo parece uma repetição
aborrecida. Mesmo atores carismáticos como Steve Coogan ou Robin Williams tem
pouco a fazer com um material tão limitado.
Creio
ter rido em apenas dois momentos em todo o filme. Um deles é quando Jed (Owen
Wilson) e Octavius (Coogan) são carregados pelo duto de ventilação e a montagem
alterna entre a diminuta perspectiva deles e uma perspectiva de alguém de
tamanho normal. A outra é uma pequena ponta de Hugh Jackman como ele mesmo que
poderia ser melhor não fosse a necessidade do filme em explicar a própria piada
feita em cima do ator com "ele está
fazendo o Wolverine".
O
conflito do distanciamento entre Larry e o filho soa repetitivo por algo
parecido já ter sido explorado no primeiro filme e também por ser uma
construção demasiadamente clichê do dilema do pai que não aceita o crescimento
do filho. Logicamente, ao logo do filme eles se reaproximam e tudo se resolve
de modo extremamente óbvio.
Uma Noite no Museu 3: O Segredo da
Tumba mostra o evidente desgaste de
sua fórmula, apresentando um produto moroso, rasteiro e sem graça. Talvez os
fãs fervorosos dos dois primeiros filmes consigam aproveitar um pouco, todo o
resto do público, no entanto, tem pouco a aproveitar aqui.
Nota:
4/10
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