quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Crítica - Até Que a Sorte Nos Separe 3


Análise Até Que a Sorte Nos Separe 3

Review Até Que a Sorte Nos Separe 3
A vida algumas vezes nos pega desprevenidos. Recentemente publiquei minhas escolhas para piores filmes do ano, pois 2015 estava terminando e eu imaginei que não veria mais nada até o fim do ano e mesmo que visse, dificilmente seria alguma bomba capaz de entrar no top 10. Este Até Que a Sorte Nos Separe 3 não apenas quebrou tudo isso, como conseguiu a proeza de roubar do completamente execrável Para o Que Der e Vier a primeira posição de pior coisa que vi nos cinemas esse ano e isso não é pouca coisa.

Depois de ficar rico e perder tudo duas vezes, o atrapalhado Tino (Leandro Hassum) se vê mais uma vez rico ao ser atropelado por Tom (Bruno Gissoni), filho do bilionário Rique (Leonardo Franco). Além de pagar as despesas médicas de Tino, Rique lhe dá um emprego em sua corretora de ações para compensar o ocorrido, mas logicamente Tino põe tudo a perder e põe a empresa e o país em direção à falência.

Como de costume Hassum, assim como Kevin James, parece adepto ao subgênero cômico do "gordo gritando", que consiste basicamente em berrar todas as linhas de diálogo enquanto age do modo mais exagerado possível na esperança de que alguém ria de alguma coisa. Assim como nos filmes protagonizados por James (e normalmente produzidos por Adam Sandler), o personagem de Hassum é tão absurdamente estúpido, incoveniente e sem noção que é impossível aderir a ele e à história, já que qualquer pessoa que agisse do modo como ele age não seria capaz de viver em nossa sociedade. Seus berros histéricos são tão incessantes e insuportáveis que com quinze minutos de filme meus ouvidos já estavam cansados e começava a torcer para que esse brutal ataque aos meus sentidos acabasse logo. O que não aconteceu, dada a duração de uma hora e quarenta e cinco minutos (de pura tortura mental) da fita

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Crítica - As Sufragistas


Análise As Sufragistas

Review As Sufragistas
A discussão sobre os direitos da mulher, igualdade de gêneros e suas representações tem sido bastante exploradas ultimamente no cinema. Apenas nos últimos meses tivemos os ótimos Olmo e a Gaivota, filme da brasileira Petra Costa que trazia um olhar bem interessante sobre a gestação, e o documentário Malala, sobre a jovem paquistanesa baleada pelo talibã depois de protestar contra a proibição das mulheres frequentarem escolas. Esse As Sufragistas continua esse movimento de falar a respeito dessas questões, mas lamentavelmente não chega a ser tão interessante quanto os filmes anteriormente citados.

A história se passa na Inglaterra no início do século XX quando as mulheres ainda eram proibidas de votarem. Depois que o parlamento nega o mais recente pedido pelo voto feminino, um grupo feminista começa a coordenar atos de desobediência civil para chamar atenção para o problema. A operária Maud (Carey Mulligan) entra em contato com o movimento graças a uma colega de trabalho e, apesar de não nenhuma formação política, percebe que o direito ao voto poderia ser um caminho para uma vida melhor e mais igualitária para as mulheres.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Crítica - Macbeth: Ambição e Guerra



Este Macbeth: Ambição e Guerra (até agora não entendi pra quê esse subtítulo, mas, enfim) é um filme sombrio, depressivo, cheio de pessoas horríveis e nem um pouco recomendável se você estiver tendo um dia ruim. Ou seja, é uma adaptação bastante competente da tragédia shakespeariana à qual se baseia, afinal, se você não sair com um gosto amargo na boca depois de ver qualquer versão de Macbeth, algo não foi feito corretamente.

Para quem não conhece a famosa história, seguimos o nobre escocês Macbeth (Michael Fassbender) que depois de uma batalha encontra um grupo de bruxas e estas profetizam que ele irá virar rei da Escócia. Ao contar tudo para sua esposa, Lady Macbeth (Marion Cotillard), e ao saber que a providência está de seu lado, ela começa a tramar o assassinato do rei Duncan (David Thewlis), covencendo o marido a cometer o regicídio. O casal consegue o que quer, mas passa a ser consumido pela culpa e paranoia. Macbeth começa a achar que seus aliados Banquo (Paddy Considine) e Macduff (Sean Harris, o vilão do recente Missão Impossível: Nação Secreta) podem se voltar contra ele e decide agir.

Reflexões Boêmias: Piores Filmes de 2015


Final de ano chegando e hora de fazer o balanço do passou. Com o cinema não é diferente e essa é a época de relembrar o que teve de bom ao longo do ano, mas também o que teve de muito ruim. Normalmente as pessoas começam pelos melhores, mas preferi iniciar o meu balanço com um ranking dos piores. Então vamos às experiências mais dolorosas e insuportáveis que tive dentro de um cinema este ano. Logicamente, levei em conta apenas o que foi lançado comercialmente no Brasil ao longo de 2015. [Atualizado: 23/12/2015 às 21:27] Fiz esse post certo de que no último fim de semana do ano não estrearia nada capaz de perturbar a ordem desta lista, mas o atroz Até Que a Sorte Nos Separe 3 chegou aos 45 do segundo tempo para me fazer reavaliar tudo e tornando o top 10 um top 11. Se quiserem saber em qual posição ficou, continuem lendo [Fim da atualização].



Épico de ação arrastado, com embates desprovidos de energia ou empolgação e coreografias burocráticas. A narrativa é toda apoiada em clichês e a atuação canastrona e caricata de Hayden Christensen também não ajuda. Nicolas Cage ocasionalmente aparece para devorar o cenário e acaba divertindo com seu jeito over, mas é muito pouco para salvar esse desastre.

 Trailer:

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Crítica - Star Wars: O Despertar da Força


Análise Star Wars: O Despertar da Força

Review Star Wars: O Despertar da Força
Havia uma grande expectativa e antecipação sobre esse novo Star Wars, conheço muita gente que mal continha a ansiedade. Eu preferi segurar o hype, afinal eu estava lá em 1999 quando uma nova trilogia se iniciava com A Ameaça Fantasma e todas as altas expectativas e esperanças foram soterradas em uma avalanche de inaptidões. Por isso, fiquei bastante aliviado ao sair da sessão deste O Despertar da Força, que é o retorno em grande estilo que os fãs esperavam desde a trilogia prelúdio.

A trama foi mantida a sete chaves durante toda a divulgação do filme e eu acho realmente louvável o esforço, principalmente em uma época em que toda a trama é dada nos trailers (estou olhando para você, Batman v. Superman) e ver o filme torna-se mera formalidade, já que entramos sabendo todas as reviravoltas e surpresas. Aqui isso não acontece e cada revelação e cada reviravolta nos dá um sentimento genuíno de descoberta, mesmo quando são algumas coisas que já suspeitávamos que aconteceria. Não vou aqui dar muitos detalhes, pois quero respeitar a reserva da Disney e do diretor J.J Abrams em preservar o frescor da nossa experiência. O máximo que posso dizer é que gira em torno de Finn (John Boyega), um stormtrooper que quer se afastar da Primeira Ordem, e Rey (Daisy Ridley), uma jovem solitária que vive no desértico planeta Jakku recolhendo sucata.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Crítica - The Ridiculous 6



O serviço de streaming Netflix se tornou bastante reconhecido pela qualidade de suas produções originais, tanto de seriados quanto de documentários, mas foi apenas recentemente que a plataforma começou a investir em longas-metragens de ficção. O primeiro foi o ótimo Beasts of No Nation, impactante história sobre crianças soldado na África, mas o projeto seguinte pegou todos de surpresa com o anúncio de que a Netflix se juntaria com Adam Sandler, comediante famoso pelos trabalhos rasteiros e cujas bilheterias vem diminuindo a cada novo projeto, tornando a escolha incompreensível tanto por razões artísticas quanto comerciais.

A produção foi marcada por problemas, em especial quando os figurantes indígenas se recusaram a trabalhar acusando o filme de ser racista. Dado o histórico de Sandler em fazer um humor baseado na reafirmação de preconceitos de raça e gênero, o filme começou a ser execrado antes mesmo de ser lançado e tudo apontava para um completo desastre. A verdade, no entanto, é que o filme de fato não é exatamente ofensivo em relação aos indígenas, embora seja difícil dizer se ele sempre foi assim ou se alterações foram feitas depois da polêmica ter surgido. De todo modo, nada disso evita que a obra seja mais uma coleção de piadas preguiçosas e desinteressantes que pode até não estar no baixo nível de atrocidades como Gente Grande 2 (2013) ou Cada um Tem a Gêmea que Merece (2011), mas ainda assim passa longe de ser minimamente satisfatória e é provavelmente a pior produção original do Netflix até então.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Crítica - O Clã



Baseado na história real de uma série de crimes que chocou a Argentina na década de oitenta, O Clã acompanha uma família de classe média argentina cujo patriarca, Arquimedes (Guillermo Francella), perde o cargo depois do fim do governo militar. Sem trabalho, inicia um empreendimento criminoso de sequestrar pessoas com posses para pedir resgate e depois elimina os reféns para que não possa ser identificado. Além de algum capangas, o patriarca ainda conta com o auxílio do filho mais velho, Alejandro (Peter Lanzani), que o ajuda a identificar alvos e realizar os sequestros. As vítimas são mantidas no porão da casa da família, cujos membros restantes fingem ignorar o que acontece, mas, claro, as consequências dessa violência vão surgindo com o tempo.

Guillermo Francella surpreende como o patriarca Arquimedes, um homem que acha que está "trabalhando" em prol de sua família, mas é tão egocêntrico que não percebe o mal que lhes está fazendo e o quanto a sua violência os incomoda. Ao mesmo tempo, é intimidador e manipulador o suficiente para manter todos dançando conforme a sua música e sempre dá um jeito de convencer todos a fazerem o que ele quer, mesmo quando não estão inclinados a isso.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Crítica - Pegando Fogo

Análise Pegando Fogo

Review Pegando Fogo
Chega a ser irônico que um filme cujo protagonista passa boa parte do tempo reclamando sobre mediocridade e a necessidade de correr riscos seja tão acomodado e evite tanto se aprofundar em quaisquer dos conflitos e subtramas que tente desenvolver, mas é exatamente o que este Pegando Fogo faz.

O chef Adam Jones (Bradley Cooper) tinha uma carreira em ascensão e um futuro promissor, mas tudo desapareceu em uma espiral de vícios e conduta imprópria que praticamente enterrou sua carreira. Dois anos depois ele tenta retornar ao cenário gastronômico e conquistar a quase inalcançável terceira estrela do guia Michelin. Para isso ele conta com o apoio de alguns antigos amigos como o maitre Tony (Daniel Bruhl), o chef Michel (Omar Sy) e a novata Helene (Sienna Miller).

É o típico conto de volta por cima, superação e redescoberta do que torna a gastronomia tão especial, algo que o adorável Chef (2014) já tinha feito muito bem, mas que aqui não funciona como deveria graças ao excesso de conflitos e subtramas que nunca são plenamente desenvolvidas. Não é apenas os próprios traumas que Adam precisa resolver, ele ainda tem que lidar com um chef rival, Reece (Matthew Rhys), com um grupo de traficantes para quem deve dinheiro, com sua relação mal resolvida com seu falecido mentor e sua filha, além do crescente sentimento que tem por Helene, que, por sua vez, parece ter seus próprios problemas domésticos, já que as exigências de Adam a fazem passar mais tempo do trabalho e longe da filha. Parece muita coisa para um filme com apenas 110 minutos e realmente é.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Crítica - Olhos da Justiça


Quando foi anunciado que haveria um remake hollywoodiano para o competente suspense argentino O Segredo de Seus Olhos (2009), dirigido por Juan Jose Campanella e protagonizado por Ricardo Darín, imaginei que seria mais um daqueles projetos estilo "copia e cola", feito apenas para tornar o produto original palatável às audiências do país que não gostam muito de filmes que lhes façam ler legendas (assim como o público brasileiro, diga-se de passagem). Olhos da Justiça é exatamente isso, mas pelo menos consegue manter a essência do texto original e o faz funcionar.

A nova trama tira a história da ditadura argentina dos anos 70 para o pós 11 de setembro nos Estados Unidos quando todos temiam um novo ataque. O agente do FBI Ray (Chiwetel Ejiofor) é designado para ajudar a procuradoria de Los Angeles a investigar possíveis ameaças terroristas e lá se apaixona pela promotora Claire (Nicole Kidman), mas quando a filha de sua colega, Jess (Julia Roberts), é assassinada e morta perto de uma mesquita que investigavam, o agente coloca de lado sua missão para ajudar a amiga, mas sua investigação se estende por mais de uma década.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Crítica - Chatô: O Rei do Brasil



Com uma produção que durou quase vinte anos, diversos processos judiciais por dívidas e uso indevido de verba captada via editais, além de escabrosas histórias de bastidores (muito bem contadas neste ótimo texto da revista Época)  que provavelmente renderiam um filme por si só. Tanta coisa depunha contra o filme que chega a ser surpreendente constatar que, sim, Chatô: O Rei do Brasil é razoavelmente bom, embora certamente teria mais impacto se tivesse sido finalizado e lançado lá pelos anos 90 quando começou a ser produzido.

Depois de tantos anos ouvindo histórias sobre como a megalomania do diretor Guilherme Fontes afundou a produção e a deixou inviabilizada em dívidas, era fácil imaginar que o filme resultaria em uma obra bagunçada, cheia de pretensões e sem direcionamento, mas ao me deparar com o produto final, percebo que o resultado não foi esse. A obra tem um olhar muito bem definido, tem uma voz clara à respeito do que quer dizer e, embora derrape aqui e ali, consegue alcançar o que quer.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Crítica - No Coração do Mar


 
No Coração do Mar baseia-se na história real que inspirou o romancista Herman Melville a escrever Moby Dick, que veio a se tornar uma das mais emblemáticas obras da literatura de língua inglesa. Apesar de não ser uma adaptação direta da obra de Melville, o filme toca em muitos temas semelhantes aos abordados pelo escritor em seu trabalho.

A narrativa conta os eventos que ocorreram na expedição do baleeiro Essex que partiu para o Oceano Pacífico à caça de baleias para extração de óleo e outros recursos. A trama acompanha o imediato Owen Chase (Chris Hemsworth, mostrando aqui que seria um ótimo Edward Kenway de Assassin's Creed: Black Flag), um marinheiro com experiência na caça de baleias, mas que é preterido na vaga de capitão por um dos herdeiros de companhia marítima, o inexperiente e arrogante George Pollard (Benjamin Walker), e ambos passam a se detestar mutuamente. Ao se dirigirem a partes pouco exploradas do oceano nas quais será mais fácil caçar baleias, a embarcação encontra uma enorme e poderosa baleia que coloca todos em risco.

Crítica - À Beira Mar


Análise À Beira Mar

Review À Beira Mar
Devo dizer que apesar de apreciar muito o trabalho de Angelina Jolie como atriz, o mesmo não posso de dizer de seu trabalho como diretora. Não vi seu primeiro filme atrás das câmeras, Na Terra do Amor e do Ódio (2011), mas seu trabalho seguinte, Invencível (2014), me soou demasiadamente superficial e carregado de excessos apesar de belissimamente filmado. Já este À Beira Mar, seu terceiro esforço como diretora, continua belissimamente filmado, mas também traz os mesmos problemas do trabalho anterior com ainda mais intensidade.

A obra acompanha Vanessa (Angelina Jolie) e Roland (Brad Pitt), um casal em crise que vai passar férias no litoral da França. Enquanto Roland tenta lidar com seu bloqueio criativo que o impede de escrever, Vanessa passa seus dias observando um pescador na costa e o jovem casal, Lea (Melanie Laurent) e François (Melvil Paupaud), que está hospedado no quarto ao lado.

Muitos dos detratores deste filme irão centrar seus argumentos no fato de ser muito lento ou de não ser nada mais do que uma banal discussão de relação (a famosa DR) de mais de duas horas. Nenhum desses dois atributos, no entanto, é o problema, afinal a trilogia iniciada em Antes do Amanhecer (1995) é inteiramente baseado em duas pessoas falando sobre si e suas visões de mundo e são belíssimos filmes, graças aos personagens complexos e diálogos bem estruturados. O mesmo pode ser dito do sueco Força Maior, um competente estudo de personagem que se baseia inteiramente nas tragicômicas conversas de um casal em férias.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Crítica - O Presente




Creio que mais de uma vez aqui (nos textos sobre Aliança do Crime e Êxodo: Deuses e Reis) falei que não me impressionava com o trabalho do ator Joel Edgerton, apesar de não considerá-lo um profissional ruim. Pois isso mudou ao vê-lo neste ótimo O Presente, suspense que também foi escrito e dirigido pelo ator.

Na história, o casal Simon (Jason Bateman) e Robyn (Rebecca Hall) se muda para uma nova cidade em busca de recomeço depois de uma crise no relacionamento. Na cidade, eles reencontram um antigo colega de escola de Simon, o estranho Gordo (Joel Edgerton). O amigo inicialmente mostra-se prestativo ao casal, mandando presentes e visitando-os, mas aos poucos a presença constante e inesperada dele na residência do casal vai se tornando não apenas incômoda, como também ameaçadora, principalmente quando problemas passados entre ele e Simon começam a emergir.

Apesar de todo trio entregar ótimas performances, é Edgerton que se destaca com sua composição ambígua, fazendo seu personagem flutuar entre o sujeito carente e patético e um stalker perigoso, nos deixando incertos quanto às suas intenções, elevando o suspense e a tensão toda vez que está em cena. Bateman impressiona pelo modo como vai aos poucos se despindo de sua tradicional persona boa-praça e vai mostrando que Simon talvez não seja tão inocente quanto inicialmente pensamos. Já Rebecca Hall faz de Robyn uma mulher fragilizada por um trauma recente que flutua entre o medo e a pena de Gordo, principalmente ao ver o modo como o marido o trata.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Crítica - O Natal dos Coopers



Nas épocas de festas sempre aparecem alguns filmes oportunistas que querem usar o clima de feriados como Dia dos Namorados, Natal ou Ano Novo para arrancar uns trocados do público. É fácil reconhecer esse tipo de produto caça-níqueis: normalmente trazem um apanhado de artistas famosos de diferentes idades, para chamar atenção do maior número possível de pessoas, cada um com um conflito bastante típico deste tipo de evento, para que cada um tenha algo com o que se relacionar, e termina com a reafirmação de valores associados à data, amor e romance no Dia dos Namorados, família e união no Natal e assim por diante. O Natal dos Coopers é exatamente esse tipo de caça-níqueis preguiçoso e rasteiro feito para apelar ao "espírito natalino" dos frequentadores de cinema sem se esforçar para oferecer nada de interessante.

A trama acompanha o casal Charlotte (Diane Keaton) e Sam (John Goodman), que depois de quarenta anos de casamento decidem se separar, mas para não "estragar o Natal" escolhem não contar nada para os filhos Hank (Ed Helms) e Eleanor (Olivia Wilde). Hank e Eleanor tem seus próprios problemas, ele perdeu o emprego há algum tempo e mantém isso em segredo da família, ela não aguenta o julgamento da mãe por ser solteira e resolve levar com ela para o jantar de natalino um estranho que conheceu no aeroporto, o soldado Joe (Jake Lacy). Temos ainda mais uma dúzia de outros personagens, cada um com sua trama, todas bastante superficiais, com cada um não ocupando mais do que uns vinte minutos de tela, além de completamente previsíveis e baseadas em todos os lugares-comuns que já vimos em filmes desse tipo.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Crítica - Dragon Quest Heroes



Depois de dar o tratamento Dynasty Warriors à franquia Zelda em Hyrule Warriors, a desenvolvedora Omega Force agora se volta para levar a série de RPGs Dragon Quest ao seu estilo de combates massivos e cheios de ação com este Dragon Quest Heroes: The World Tree's Woe and the Blight Below (sim o título é tudo isso).

A história acompanha personagens novos à franquia, Luceus e Aurora, cavaleiros à serviço do também inédito Rei Doric. Quando uma calamidade toma o reino e torna os monstros amigáveis em inimigos, eles precisam viajar pelo globo para restaurar a mítica árvore Yggdrasil, encontrando ao longo da jornada personagens clássicos dos diferentes episódios da franquia, transportados acidentalmente para este mundo devido à calamidade que assola o mundo. É uma narrativa bem tradicional de luz contra trevas, bastante parecida com a maioria dos RPGs japoneses, mas funciona por causa do carisma dos personagens e das divertidas interações entre eles, principalmente para os fãs de longa data da franquia.

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Crítica - A Visita

Análise A Visita

Review A Visita
Depois de estrear com ótimos filmes como O Sexto Sentido (1999) e Corpo Fechado (2000), o cineasta M. Night Shyamalan cavou uma vala para si mesmo ao engatar uma série de fracassos de público e crítica a partir do praticamente indefensável A Dama na Água (2006) que tornou ele um sinônimo tão grande de fracasso que seu nome chegou a ser omitido nos materiais de divulgação de seu filme anterior, o execrável Depois da Terra (2013). Assim chegamos a este A Visita, que finalmente nos lembra o quanto ele pode ser bom, apesar de ainda apresentar muitos problemas similares a trabalhos anteriores.

A premissa é bem simples, os adolescentes Becca (Olivia DeJonge) e Tyler (Ed Oxenbould) vão viajar para passar uma semana na casa dos avós que moram no interior dos Estados Unidos e que eles nunca conheceram. A ideia de Becca é usar a viagem para filmar um documentário sobre sua família e tentar dissipar um rancor antigo que sua mãe (Kathryn Hahn) tem com os pais. Ao chegarem na fazenda dos avós, no entanto, coisas estranhas começam a acontecer e os irmãos começam a acreditar que os avós estão guardando algum segredo tenebroso. 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Crítica - Chico: Artista Brasileiro


O documentário biográfico sobre personalidades da música já virou uma espécie de filão comercial da produção documental brasileira, já foram feitos filmes sobre os Novos Baianos, Tom Jobim, Ney Matogrosso e tantos outros, então não seria diferente com Chico Buarque.
Dirigido por Miguel Faria Jr (que já tinha comandado uma produção sobre Vinícius de Moraes), o documentário faz um retrato de Chico Buarque construído basicamente pelo próprio Chico. Claro, o diretor se faz presente através da montagem, da seleção de vídeos e fotos de arquivo e da escolha de artistas que cantam algumas das músicas de Chico, mas a principal fonte de informação do longa é o próprio cantor e dada a personalidade carismática e articulada do artista, é fácil entender o motivo de deixá-lo em cena o maior tempo possível. Nesse sentido, chega a ser curiosa a ausência do quase onipresente Nelson Motta, constantemente consultado em produções do gênero e cuja presença já estava se tornando um clichê aborrecido e criando um perigoso monopólio sobre a construção da nossa historiografia musical.

Chico fala de si, de sua complicada relação com o pai, da busca por um desconhecido irmão na Alemanha, do labor na composição de suas músicas e romances, dos motivos da "lenda" de sua aversão aos palcos ou das estratégias para evitar a censura de seus trabalhos. Sua fala é calma e vai tateando com cuidado pelos eventos relatados, demonstrando o vasto repertório cultural do artista. Além de reconstruir a própria história, Chico também relata partes da história do Brasil e evita cair em construções simplórias ou frases feitas, como o momento em que trata da censura e do regime militar e lembra que este governo não foi algo imposto à força por um pequeno grupo de pessoas, mas algo que teve apoio de parcela significativa da população e cujas ações refletiam ideias e valores daqueles que apoiaram a ascensão do regime.

Do mesmo modo é bastante ponderado ao tratar do surgimento dos vários gêneros musicais popularescos, rejeitando a noção de que são produtos pobres, bregas ou que subtraem nossa riqueza cultural. Na verdade, Chico vai no caminho contrário, reconhecendo que são gêneros que dialogam com as experiências e visões de mundo de várias camadas da sociedade que durante muito tempo não eram ouvidos ou não tinham espaço da indústria fonográfica, entendendo que são sim manifestações culturais importantes e autênticas, cuja pluralidade apenas nos enriquece, ao contrário de muitos jornalistas do meio que vira e mexe lamentam como esses formatos de nicho mais popular "empobrecem" a agenda cultural brasileira.

As fotos e vídeos de arquivo remontam a repercussão de sua obra, como também encontros e momentos marcantes da vida do músico, relembrando também algumas de suas apresentações mais icônicas, como sua performance de Roda Viva em um festival de música. É também permeado por vários números com músicos como Ney Matogrosso, Péricles, Adriana Calcanhoto, Mart'nália e Milton Nascimento interpretam canções famosas de Chico, demonstrando todo o alcance, força e capacidade expressiva de sua obra musical.

Assim sendo, Chico: Artista Brasileiro traça um panorama bastante competente do legado cultural de Chico Buarque e nos aproxima do olhar do artista ao permitir que ele nos conte a própria história. È verdade que evita abordar momentos mais polêmicos ou muito íntimos de sua vida, mas ainda assim consegue nos lembrar dos motivos pelos quais a obra e a pessoa de Chico continuam a nos fascinar.

Nota: 8/10

Veja aqui o trailer do filme:

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Crítica - American Ultra: Armados e Alucinados


Análise American Ultra: Armados e Alucinados

Review American Ultra: Armados e Alucinados
O que aconteceria se tentássemos mesclar as histórias de Jason Bourne com uma típica comédia de maconheiros ao estilo de Cheech e Chong ou Harold e Kumar? American Ultra: Armados e Alucinados existe justamente para resolver essa dúvida, o problema é que a resposta dada por ele é incrivelmente decepcionante.

A história acompanha Mike (Jesse Eisenberg), um jovem sem ambições que passa o tempo todo chapado ao lado da namorada, Phoebe (Kristen Stewart). O que Mike não sabe é que ele foi fruto de uma experiência do governo para criar um superagente e as autoridades competentes o consideraram perigoso demais e o tornaram um alvo. Agora, de posse de suas  recém-descobertas habilidades ele precisa sobreviver ao ataque de seus inimigos.

O tom inconsistente é uma das coisas que primeiro incomoda no filme, que parece indeciso entre levar tudo a sério e construir uma espécie de crítica aos excessos dos órgãos de inteligência ou abraçar o "humor de maconheiro", partindo para o absurdo e a falta de noção. O resultado é um filme perdido que nunca consegue ser plenamente eficiente em nenhuma das abordagens, é superficial demais para ser levado a sério e falta criatividade no absurdo para ser verdadeiramente engraçado.

sábado, 21 de novembro de 2015

Crítica - Jessica Jones 1ª Temporada




A primeira temporada de Demolidor se saiu muito bem em nos apresentar ao lado mais "urbano" dos super-heróis da Marvel, trazendo uma abordagem mais sombria e violenta ao universo audiovisual concebido pela editora. Este Jessica Jones, segunda série de um projeto conjunto entre a Marvel e o Netflix, continua a construir de modo competente esse ambiente mais maduro dos heróis urbanos. Vou tentar evitar o máximo de spoilers aqui, mas possivelmente irei entregar algumas pequenas informações, então se deseja assistir sabendo o mínimo possível de antemão, melhor retornar aqui depois de ter visto os treze episódios.

A trama desta primeira temporada é baseada na minissérie Alias escrita por Brian Michael Bendis e acompanha Jessica Jones (Krysten Ritter), que se tornou detetive particular depois de uma breve tentativa de usar sua superforça para ser uma super-heroína. Traumatizada depois de ter sua mente controlada pelo misterioso Kilgrave (David Tennant), que a obrigou a fazer coisas terríveis e abusou dela física e mentalmente, Jessica tenta reconstruir sua vida, mas as marcas deixadas pelo vilão não permitem que ela leve uma vida tranquila. A situação se agrava quando ela recebe um caso envolvendo uma estudante desaparecida que a faz pensar que Kilgrave talvez esteja mais perto do que pensa.

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Crítica - Jogos Vorazes: A Esperança - O Final

Análise Jogos Vorazes: A Esperança - O Final

Review Jogos Vorazes: A Esperança - O Final
Depois da questionável decisão de dividir o terceiro e último livro da saga Jogos Vorazes em duas partes (o livro não é tão longo assim, diferente, por exemplo de Harry Potter e as Relíquias da Morte) e de uma primeira parte arrastada que parecia fazer todo esforço possível para não levar a trama adiante, este capítulo final consegue encerrar a franquia de modo bastante digno, apesar de alguns probleminhas aqui e ali.

Começando praticamente no ponto em que o filme anterior parou, com Katniss (Jennifer Lawrence) se recuperando depois do ataque de Peeta (Josh Hutcherson), que aparentemente sofreu algum tipo de lavagem cerebral durante seu cativeiro na capital de Panem. Com o agravamento da guerra, Katniss decide que ela mesma deve ir até a capital para eliminar o presidente Snow (Donald Sutherland), mas Alma Coin (Julianne Moore), líder da revolução, parece ter seus próprios planos para Katniss.

O filme acerta no clima sombrio, carregado de desesperança e desencanto, transmitindo todo o peso que aquela guerra e derramamento de sangue causam na protagonista. Assim como nos filmes anteriores, este último capítulo continua a tratar como uma guerra não se faz somente em um nível físico, mas também retórico, com ambos os lados construindo seus discursos de modo a demonstrar sua superioridade moral sobre o adversário, tentando assim angariar o maior número de apoiadores possível e desestabilizar o inimigo.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Crítica - Malala


Resenha Malala

Review Malala
O documentário Malala chega ao Brasil em um momento importante, já que depois de o tema do ENEM ser violência contra a mulher, uma turba de conservadores resolveu fazer pouco do problema e ainda negar a situação, o filme mostra como isso persiste no mundo inteiro.

Malala é uma jovem paquistanesa que quase foi morta pelo Talibã depois de reclamar da proibição do regime ao acesso feminino à educação. Depois do atentado ela se mudou com a família para a Inglaterra e se tornou uma militante dos diretos da mulher, viajando o mundo para tratar do acesso das mulheres à educação.

O filme reconstrói o passado da jovem através de belas sequências animadas que revelam como as coisas se desenvolveram até o atentado contra ela, ao mesmo tempo em que acompanha sua vida no presente, mostrando sua atuação como ativista, bem como sua vida pessoal e relação com a família.

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Crítica - Amizade Desfeita


Resenha Amizade Desfeita

Review UnfriendedUltimamente entrar numa sala de cinema para assistir a um filme de terror no estilo found footage é algo que me faz temer pela minha sanidade. Não porque esses filmes me deixam como medo, mas pelo fato de serem tão ruins que tenho a sensação de que eles vão acabar me provocando algum dano cerebral. Nesse sentido, este Amizade Desfeita acaba se saindo um pouco melhor do que porcarias homéricas como A Possessão do Mal ou A Forca, o que não é muito difícil, é verdade, mas ainda assim surpreende pelo modo como traz ideias bem sacadas para um formato já desgastado e abusado. Isso, no entanto, acaba não sendo suficiente para salvar o filme.

A história se passa em tempo real e inteiramente na tela do computador da adolescente Blaire (Shelley Hennig), que conversa via webcam com um grupo de amigos quando o grupo começa a ser contatado pelo perfil da Laura (Heather Sossaman), uma amiga deles que se matou há um ano depois de um vídeo constrangedor dela foi postado na internet. De início eles acham que é apenas alguém pregando uma peça, mas aos poucos vão percebendo que há algo de muito sombrio acontecendo.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Crítica - Aliança do Crime



Desde o sucesso do primeiro Piratas do Caribe, Johnny Depp vem repetindo o mesmo tipo esquisito em praticamente tudo que tem feito ultimamente e público provavelmente está percebendo o piloto automático do ator dado o enorme fracasso dos seus três últimos filmes como protagonista (Mortdecai: A Arte da Trapaça, Transcendence: A Revolução e O Cavaleiro Solitário). Logicamente não estou considerando aqui trabalhos nos quais ele fez pequenas pontas, como o recente Caminhos da Floresta, mas ultimamente colocar Depp à frente de um filme tem sido uma aposta ingrata. O ator, no entanto, parece disposto a provar mais uma vez seu talento ao se transformar em um chefão do crime neste Aliança do Crime, a questão é que o filme não parece a altura de seu esforço.

Inspirado pela história real de James "Whitey" Bulger (Johnny Depp), mafioso que fez um acordo com o FBI para se tornar um informante, ajudando-os a eliminar seus competidores enquanto ficava livre para espalhar suas atividades, tornando-se um dos maiores criminosos de Boston em um período que vai dos anos 70 aos 90.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Crítica - Como Sobreviver a um Ataque Zumbi


Análise Como Sobreviver a um Ataque Zumbi

Review Como Sobreviver a um Ataque ZumbiApesar do que o título parece sugerir, este Como Sobreviver a um Ataque Zumbi não é exatamente uma paródia de filmes de zumbi tal como Todo Mundo Quase Morto (2004) ou Zumbilândia (2009), estando mais próxima do besteirol adolescente nos moldes de Superbad: É Hoje (2007) ou Sex Drive: Rumo ao Sexo (2008), só que com a adição de zumbis à mistura.

Seguimos aqui o trio de escoteiros formado por Ben (Tye Sheridan, que vai ser o Ciclope no vindouro X-Men: Apocalipse), Carter (Logan Miller) e Augie (Joey Morgan), que são constantemente alvo de gozação dos colegas justamente por serem escoteiros. Quando o grupo vai para o que deveria ser seu último acampamento em conjunto, acabam topando com um surto zumbi e precisam usar suas habilidades para sobreviverem à infestação e fugirem da cidade.

É tudo muito dentro do padrão das comédias adolescentes, com um grupo de protagonistas considerados "perdedores" desesperado para perder a virgindade e serem aceitos pelos "descolados". Claro que ao longo do percurso irão aprender a acreditar em si mesmos e que não precisam se conformar aos parâmetros de ninguém. Apesar de lugar-comum, embarcamos na história graças ao clima de camaradagem que o filme estabelece entre o trio, em especial Augie, que rouba a cena com seu constante otimismo e ingenuidade. Tye Sheridan, por sua vez, faz o típico adolescente tímido e certinho, enquanto que Halston Sage (a Lacey de Cidades de Papel) é adorável como o interesse amoroso de Ben, mas infelizmente aparece pouco.

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Crítica - Olmo e a Gaivota


Análise Olmo e a Gaivota

Review Olmo e a Gaivota
Depois de chamar a atenção com o lírico e sensível Elena, a diretora Petra Costa junta esforços com a cineasta Lea Glob para construir um cuidadoso estudo das relações entre um casal durante o período da gravidez. Acompanhamos  Olivia (Olivia Corsini), uma atriz que ensaia com seu marido, o também ator Serge (Serge Nicolai), uma montagem da peça A Gaivota de Chekhov. Seus planos, no entanto, são modificados com a descoberta de uma inesperada gravidez que acaba apresentando riscos e a obriga a ficar de repouso em casa durante boa parte do período da gestação.

A obra borra as fronteiras entre a ficção e o documentário ao acompanhar a gravidez real da atriz Olivia Corsini ao mesmo tempo em que ela e o marido estão interpretando versões ficcionalizadas de si mesmos em cenas claramente roteirizadas. Claro que muitas das angústias e conflitos entre os dois certamente emergiram das vivências reais do casal, mas também fica evidente desde a primeira cena em que Olivia descobre a gravidez e há uma câmera dentro do banheiro com ela e outra do lado de fora filmando o marido que estamos diante de algo encenado.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Crítica - 007 Contra Spectre


Mais uma vez dirigida por Sam Mendes depois do ótimo 007: Operação Skyfall (2012), esta nova aventura do agente James Bond parece encerrar a quadrilogia iniciada em 007: Cassino Royale (2006) e traz constantes referências a eventos e personagens dos filmes anteriores. Ver ou lembrar dos outros três filmes que trazem Daniel Craig como o famoso espião, no entanto, não é um requisito indispensável para acompanhar esse filme, mas certamente irá adicionar algumas camadas de entendimento.

Nessa nova aventura, Bond (Daniel Craig) segue as últimas instruções da falecida M (Judi Dench) para localizar um perigoso terrorista, que revela ligações com a sombria organização Spectre, liderada pelo misterioso Oberhauser (Christoph Waltz). Ao mesmo tempo, o novo M (Ralph Fiennes) enfrenta a desconfiança do novo chefe dos serviços de inteligência britânica, C (Andrew Scott, o Moriarty da série Sherlock), que deseja encerrar o programa 00 e substituir os agentes de campo por drones e vigilância digital.