quarta-feira, 29 de abril de 2015

Crítica - Noite Sem Fim


Liam Neeson continua em sua empreitada como astro de ação neste Noite Sem Fim, no qual trabalha novamente com o diretor Jaume Collet-Serra cuja parceria anterior tinha rendido o bacana Sem Escalas (2014). Dessa vez, no entanto, o resultado não chega a ser tão bom, já que o filme se perde em meio a uma estrutura problemática e personagens pouco envolventes.

Acompanhamos Jimmy Conlon (Liam Neeson) um assassino da máfia que passa seus dias se embriagando e lamentando por todos os erros do passado. Depois de anos distante do filho, Mike (Joel Kinnaman), eles precisarão se reaproximar quando Mike testemunha um crime e apenas Jimmy poderá ajudá-lo. As coisas se complicam quando Jimmy mata Danny (Boyd Holbrook), filho do poderoso Shawn (Ed Harris), o mafioso ao qual Jimmy serviu durante anos. Sabendo que Shawn não irá desistir até matar Jimmy e Mike, os dois precisarão correr noite adentro para livrarem de seus perseguidores.

A natureza derivativa da trama é algo que incomoda bastante, uma vez que o filme jamais se esforça para evitar os clichês e lugares-comuns e, na verdade, parece se dar por satisfeito com eles. Nunca vamos além do criminoso amargurado e solitário, do filho ressentido ou do chefão implacável. Neeson e Ed Harris conseguem conferir carisma e uma presença imponente aos seus personagens, mas nem o talento dos dois consegue afastar a sensação de que já vimos tudo isso antes muitas vezes.

As cenas de ação são um pouco irregulares. Algumas são carregas de urgência e intensidade, sendo beneficiadas pelo fato do filme não economizar na violência, dando uma dimensão bem real do risco corrido. No entanto, algumas perdem força diante da montagem epilética que muitas vezes é incapaz de transmitir claramente o que acontece.
 
Além disso a estrutura do filme acaba levando a um final anti-climático, já que a principal ameaça é eliminada cedo demais e somos deixados com o vilão genérico e desprovido de personalidade interpretado pelo rapper Common, alongando o filme mais do que deveria. Não que seja culpa do ator, já que o filme não o deixa ser nada além de um assassino inócuo no encalço dos personagens, falhando assim em nos engajar.

Apesar de Liam Neeson continuar convincente como astro de ação, Noite Sem Fim termina prejudicado por nunca sair dos lugares-comuns e pela estrutura narrativa equivocada.


Nota: 5/10

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