terça-feira, 16 de junho de 2015

Crítica - Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza


Cresci assistindo Dragon Ball e Dragon Ball Z e até hoje consumo games inspirados na franquia, como o recente Dragon Ball Xenoverse (que inclusive recebeu um DLC que adiciona alguns personagens deste filme). Assim, mesmo sob os olhos de alguém que é fã de longa data das histórias de Goku e seus amigos, este Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza não agrada como deveria e é menos interessante que o longa anterior.

A história se passa algum tempo depois do longa-metragem anterior Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses (2013), Goku e Vegeta viajaram para o lar de Bills, deus da destruição, para serem treinados por seu mestre, Whis. Enquanto isso, os soldados do vilão Freeza, morto na série original, chegam à Terra para ressuscitar seu líder usando as esferas do dragão. Sabendo do poder de seu adversário, Freeza vai embora da Terra para reorganizar seu exército e aumentar seu poder, meses depois retorna e lança uma invasão contra nosso planeta. Cabe, então, aos Guerreiros Z manter o alienígena enquanto Goku e Vegeta não retornam.

Diferente do filme anterior, este aqui não é tão amigável ao público que desconhece este universo, já que requer certo conhecimento da série, em especial a saga de Freeza, e do próprio filme anterior para ser plenamente compreendido. Os que conhecem, no entanto, terão uma "familiaridade excessiva" com o material, já que ele segue exatamente o padrão das histórias de Dragon Ball Z, com o vilão aparecendo, se mostrando poderoso demais para os personagens, em seguida Goku chega e bate no vilão, o vilão se transforma e fica mais poderoso, então Goku se transforma ficando ainda mais poderoso que o vilão e assim por diante.

Além disso, o filme incomoda pelo excesso de diálogos expositivos e redundantes. Toda vez que um personagem explica algo, essa explicação é logo em seguida repetida em forma de pergunta por um segundo personagem e então respondida com uma fala que é basicamente uma repetição da primeira fala com outras palavras. Se já soa cansativo e repetitivo do modo como escrevo aqui, imaginem isso repetido durante noventa minutos de filme. Sei que a série original era exatamente assim, mas isso foi praticamente há trinta anos atrás e nem mesmo o público infantil de hoje necessita de tanta repetição para entender o que está se passando em um filme.

Não posso também deixar de mencionar que a necessidade de criar novos poderes e transformações atinge aqui um patamar incrivelmente absurdo com o trava-língua que é o novo Super Sayajin Deus Super Sayajin (basicamente uma versão Super Sayajin do Super Sayajin Deus de Batalha dos Deuses). Entendo que um novo poder ou forma serve para chamar atenção, mas poderiam ter imaginado uma nova técnica, habilidade ou até mesmo fusão, já que uma segunda forma divina não faz muito sentido. Isso significa que ele tem o poder de dois deuses agora? Ou talvez eu esteja exigindo lógica demais de uma franquia que se resume a criaturas poderosas saindo na porrada.

Ainda assim os personagens continuam tão carismáticos como sempre e as interações entre eles continuam sendo o ponto forte do filme, bem como o senso de humor absurdo, como o hilário inferno em que Freeza passa a viver depois de sua morte. As batalhas continuam carregadas de intensidade e conseguem transmitir o poder gigantesco de seus lutadores, embora o embate com o vilão principal seja um pouco mais breve que o esperado.

Deste modo, Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza tem ação e humor que pode agradar os fãs mais ardorosos da franquia, mas dificilmente compensam a estrutura esquemática e desgastada, bem como o excesso de diálogos redundantes.


Nota: 5/10

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