Nem
sempre aquele coadjuvante que chama atenção funciona bem quando você lhe dá uma
história só dele. Isso aconteceu com o terrível Carros 2 (2011) que promoveu a protagonista o atrapalhado carro Mate
e com Os Pinguins de Madagascar (2015),
que, apesar de simpático, não evita em soar vazio e desnecessário. Este Minions padece do mesmo mal e é
prejudicado ainda pela própria natureza dos personagens, desprovidos que
qualquer arco narrativo, aprendizagem ou desenvolvimento de personagem tornam
tudo um mero exercício de repetição que seria melhor empenhado em uma série
animada ao invés de um longa metragem.
O
filme se situa antes dos eventos do primeiro Meu Malvado Favorito (2010) e mostra a busca dos Minions, pequenas
criaturinhas amarelas, em sua busca por um amo maligno a quem servir. A eleita
é a supervilã Scarlet Overkill (Sandra Bullock/Adriana Esteves), mas trabalhar
para ela pode não ser aquilo tudo que eles esperavam.
Além
de ter um fiapo de trama que é relativamente parecido com o que os minions já
faziam na franquia Meu Malvado Favorito
(servir um supervilão), dando de cara a impressão de algo repetido, há também o
problema de que eles não tem absolutamente nenhuma personalidade ou traço que
os defina senão a aparência e assim fica difícil que nos importemos com eles.
Em Meu Malvado Favorito tínhamos os
arcos dramáticos da família de Gru para nos fazer aderir à narrativa, mas aqui
isso simplesmente não existe e não temos qualquer motivo para nos importarmos
com eles a não ser sua inerente fofura e a memória afetiva dos filmes
anteriores. A vilã Scarlet Overkill também não contribui para o nosso engajamento,
já que nunca vai além do estereótipo padrão do supervilão megalomaniáco.
O
que atrapalha, no entanto, é a natureza esquemática da obra, na qual todas as
cenas consistem dos minions serem requisitados a fazer algo e se atrapalharem
durante a realização. Praticamente todas as cenas são variações disso e contam
apenas com um humor físico pouco inventivo e que é telegrafado ao espectador
com minutos de antecedência, de modo que é possível prever praticamente todas
as piadas antes de acontecerem, o que transforma a comédia em um mero exercício
de paciência. Temos alguns bons momentos como o início que mostra os primeiros
"amos" dos Minions e também a convenção de supervilões e é uma pena
que o filme não consiga manter o mesmo ritmo ou inventividade ao longo de sua
duração. As cenas de ação também não funcionam muito bem e carecem da energia
que se espera do universo fantástico e hiperbólico da franquia.
No
fim das contas, o que sobra em fofura neste Minions
falta em encantamento ou ritmo narrativo, resultando em uma experiência
cansativa e arrastada.
Nota:
4/10
Nenhum comentário:
Postar um comentário