Este
Hotel Transivânia 2, assim como seu
antecessor, é um dos raros casos no qual a dublagem é superior às vozes
originais, já que nos poupa de ouvir o sotaque artificial de Adam Sandler, bem
como as atuações sem carisma de alguns de seus chapas como Kevin James e David
Spade que o acompanham em quase tudo quanto é projeto, vide o fraco Pixels. Assim como a animação anterior,
esta continuação traz uma história previsível e cheia de clichês (escrita por
Sandler e Robert Smigel), mas a inventividade visual do diretor Genndy
Tartakovsky (criador de O Laboratório de
Dexter, Meninas Superpoderosas e Samurai Jack) e seu acertado ritmo
cômico acabam fazendo tudo funcionar.
A
trama se passa alguns anos depois do primeiro filme e agora Mavis (Selena
Gomez) e Jonathan (Andy Samberg) estão casados e tem um filho pequeno Dennis,
que aparentemente não herdou os traços vampirescos da mãe. Preocupado com o
fato do neto não ser um monstro, Drácula (Adam Sandler) tenta a todo custo
despertar o "vampiro interior" em Dennis, ao mesmo tempo em que Mavis
começa a pensar que seria melhor se mudar do hotel para a cidade natal de
Jonathan nos Estados Unidos para criar o filho humano.
A
história passa então a tratar de temas como conflitos geracionais ou o
preconceito pelo que é diferente, mas faz isso de uma maneira pra lá de batida
e previsível e com vinte minutos de filme qualquer espectador mais atento será
capaz de prever todas as viradas da narrativa, que ainda é prejudicada por
diálogos redundantes como o momento em Mavis diz ao pai "você aceitou os humanos em seu hotel, mas não em seu coração"
ao se aborrecer com sua insistência em transformar o filho em vampiro.
Ainda
assim, o filme funciona pela criatividade de Genndy Tartakovisky em criar esse
mundo habitado por monstros e criaturas bizarras, explorando o modo como essa
sociedade funciona ao mesmo tempo que parodia nossa própria sociedade como a
cena em que Drácula e seus amigos levam o neto ao acampamento de vampiros que
ele ia quando criança e descobrem que as coisas mudaram bastante nesse
intervalo de tempo.
Os
lugares, objetos e situações são bem explorados pelo ótimo ritmo cômico do
diretor que encadeia piadas com dinamismo e fluidez, Tudo bem que muita coisa é
repetida do filme anterior, como a ideia de que os humanos não se assustam mais
com humanos, o que rende momentos engraçados quando Drácula e sua trupe tentam
ensinar Dennis como assustar, mas é tudo tão carismático e sincero que acaba
funcionando. Quem acaba roubando a cena é o Blobby, uma criatura gelatinosa que
é responsável por alguns dos momentos mais engraçados do filme.
Hotel Transilvânia 2 acaba compensando a história previsível com um bom
ritmo cômico e a criatividade do animador Genndy Tartakovsky na construção de
seu universo.
Nota:
6/10
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