Final de ano chegando e hora de
fazer o balanço do passou. Com o cinema não é diferente e essa é a época de
relembrar o que teve de bom ao longo do ano, mas também o que teve de muito
ruim. Normalmente as pessoas começam pelos melhores, mas preferi iniciar o meu
balanço com um ranking dos piores. Então vamos às experiências mais dolorosas e
insuportáveis que tive dentro de um cinema este ano. Logicamente, levei em conta apenas o que foi lançado comercialmente no Brasil ao longo de 2015. [Atualizado: 23/12/2015 às 21:27] Fiz esse post certo de que no último fim de semana do ano não estrearia nada capaz de perturbar a ordem desta lista, mas o atroz Até Que a Sorte Nos Separe 3 chegou aos 45 do segundo tempo para me fazer reavaliar tudo e tornando o top 10 um top 11. Se quiserem saber em qual posição ficou, continuem lendo [Fim da atualização].
11 - O Imperador
Épico de ação arrastado, com embates desprovidos de energia ou empolgação e coreografias burocráticas. A narrativa é toda apoiada em clichês e a atuação canastrona e caricata de Hayden Christensen também não ajuda. Nicolas Cage ocasionalmente aparece para devorar o cenário e acaba divertindo com seu jeito over, mas é muito pouco para salvar esse desastre.
10 - Jogada de Mestre
Suspense sonolento, esvaziado de qualquer sentimento de tensão ou urgência e prejudicado por um trabalho de câmera e montagem tão atroz que na maioria das vezes incapaz de estabelecer com clareza a lógica espacial das cenas ação. Personagens vazios e atuações no piloto automático completam a fita, que mais parece uma daquelas reconstituições encenadas de programas policialescos estilo Linha Direta.
Trailer:
9 - O Sétimo Filho
Mais uma fantasia juvenil que tenta ocupar o vácuo deixado por O Senhor dos Anéis ou Harry Potter e falha miseravelmente. Com um roteiro com mais buracos que uma rodovia brasileira e um protagonista irritante e incapaz de resolver qualquer coisa por si mesmo (até a vilã chega "pré-derrotada" para ele), fica difícil embarcar na narrativa. O filme ainda comete o pecado de desperdiçar ótimos atores como Julianne Moore, Jeff Bridges e Alicia Vikander.
Bricolagem rasa e sem inspiração de um monte de ideias que já cansamos de ver (e melhor) em boa parte dos filmes natalinos. As múltiplas tramas variam entre o apático e o irritante, além do pior uso de narração em off que vi em muito tempo.
7 - À Beira Mar
A diretora, roteirista e protagonista Angelina Jolie tenta emular aqueles filmes europeus intimistas da década de 70, mas o resultado é uma trama óbvia e enfadonha que se alonga mais do que o necessário sem nunca ir além da superfície dos seus personagens.
Romance erótico completamente frígido, protagonistas sem química e sexo que parece saído de um pornô soft brega dos anos 80. Os diálogos que deveriam soar intensos ou sedutores constantemente descambam para o humor involuntário e ainda traz uma visão anacrônica e conservadora ao tratar fetiche como sinônimo de comportamento doentio e/ou abusivo.
5 - A Forca
Vide item 4 a seguir.
Terror estilo found footage preguiçosíssimo, com personagens tão estúpidos (no pior sentido da coisa) que é impossível se conectar com eles. Os "sustos" são basicamente imagens distorcidas com sons ininteligíveis e, para piorar, em muitos momentos não faz nenhum sentido que os personagens estejam filmando o que acontece.
Os irmãos Wachowski perdem o controle do próprio ego em uma ficção científica extremamente derivativa, mas que é conduzida como se fosse algo inovador e brilhante, quando tudo que eles fazem é dar nomes diferentes a ideias pra lá de batidas enquanto vomitam sua rasteira filosofia "zen-morfêutica" com uma empáfia imensa, como se estivessem nos catequizando em alguma verdade universal e superior.
2 - Para o que Der e Vier
Matthew Weiner, criador de Mad Men, decepciona com uma comédia
dramática rasteira e clichê, permeada por personagens desprovidos de qualquer carisma
e um humor digno de Adam Sandler, regado a doses cavalares de misoginia.
1 - Até Que a Sorte Nos Separe 3
Chegou de surpresa, no último fim de semana do ano, e roubou o topo do pódio. O filme é uma coleção de piadas preguiçosas, muitas delas tão desgastadas que já não tem nem graça, confunde grosseria com comédia e ainda traz um amontoado de estereótipos que não fazem mais sentido hoje. É uma síntese de tudo que há de errado na comédia.
Trailer:
Menções "honrosas"
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