sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Crítica - É o Fim




Seis pessoas se encontram trancadas em uma mansão enquanto toda sorte de catástrofes como terremotos e erupções acontecem ao redor do mundo, sem saber do que se trata, eles não tem escolha senão cooperar para tentar sobreviver em um mundo que está se tornando cada vez mais hostil e sem lei. Poderia ser a premissa de um filme de terror, poderia até ser um drama existencial, mas nas mãos de Seth Rogen e Evan Goldberg, que escrevem e dirigem o filme, tudo é conduzido como uma comédia escrachada e sem noção.

A trama coloca o ator Jay Baruchel chegando a Los Angeles para se encontrar com Seth Rogen depois de quase um ano sem ir para a cidade. Reunidos, decidem ir a uma festa na casa de James Franco, de quem Baruchel não gosta, que reúne um amplo contingente de celebridades, como Michael Cera e Rihanna. Lá eles presenciam pessoas sendo arrebatadas para o céu e um terremoto abre um enorme buraco em frente à mansão do ator, devorando parte dos convidados e deixando os sobreviventes ilhados lá dentro. Como podem ver, os atores interpretam a si mesmos, mas versões exageradas, caricatas e chapadas de si mesmos. Um exemplo é Michael Cera, que aparece o tempo todo cheirando cocaína e dando em cima de todas as mulheres ou Jonah Hill que aparece como um idiota deslumbrado e condescendente devido a sua indicação ao Oscar por O Homem que Mudou o Jogo (2011).

O filme então passa a acompanhar as estratégias imbecis deste bando de divas mimadas para tentar sobreviver ao apocalipse ao mesmo tempo que as tensões entre eles aumentam devido à escassez de recursos. O temor seria que o filme desperdiçasse sua premissa e seu elenco com um monte de piadas internas do grupo de comediantes enquanto eles se divertiam rindo uns dos outros, mas deixando pouco espaço para o público rir.

É certo que o filme tem sim muitos momentos dos atores fazendo piadas uns com os outros, mas como são versões exageradas de suas próprias personas, sem falar na química entre eles, esse tipo de humor acaba funcionando, já que o exagero e a caricatura impede que os vejamos como sendo verdadeiramente babacas egocêntricos, entretanto é preciso que se conheça um pouco sobre quem são esses atores e suas trajetórias para embarcar nisso.

Ainda assim, tem muito espaço para piadas que não dependem dessas referências, como a cena em que brigam com Danny McBride pela divisão da água, e outras que são pura paródia de filmes de terror, como o hilário exorcismo realizado em Jonah Hill, além, claro, de diálogos incrivelmente sem noção. Em determinado momento os personagens falam sobre os erros que cometeram em suas vidas e James Franco dispara “eu transei com a Lindsay Lohan”.

Com tantas catástrofes acontecendo, o filme ainda tem espaço para um pouco de sanguinolência característica de filmes de terror trash, entretanto, todo o sangue, morte e desmembramento são logicamente usados para provocar risos do que sustos, como na cena em uma cabeça decepada cai sobre os personagens e eles a chutam em cima uns dos outros enquanto o sangue jorra para todos os lados. Temos também pequenas pontas de outros atores como Emma Watson e Channing Tatum, além da aparição de um grupo musical que torna o final do filme um dos desfechos mais estupidamente divertidos e sem noção que vi em uma comédia recente.

É o Fim é uma divertida comédia sobre o mundo das celebridades, amigos tentando sobreviver ao fim do mundo e de filmes catástrofe e de terror, possivelmente é um dos filmes mais engraçados que vi este ano.

Nota: 8/10

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