quarta-feira, 8 de maio de 2013

Crítica – G.I Joe: Retaliação

Resenha G.I Joe: RetaliaçãoComo G.I Joe: A Origem de Cobra (2009) cometeu praticamente todos os erros que seria possível cometer com um filme de ação hoje dia com sua história que se levava mais a sério do que deveria contrastando com uma ambientação absurda e exagerada, personagens demais, ritmo truncado e cenas de ação que abusavam de uma computação gráfica demasiadamente artificial que tornava tudo chato e tedioso. Uma vez no fundo do poço, parece que o único caminho que resta é tentar subir de volta e, assim, G.I Joe: Retaliação é um filme bem melhor do que seu antecessor, abraçando sem medo os clichês e a ação despretensiosa.
O filme começa com uma breve recapitulação dos eventos do filme anterior e nos apresenta uma nova equipe de Joes liderada por Duke (Channing Tatum), composta por Roadblock (The Rock), Lady Jaye (Adrianne Palicki) e Flint (D. J. Cotrona), além do veterano ninja Snake Eyes (Ray Park) e sua aprendiz Jinx (Elodie Young). Os personagens do filme anterior que não retornam tem sua existência ignorada, não sendo citados, sendo assim o filme é ao mesmo tempo uma continuação e um recomeço para a franquia.
Os novos personagens são bacanas, principalmente o carismático The Rock que se aproveita bastante dos diálogos absurdos cheios de clichês e frases de efeito enchendo-os de humor e despretensão. Ao lado dele está o vilão Firefly (Ray Stevenson), que também constrói uma caricatura divertida com seu psicopata alucinado e piromaníaco. Igualmente bacana é a participação especial de Bruce Willis que praticamente interpreta sua própria persona cinematográfica como o general Joe.

As cenas de ação são empolgantes e bem coreografadas e a montagem lhes confere um ritmo dinâmico e estabelecendo bem os espaços e movimentos dos personagens, trabalhando a favor da ação e não contra ela. Isso tem sido raro nos filmes de ação recentes que tem recorrido a uma edição excessivamente picotadas que impedem o espectador de entender o que está acontecendo. Os melhores momentos continuam pertencendo ao ninja Snake Eyes, em especial seu ataque ao templo de Storm Shadow (Byung-hun Lee) e a luta na encosta da montanha.
A história não é lá muito importante e envolve um plano de vingança do Comandante Cobra (Luke Bracey) contra os Joes e uma tentativa de dominar o mundo ao neutralizar o arsenal nuclear das superpotências mundiais. Ainda assim, o roteiro de Rhett Reese e Paul Wernick (que escreveram o bacaníssimoZumbilândia) pesa a mão um pouco no absurdo em alguns momentos como a cena envolvendo o presidente (Jonathan Pryce) nas Nações Unidas, onde a situação e as falas são tão absurdas que fica difícil aderir completamente à bobagem que o filme propõe. Exagerado também é o Mestre Cego (sim, esse é o nome do personagem), interpretado pelo rapper RZA, que mais parece saído de um seriado ruim dos anos 60.
Os flashbacks envolvendo o passado de Snake Eyes e Storm Shadow continuam tão desnecessários quanto no primeiro filme, mas aqui não chegam a prejudicar tanto o andamento da narrativa. Outro ponto desnecessário é a aparição de relance do vilão Destro durante a libertação do Comandante Cobra, afinal se ele ia ser largado na prisão sem ter sequer uma fala, melhor teria sido nem citá-lo, da mesma forma que foi feito com todos os personagens que não voltaram.
G.I Joe: Retaliação é um filme de ação bem competente que não tem vergonha de abraçar seu lado mais abestalhado em nome da diversão. Alguns excessos atrapalham a experiência, mas o resultado ainda é bastante apreciável.
Nota: 6/10

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