O filme Evil Dead: A Morte do Demônio (1981) é um clássico do terrortrash da década de 80, assim como suas duas sequências que lançaram ao estrelato o diretor Sam Raimi e o ator Bruce Campbell. Se tratando de um filme que já alcançou o status de cult, a notícia de um remake colocou os fãs em polvorosa, que preferiam ver uma nova continuação com Bruce Campbell retornando ao papel de Ash e sua mão de motosserra.
Felizmente o filme se mantém bem fiel à trama original, trazendo um grupo de jovens se isolando numa cabana no meio da floresta, encontrando um antigo livro de feitiços e acidentalmente invocando entidades demoníacas que trazem os mortos de volta à vida, dando início à matança e à sanguinolência desenfreada. É bem interessante, entretanto, como o filme vai cuidadosamente construindo a atmosfera de que há algo errado naquela cabana, desde a fechadura arrombada, passando pelas manchas no chão e os gatos queimados no porão.
Com todos estes indícios qualquer um poderia questionar o motivo de todos terem continuado lá, mas personagens tomando atitudes idiotas e se expondo ao perigo de forma extremamente imbecil, ignorante e desnecessária faz parte da poética do trash, assim como fazem parte também as mortes brutais, regadas a chafarizes de sangue, vômito e outras coisas igualmente nauseantes que surgem quase como punições para a incrível burrice de seus personagens.
Afinal, é pela violência absurda, normalmente beirando o hilário, que vamos ver esse tipo de filme, o prazer da apreciação não reside na expectativa de triunfo dos personagens e sim na expectativa de que eles sofram mortes incrivelmente insanas e cruéis. Assim sendo, do mesmo modo que a obra original, este A Morte do Demônio não é um filme para se esperar seriedade dramática, é uma bobagem, feita para chocar e divertir com sua violência exagerada.
O principal problema é que em muitos momentos o filme parece querer se levar mais a sério do que deveria, principalmente ao tentar construir uma relação conflituosa entre os irmãos David (Shiloh Fernandez) e Mia (Jane Levy). Toda a subtrama soa bastante tola e desnecessária, não adicionando nenhum peso dramático à narrativa. Afinal, os personagens estão presos no meio do mato com uma entidade demoníaca que transforma todos em zumbis sanguinários e isso já seria conflituoso e tenso o bastante.
A Morte do Demônio pode não ter o clima de galhofa sem noção da trilogia original, mas ainda é um trash bastante divertido que entrega os litros de sangue e nojeira que os fãs do gênero esperam.
Nota: 6/10
Obs: Há uma cena após os créditos que traz de volta um velho conhecido.
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