O primeiro filme do diretor Joseph Kosinski, Tron: O Legado (2010), chamou a atenção apenas pelo interessante e estiloso design de produção, uma vez que todo resto era bem desinteressante. Pois nesteOblivion o diretor volta a apresentar uma obra visualmente bem conduzida, mas igualmente apática.
O longa traz a história de Jack (Tom Cruise) e Victoria (Andrea Riseborough) dois militares que vivem em uma terra devastada depois de uma guerra nuclear com alienígenas, mas destruiu a Lua e boa parte do planeta. Como a Terra se tornou inabitável, o restante da humanidade se mudou para uma estação espacial chamada Tet e iniciou a colonizar Titã, a maior das luas de Saturno. A missão de Jack e Victoria é vigiar e manter em funcionamento as usinas de fusão que recolhem a água do mar para gerar energia para as colônias humanas. Além do casal, apenas alguns sobreviventes da raça alienígena conhecida como saqueadores continua no planeta e os dois precisam proteger as usinas dos saqueadores.
Tudo isso muda quando uma misteriosa nave cai na superfície do planeta trazendo Julia (Olga Kurylenko), uma mulher que está em animação suspensa desde o início da guerra e desconhece seus resultados. A partir daí Jack passa a questionar aquilo que o cerca e inicia uma busca pela verdade. O desenvolvimento da história tem suas reviravoltas, mas nada diferente do que já foi feito em recentes filmes de ficção científica como Lunar (2009), Wall-e (2008) ou mesmo Matrix (1999) e qualquer um que tenha visto esses filmes vai ser capaz de prever as viradas da trama e reconhecer os temas e subtextos contidos no filme.
Relativamente previsível, o filme funciona, mas nunca chega a empolgar. A ação é bem conduzida e aproveita a intensidade do trabalho de Tom Cruise (e suas inevitáveis cenas de corrida) e também das possibilidades criativas proporcionadas pelos veículos e equipamentos dos personagens. O design da produção também é outro ponto forte, contrapondo a estética “Apple” do apartamento e das roupas de Jack e Victoria com as amplas paisagens desoladas e cheias de ruínas da Nova Iorque pós-apocalípitica que se beneficiam da alta qualidade dos efeitos especiais, nunca soando falsas ou inverossímeis.
No fim das contas Oblivion contrabalança seus méritos estéticos com uma narrativa que é tão genérica e derivativa que dificilmente consegue despertar algum sentimento, nem satisfação nem raiva e provavelmente só deve ter apelo junto aos fãs do gênero.
Nota: 5/10
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