quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Crítica – Percy Jackson e o Mar de Monstros

Vou ser sincero, não assisti Percy Jackson e o Ladrão de Raios (2010) e tampouco li ou folheei quaisquer dos livros escritos por Rick Riordan que baseiam esta saga, assim, minha experiência com este filme é a de novato, então se você também não é fã da série, mas tem alguma curiosidade em conferir o filme, creio que este texto será de alguma ajuda.
A trama coloca o semideus Percy (Logan Lerman) e seus amigos Annabeth (Alexandra Daddario) e Grover (Brandon T. Jackson) na busca pelo mítico Velo de Ouro para ressuscitar a árvore que protege o acampamento em que vivem e impedir que o grupo de semideuses liderado por Luke (Jake Abel) que quer trazer de volta à vida o titã Cronos e destruir o Olimpo. Para isso, os heróis e vilões precisam atravessar os perigos do Mar de Monstros, localizado no Triângulo das Bermudas.
A narrativa transcorre de forma fluida, alternando bem os momentos de ação e aventura com outros momentos de comédia e dosando bem as duas coisas, embora sem nunca sair do terreno básico e familiar da “profecia” e do “escolhido que tem que encontrar seu próprio valor”. Entretanto, é difícil espantar a sensação de que muitas vezes o roteiro simplesmente facilita demais as coisas ou insere conflitos onde não há. Isso fica claro na cena inicial do filme quando Percy deixa de vencer uma competição para “salvar” um amigo que ficou enroscado em uma corda a meio metro e altura e estava com as costas arrastando no chão, algo realmente perigoso e com risco de morte iminente, só que não. Do mesmo modo, quando eles escapam de uma prisão em um barco, o monstro que auxilia os vilões (uma mantícora, creio) está convenientemente dormindo e não acorda nem quando a pancadaria entre heróis e vilões começa.

O vilão interpretado por Jake Abel é possivelmente o pior antagonista que vi este ano no cinema, além da composição inexpressiva e da dicção de alguém que se entupiu de calmantes, todas as suas tentativas de soar ameaçador ou vilanesco são completamente equivocadas, descambando muito mais para a comédia involuntária do que para temor ou tensão.
O competente Logan Lerman (Os IndomáveisAs Vantagens de Ser Invisível) faz o que pode para conferir carisma e dignidade ao personagem, mas é sabotado por diálogos óbvios e rasteiros. O mesmo acontece com seu meio-irmão ciclope Tyson (Douglas Smith) que serve como um paralelo bacana para a sensação de inadequação da adolescência, mas nunca é, de fato, aprofundado. Roubam a cena o veterano Stanley Tucci como o deus Dionísio e o ídolo nerd Nathan Fillion (FireflyCastle) como o deus Hermes, são participações pequenas, mas ajudam a conferir humor e personalidade ao filme.
O filme sofre com o abuso da computação gráfica, principalmente porque ela não é lá muito competente e dá a sensação de que estamos vendo um seriado televisivo  e não um grande blockbuster hollywoodiano.
Problemático, Percy Jackson e o Mar de Monstros vale apenas como um passatempo despretensioso ou para quem é fã dos livros.
Nota: 5/10

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