quarta-feira, 29 de maio de 2013

Crítica – Se Beber, Não Case! Parte III

O primeiro Se Beber, Não Case! (2009) fez um enorme sucesso graças a seu humor ácido e escrachado, além de situações absurdas com uma enorme criatividade para o nonsense. O segundo filme, por sua vez acabou não sendo nada mais do que um arremedo do original, eliminando a criatividade em virtude de uma repetição da fórmula do anterior. Assim chegamos a este Se Beber, Não Case! Parte III, que apresenta o fim da “trilogia” e, ao contrário do que sugere o péssimo título nacional, não é centrada em nenhum casamento.
A trama é centrada em Alan (Zach Galifianakis), cujo comportamento imaturo e irresponsável começa a afetar sua família e leva seu pai (Jeffrey Tambor) a um infarto depois de uma hilária cena envolvendo a morte de uma girafa. Como se recusa a tomar sua medicação ou se submeter a qualquer tratamento, sua mãe pede a intervenção da “matilha de lobos” e assim Stu (Ed Helms), Phil (Bradley Cooper) e Doug (Justin Bartha) são chamados a convencê-lo de ir para uma clínica no estado do Arizona. Os problemas surgem quando o grupo é interceptado durante o trajeto pelo traficante Marshall (John Goodman) que pede ao grupo para encontrar o Sr. Chow (Ken Jeong) e recuperar o ouro que ele lhe roubou. Assim, o grupo começa mais uma jornada que, dessa vez, vai do México a Las Vegas.
Primeiramente é bom ver que o filme não se mantem preso ao formato dos anteriores, dessa vez não tem casamento ou amnésia, por outro lado o Doug é novamente deixado de fora da ação ao ficar cativo de Marshall como “garantia” de que trarão Chow de volta. Uma pena, pois o personagem de Justin Bartha podia trazer uma nova dinâmica ao grupo, que continua funcionando da mesma forma de antes. Alan age de forma imatura e sem sentido enquanto Stu fica histérico e Phil tenta resolver tudo.

Na verdade, mesmo Phil e Stu têm pouco a fazer aqui já que a narrativa fica mais centrada nas personalidades imaturas e autodestrutivas de Alan e Chow. Os dois são os responsáveis pelos momentos mais engraçados do filme, mas em alguns momentos fica a sensação de que a obra pesa um pouco a mão no egoísmo infantil e falta de noção de Alan, sendo por vezes inacreditável como Phil e Stu o aturam ao invés de largarem ele e resolver tudo sozinhos.
Os coadjuvantes, por sua vez, têm muito pouco a fazer, o traficante de John Goodman aparece pouco e protagoniza momentos pouco inspirados, por outro lado, o filme se esforça em fazer dele uma ameaça verossímil, como fica patente na cena em que ele despacha um capanga na frente do grupo. Heather Graham retorna como a prostituta Jade do primeiro filme e tem apenas alguns diálogos expositivos que servem apenas para tocar a trama para frente. O reencontro funciona apenas quando Alan divide a cena com o filho dela, que encontraram ainda bebê no primeiro filme. O destaque positivo fica por conta de Melissa McCarthy que faz uma tresloucada balconista de uma loja de penhores que pode ser a alma gêmea de Alan.
Assim, embora seja superior ao péssimo segundo filme e ofereça um fim satisfatório à trilogia, Se Beber, Não Case! Parte III tem poucos momentos realmente inspirados e é apenas razoavelmente divertido.
Nota: 5/10
Obs: Há uma cena engraçadíssima no meio dos créditos.

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