quinta-feira, 20 de junho de 2013

Crítica – Universidade Monstros

Resenha Universidade MonstrosDepois de doze anos depois do sucesso de Monstros S.A (2001), a Pixar finalmente revisita o criativo universo dos monstros que precisam assustar criancinhas para gerar energia para seu mundo. Entretanto, não é uma sequência propriamente dita e sim um prelúdio, pois se passa antes dos acontecimentos do filme original. Tudo bem, não é exatamente algo pelo qual os fãs da Pixar clamavam, eu mesmo preferia ver uma continuação do ótimo Os Incríveis (2004) a este filme, e embora seja descartável e desnecessário, não deixa de ser uma aventura carismática e bem bacana.
Ao invés da adorável Boo, a história aqui é centrada em Mike Wazowski (Billy Crystal) e sua vida universitária, quando entrou na Universidade Monstros (uma espécie de Harvard desse mundo) para se tornar um grande assustador. Com seu tamanho franzino e aparência pouco intimidadora, acaba não sendo levado a sério por seus colegas ou mesmo pela reitora (Helen Mirren). Seu futuro amigo Sulley (John Goodman) é um dos estudantes a implicar com ele e durante uma briga, os dois são expulsos do curso. A única forma dos dois serem aceitos de volta é ganhando o torneio universitário de sustos, mas, para isso, precisam pertencer a alguma fraternidade do campus. Logicamente a única que os aceita é a dos nerds e desajustados. Assim, Mike e Sulley precisam deixar as diferenças de lado e trabalharem em equipe com os novos colegas se quiserem vencer a competição.


A trama não parece muito diferente de outras comédias sobre o ambiente universitário, como A Vingança dos Nerds (1984) ou Dias Incríveis (2003), mostrando um grupo de desajustados enfrentando as repúblicas de alunos descolados e aprendendo o valor de trabalho em equipe e como explorar o potencial desconhecido que há em si. O mérito deste Universidade Monstros reside na criatividade do universo retratado no filme e também na simpatia de seus personagens.
design dos ambientes e das criaturas sempre nos traz algo de novo ou inesperado e raramente temos a sensação de estarmos vendo algo que já vimos antes, um exemplo disso é o visual da reitora, que mistura uma aparência de dragão com centopeia. É interessante perceber como o mundo dos monstros é retratado de modo colorido, com uma predominância de cores quentes, enquanto o mundo dos humanos é sempre sombrio e dominado por cores frias, revelando o quanto aquele ambiente é hostil para os monstros.
A força do filme reside mesmo no carisma de Mike e Sulley que passam de rivais a bons amigos conforme percebem o quanto são parecidos (e igualmente desajustados) e complementam um ao outro, Mike é inteligente e estratégico, enquanto Sulley possui todo o aparato físico necessário para assustar. O roteiro acerta no timing cômico e todas as piadas e gags visuais funcionam muito bem e no tempo certo, desde a cena com uma pobre lesma tentando chegar a tempo para a aula, passando pela hilária partida de futebol americano. O som é outro elemento bem utilizado para extrair risos, em especial pela dicção monótona e arrasta de um professor que revela o tédio de Mike e Sulley ao serem obrigados a frequentar uma aula que não querem.
Universidade Monstros é uma divertida e encantadora fábula sobre amizade, trabalho em equipe e como certas coisas não podem ser ensinadas, mas vividas. O filme pode não estar à altura de outras obras geniais da Pixar como Ratatouille (2007), Up! Altas Aventuras (2009) ou Wall-e (2008), mas ainda assim é uma animação bastante competente que tem tudo para agradar tanto crianças quanto adultos.
Nota: 7/10
Obs: Há uma engraçada cena após os créditos.

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