Quando
uma animação chega a seu terceiro capítulo, sempre tenho um certo receio pelo
que verei a seguir, já que para cada exemplar de boa "parte 3"
como Toy Story 3 (2010), temos uma
penca de péssimos exemplos como Shrek Terceiro
(2007) ou Era do Gelo 3 (2009). Este Kung Fu Panda 3 logicamente não chega no
nível de excelência do primeiro exemplo, mas tampouco é tão preguiçoso e sem
graça quanto os outros dois, trazendo uma aventura bem divertida, apesar de não
trazer nada de realmente novo.
Na
nova aventura Po (Jack Black) é colocado na posição de professor de kung fu
pelo mestre Shifu (Dustin Hoffman) e precisa aprender a ser um mestre
eficiente. Ao mesmo tempo, o panda encontra seu pai verdadeiro Li (Bryan
Cranston) que lhe revela que os pandas sobreviveram e habitam uma vila
escondida nas montanhas. O reencontro com sua espécie, no entanto, é ameaçado
pelo surgimento de uma nova ameaça na forma de Kai (J.K. Simmons) um guerreiro
poderoso que tinha sido banido ao mundo espiritual pelo mestre Oogway (Randall
Duk Kim), mas conseguiu escapar e voltou à China em busca de vingança,
transformando os principais mestres de kung fu em zumbis de jade sob seu
comando. Assim, Po precisa treinar os pandas de sua vila para enfrentarem essa
nova ameaça.
A
trama trata das mesmas ideias que os filmes anteriores já abordaram sobre a
importância de acreditar em si mesmo, trabalho em equipe e não julgar os outros
pela aparência. Nesse sentido, o arco de Po é praticamente idêntico ao que já
vimos anteriormente e pouco tem a oferecer em termos de desenvolvimento do
personagem ou mesmo do universo que ele habita.
Se
o filme não consegue afastar a sensação de que já vimos tudo isso antes, pelo
menos acerta no carisma dos personagens, tanto dos veteranos quanto os novatos,
que se mantêm adoráveis e com um ótimo timing
cômico (o Mestre Frango é simplesmente hilário). Acerta também na qualidade
dos visuais, apresentando criaturas bem detalhadas e bastante expressivas, além
de cenários muito bem concebidos. Ainda por cima impressiona pelo uso de uma
belíssima animação tradicional em alguns flashbacks.
As
cenas de ação também exibem a qualidade que passamos a esperar da franquia, com
lutas grandiosas, ágeis e cheias de energia que exploram com criatividade as
habilidades de cada personagem. Não chegam a surpreender como a fuga do vilão
no primeiro filme, mais ainda assim são competentes o suficientes para nos
engajar e empolgar. O vilão Kai, embora básico em sua motivação de vingança,
consegue um raro equilíbrio entre o cômico e o ameaçador e se revela um
antagonista à altura do bom histórico da franquia em construir vilões.
Assim
sendo, Kung Fu Panda pode ser mais do
mesmo, mas é feito com esmero suficiente para ser uma aventura divertida e
movimentada, capaz de envolver tanto crianças quanto adultos, que encerra de
modo digno a história de seu protagonista.
Nota:
6/10
Trailer:
Um comentário:
Muito legal
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