terça-feira, 1 de março de 2016

Crítica - Kung Fu Panda 3



Quando uma animação chega a seu terceiro capítulo, sempre tenho um certo receio pelo que verei a seguir, já que para cada exemplar de boa "parte 3" como Toy Story 3 (2010), temos uma penca de péssimos exemplos como Shrek Terceiro (2007) ou Era do Gelo 3 (2009). Este Kung Fu Panda 3 logicamente não chega no nível de excelência do primeiro exemplo, mas tampouco é tão preguiçoso e sem graça quanto os outros dois, trazendo uma aventura bem divertida, apesar de não trazer nada de realmente novo.

Na nova aventura Po (Jack Black) é colocado na posição de professor de kung fu pelo mestre Shifu (Dustin Hoffman) e precisa aprender a ser um mestre eficiente. Ao mesmo tempo, o panda encontra seu pai verdadeiro Li (Bryan Cranston) que lhe revela que os pandas sobreviveram e habitam uma vila escondida nas montanhas. O reencontro com sua espécie, no entanto, é ameaçado pelo surgimento de uma nova ameaça na forma de Kai (J.K. Simmons) um guerreiro poderoso que tinha sido banido ao mundo espiritual pelo mestre Oogway (Randall Duk Kim), mas conseguiu escapar e voltou à China em busca de vingança, transformando os principais mestres de kung fu em zumbis de jade sob seu comando. Assim, Po precisa treinar os pandas de sua vila para enfrentarem essa nova ameaça.

A trama trata das mesmas ideias que os filmes anteriores já abordaram sobre a importância de acreditar em si mesmo, trabalho em equipe e não julgar os outros pela aparência. Nesse sentido, o arco de Po é praticamente idêntico ao que já vimos anteriormente e pouco tem a oferecer em termos de desenvolvimento do personagem ou mesmo do universo que ele habita.

Se o filme não consegue afastar a sensação de que já vimos tudo isso antes, pelo menos acerta no carisma dos personagens, tanto dos veteranos quanto os novatos, que se mantêm adoráveis e com um ótimo timing cômico (o Mestre Frango é simplesmente hilário). Acerta também na qualidade dos visuais, apresentando criaturas bem detalhadas e bastante expressivas, além de cenários muito bem concebidos. Ainda por cima impressiona pelo uso de uma belíssima animação tradicional em alguns flashbacks.

As cenas de ação também exibem a qualidade que passamos a esperar da franquia, com lutas grandiosas, ágeis e cheias de energia que exploram com criatividade as habilidades de cada personagem. Não chegam a surpreender como a fuga do vilão no primeiro filme, mais ainda assim são competentes o suficientes para nos engajar e empolgar. O vilão Kai, embora básico em sua motivação de vingança, consegue um raro equilíbrio entre o cômico e o ameaçador e se revela um antagonista à altura do bom histórico da franquia em construir vilões.

Assim sendo, Kung Fu Panda pode ser mais do mesmo, mas é feito com esmero suficiente para ser uma aventura divertida e movimentada, capaz de envolver tanto crianças quanto adultos, que encerra de modo digno a história de seu protagonista.

Nota: 6/10

Trailer: