Ainda
hoje a ida do homem à Lua é fruto de controvérsias e das mais absurdas teorias
conspiratórias, inclusive a de que nunca pisamos em solo lunar e tudo foi uma
grande farsa. A recente animação No Mundo
da Lua brinca um pouco com tudo isso, mas lhe falta energia e criatividade
para ser uma aventura minimamente interessante.
A
corrida espacial começa quando um excêntrico bilionário começa a afirmar que o
pouso na Lua não aconteceu e constrói um foguete para chegar lá e poder
reclamá-la para si e explorar uma poderosa matriz energética com base nas
rochas lunares. Para impedir que o bilionário reescreva a história e tome a Lua
para si, o governo inicia sua própria missão lunar reutilizando os antigos
foguetes usados nas missões Apollo e trazendo de volta os antigos astronautas.
O que o governo e NASA não esperavam é que o jovem Mike, um garoto de 12 anos
cujo pai e avô foram astronautas, e seus amigos se infiltrassem na missão e
viajassem juntos para a Lua.
É
uma típica história sobre garotos desajustados e considerados
"perdedores" tentando provar seu valor ao mundo, já vimos isso em uma
miríade de outros filmes infantis e este pouco se esforça para sair do traçado
familiar deste tipo de história. O filme toca em temas como a importância da
união familiar, o perigo da ganância desmedida e abuso dos recursos naturais,
são lições válidas para se trazer aos pequenos, mas o problema é que tudo se
desenvolve de modo bastante previsível e o filme nunca consegue sair dos
lugares-comuns que já nos acostumamos a ver.
Não
ajuda também o fato dos personagens serem estereótipos como o "nerd
atrapalhado" a "garota durona" ou o "empresário
inescrupuloso", todos sem um pingo de personalidade própria ou nada que os
diferencie de qualquer outro personagem com características semelhantes que já
vimos anteriormente. O vilão é tão caricato que chega a se tornar aborrecido e
os protagonistas são tão presos aos clichês que é difícil se conectar com eles.
O único momento em que é demonstrado um investimento em desenvolver os
personagens é a cena em que o avô de Mike explica o motivo de ter se afastado
da família e assim consegue nos engajar com o personagem, mas isso é muito
pouco e muito tarde (já que ocorre nos minutos finais).
As
cenas de ação também não empolgam, faltando-lhes energia ou mesmo uma sensação
de perigo, já que tudo é facilmente superado pelos garotos. Os poucos momentos
de humor já apareciam nos trailers e alguns parecem reciclar ideias e situações
que já vimos antes, como a cena em que abrem um pacote de balas dentro da nave
espacial e elas voam por todo o lado, igualzinha ao que aconteceu, com melhor timing cômico, em um episódio de Os Simpsons (a diferença é que Homer
comia batatinhas).
No
fim das contas, No Mundo da Lua acaba
sendo uma aventura excessivamente formulaica, desprovida de energia ou
encantamento. Talvez possa funcionar como uma diversão descartável para os
pequenos, daquelas que começamos a esquecer assim que deixamos o cinema, mas os
adultos terão pouco o que aproveitar.
Nota:
4/10
Trailer:
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