segunda-feira, 18 de abril de 2016

Crítica - No Mundo da Lua


 
Ainda hoje a ida do homem à Lua é fruto de controvérsias e das mais absurdas teorias conspiratórias, inclusive a de que nunca pisamos em solo lunar e tudo foi uma grande farsa. A recente animação No Mundo da Lua brinca um pouco com tudo isso, mas lhe falta energia e criatividade para ser uma aventura minimamente interessante.

A corrida espacial começa quando um excêntrico bilionário começa a afirmar que o pouso na Lua não aconteceu e constrói um foguete para chegar lá e poder reclamá-la para si e explorar uma poderosa matriz energética com base nas rochas lunares. Para impedir que o bilionário reescreva a história e tome a Lua para si, o governo inicia sua própria missão lunar reutilizando os antigos foguetes usados nas missões Apollo e trazendo de volta os antigos astronautas. O que o governo e NASA não esperavam é que o jovem Mike, um garoto de 12 anos cujo pai e avô foram astronautas, e seus amigos se infiltrassem na missão e viajassem juntos para a Lua.

É uma típica história sobre garotos desajustados e considerados "perdedores" tentando provar seu valor ao mundo, já vimos isso em uma miríade de outros filmes infantis e este pouco se esforça para sair do traçado familiar deste tipo de história. O filme toca em temas como a importância da união familiar, o perigo da ganância desmedida e abuso dos recursos naturais, são lições válidas para se trazer aos pequenos, mas o problema é que tudo se desenvolve de modo bastante previsível e o filme nunca consegue sair dos lugares-comuns que já nos acostumamos a ver.

Não ajuda também o fato dos personagens serem estereótipos como o "nerd atrapalhado" a "garota durona" ou o "empresário inescrupuloso", todos sem um pingo de personalidade própria ou nada que os diferencie de qualquer outro personagem com características semelhantes que já vimos anteriormente. O vilão é tão caricato que chega a se tornar aborrecido e os protagonistas são tão presos aos clichês que é difícil se conectar com eles. O único momento em que é demonstrado um investimento em desenvolver os personagens é a cena em que o avô de Mike explica o motivo de ter se afastado da família e assim consegue nos engajar com o personagem, mas isso é muito pouco e muito tarde (já que ocorre nos minutos finais).

As cenas de ação também não empolgam, faltando-lhes energia ou mesmo uma sensação de perigo, já que tudo é facilmente superado pelos garotos. Os poucos momentos de humor já apareciam nos trailers e alguns parecem reciclar ideias e situações que já vimos antes, como a cena em que abrem um pacote de balas dentro da nave espacial e elas voam por todo o lado, igualzinha ao que aconteceu, com melhor timing cômico, em um episódio de Os Simpsons (a diferença é que Homer comia batatinhas).

No fim das contas, No Mundo da Lua acaba sendo uma aventura excessivamente formulaica, desprovida de energia ou encantamento. Talvez possa funcionar como uma diversão descartável para os pequenos, daquelas que começamos a esquecer assim que deixamos o cinema, mas os adultos terão pouco o que aproveitar.

Nota: 4/10

Trailer:

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