terça-feira, 26 de abril de 2016

Crítica - Ratchet & Clank


Análise Ratchet & Clank


Review Ratchet & Clank
A primeira vez que botei minhas mãos em um game da franquia Ratchet and Clank foi em Ratche and Clank: Size Matters no PSP e apesar de estar ciente dos altos elogios dados à franquia, entrei sem esperar muita coisa. Rapidamente, no entanto, fui fisgado pela mistura ágil e precisa de tiro em terceira pessoa e plataforma, universo colorido e criativo, bom humor e gameplay variado. Todas essas virtudes foram sendo mantidas ao longo dos exemplares posteriores e certamente estão presentes neste excelente reboot exclusivo para o PS4 chamado apenas de Ratchet and Clank.


Voltando às origens da dupla, o novo jogo reconta como o lombax Ratchet conheceu o pequeno robô Clank e a primeira aventura deles para deter o megalomaníaco Drek e o sinistro Dr. Nefarious. Além disso, também presenciamos o primeiro encontro da dupla com os patrulheiros galácticos liderados pelo convencido Capitão Qwark.

O game mantém a afiada jogabilidade em terceira pessoa que é característica da franquia, atirar, esquivar e saltar é bastante intuitivo e graças à enorme variedade de armas e gadgets, o combate e a exploração jamais se tornam cansativos, já que sempre há um novo armamento para enfrentarmos os inimigos ou equipamento para dar novas possibilidades de exploração. Ainda temos também os segmentos em que usamos apenas Clank e envolvem a solução de puzzles, combates a bordo de aeronaves e eventos de corrida que ajudam a dar variedade ao gameplay.

As armas sobem de nível e ficam mais poderosas conforme são usadas e também podem ser melhoradas com o uso do minério Raritainium para adquirirem novas habilidades e atributos, dando a cada arma uma longa árvore de habilidades a ser preenchida com os recursos coletados pelo jogador. Além da quantidade, as armas também são bastante criativas, como já esperamos nesta franquia e também em outros trabalhos da desenvolvedora Insomniac (como a série Resistance e o exclusivo para Xbox One Sunset Overdrive). Deste modo, além das tradicionais granadas e lanças chamas temos também um raio que transforma inimigos em ovelha, um globo de discoteca que faz todos os inimigos (mas todos mesmo, até chefões) dançarem incontrolavelmente ficando vulneráveis a ataques ou uma arma "pixelizadora" que transforma os inimigos em versões 8 bits deles mesmos.

Os cenários são um pouco menos lineares que nos games anteriores e oferecem um pouco mais espaço para exploração nos quais os jogadores podem procurar por recursos como os parafusos (que servem como dinheiro), Raritanium, cards colecionáveis (que dão bônus a determinados atributos quando o jogador completa um set) e os já conhecidos parafusos dourados que servem para habilitar cheats. O que mais chama atenção nos cenários, no entanto, é o seu alto nível de detalhamento e a criatividade com que são concebidos. Cada um dos planetas visitados ao longo das dezesseis horas de campanha é verdadeiramente único e há sempre algo cheio de frescor a ser visto.

Os personagens e criaturas também se beneficiam desse design criativo e cada espécie é igualmente esquisita e interessante, mesclando um visual fotorrealista com uma estética cartunesca. Os personagens de movimentam com bastante fluidez e detalhamento, como os reflexos de luz na pele metálica de Clank ou o modo como os pelos do corpo de Ratchet se movimentam. O mesmo cuidado também é percebido nos inimigos, conforme os atacamos eles vão se danificando e despedaçando, deixando claro os estragos feitos pelos seus ataques. O alto nível dos gráficos me fez temer que o game exibisse alguns problemas de performance, mas felizmente isso não ocorre. Mesmo quando a tela está cheia de inimigos, explosões e parafusos voando por todos os lados, em nenhum momento a performance ou taxa de quadros é prejudicada e (pelo menos comigo) ele rodou do início ao fim sem qualquer problema do tipo.

A trama toca em temas e ideias já tradicionais, apresentando uma história típica de dois desajustados que são subestimados por todos e lutam para provar o próprio valor, mas o que eleva o texto acima do lugar comum é o senso de humor afiado que permeia praticamente todos os diálogos. Sempre há uma situação inesperada ou uma tirada bem humorada a sair das interações com os personagens, beneficiados ainda. pela boa qualidade da dublagem, tanto no original em inglês quanto em português (algo raro).

Esse constante bom humor e as mecânicas de jogo bem construídas vão sempre manter um sorriso em nosso rosto ao longo da experiência com o produto e fazem de Ratchet and Clank um excelente game de ação e aventura, bem como uma ótima maneira de reintroduzir a franquia a um novo público.

Nota: 9/10

Trailer:


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