Dwayne "The Rock"
Johnson nem sempre escolhe os melhores projetos, mas seu carisma ajuda a
transformar produtos que seriam completamente inócuos e sem personalidade em
coisas minimamente toleráveis, como aconteceu em filmes como Terremoto: A Falha de San Andreas (2015)
ou O Acordo (2013). Esse Um Espião e Meio não chega a ser tão
banal quanto os citados anteriormente, mas se ele funciona é justamente pelo
carisma de Johnson e sua química com seu parceiro de cena Kevin Hart.
Na trama, Calvin (Kevin Hart) é
um contador infeliz com os rumos que sua vida levou, pensando que talvez tenha atingido
seu ápice no colegial. Tudo muda quando a reunião de vinte anos de formatura se
aproxima e ele reencontra Bob (Dwayne "The Rock" Johnson), um antigo
colega que era constantemente vítima de bullying
por sua obesidade e que agora ficou em forma e se tornou agente da CIA. Assim,
Calvin acaba sendo acidentalmente levado por Bob em uma aventura de espionagem
internacional cheia de agentes duplos e segredos sendo vendidos.
Johnson traz uma medida de
inadequação social a Bob, deixando claro que ele é um sujeito solitário, que
não teve muitos amigos e não sabe exatamente lidar com as pessoas. Isso, somado
ao seu otimismo e energia quase que infantis e essa mistura de falta de noção e
ingenuidade é responsável pelos momentos mais engraçados do filme. Já Kevin
Hart traz a mesma persona
verborrágica que costuma usar em seus trabalhos cômicos e funciona bem, apesar
de repetitivo, além de estabelecer uma amizade bem genuína com The Rock.
Algumas gags e piadas são bastante previsíveis, como a cena em que Bob pede
a Calvin que dê um de seus saltos mortais que fazia no colégio e assim que ele
faz o pedido fica evidente que ele irá cair de cara no chão. Aqui e ali, no
entanto, consegue trazer algumas ideias realmente inesperadas, como o momento
que Johnson luta usando uma banana.
Além disso acerta ao tratar temas
delicados com a seriedade que merecem, a exemplo do bullying. Quando Bob reencontra o valentão que o humilhava na
escola, imaginamos que ele imediatamente irá à desforra, afinal o sujeito não é
páreo para o porte físico atual dele. Bob, no entanto, fica paralisado e sem
ação, demonstrando o quanto o trauma do bullying
pode ser profundo e deixar marcas por muito tempo. Claro que ele eventualmente
dá ao valentão o que ele merece e é divertido quando acontece, mas o filme é
inteligente ao não simplificar a questão e isso torna a "revanche" de
Bob ainda mais merecida quando acontece.
A revelação da aparência atual da
antiga paixão de escola também é bastante acertada, afinal seria fácil dizer
que ela simplesmente virou uma "gostosona" que atende aos padrões de
beleza das revistas masculinas, mas ao invés disso a mantém praticamente igual
ao que era na juventude e deixando claro que Bob continua apaixonado por ela,
desconstruindo o excesso de importância dado aos padrões estéticos massivamente
disseminados e construídos.
A trama de espionagem é bem
básica, mas acaba se complicando mais do que necessário com muitas reviravoltas
rocambolescas que tentam criar suspense e dúvida onde não há nenhuma das duas
coisas (é evidente que The Rock é o mocinho). Algumas revelações são
previsíveis e os vilões não chegam a realmente posar uma ameaça para Bob.
Mesmo não sendo nenhum primor, Um Espião e Meio consegue funcionar como
uma diversão sem maiores pretensões graças ao carisma e a química de The Rock e
Kevin Hart.
Nota: 6/10
Trailer
Jason Bateman é um ótimo ator, é muito talentoso e bonito, não há filme que não me surpreenda. Eu gostei e você? Me surpreendeu o ator. Seu trabalho é excelente como nesta série. Sigo muito os filmes com Jason Bateman, sempre me deixa impressionada em cada nova produção. O vi recentemente em um filme chamado A Noite do Jogo foi um de os melhores filme de suspense e ação eu recomendo!, o êxito do filme se deve muito ao grande elenco que é bastante conhecido pelo seu grande trabalho. Foi meu filme preferido.
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