O primeiro Dragon Ball Xenoverse chamava a atenção por oferecer uma nova
história dentro do universo da franquia, trazendo a inédita vilã Towa e seu
guerreiro Mira que viajavam pelo tempo tentando roubar o poder dos guerreiros
Z. O jogador criava um personagem dentre as principais raças deste universo,
podendo customizá-lo com equipamentos e habilidades e partia por uma viagem através
do tempo ao lado de Trunks.
Era uma trama que trazia certo
frescor à franquia (embora a ideia de criar o próprio personagem já tivesse
aparecido no fraco Ultimate Tenkaichi)
e encantava pela possibilidade de ver seu próprio guerreiro lutando ao lado dos
personagens famosos, ainda que faltasse polimento em vários aspectos. Pois este
Dragon Ball Xenoverse 2 não só
corrige muitos dos problemas do original como expande a narrativa e adiciona
algumas novas ideias. Não é irretocável como Budakai Tenkaichi 3, que
considero o melhor da franquia, mas certamente é competente.
A trama traz de volta os vilões
Towa e Mira, que continuam a tentar adquirir mais poder, desta vez acompanhados
pelos vilões dos filmes como Lord Slug e Janemba, além de um misterioso aliado
chamado de Saiyajin Mascarado (cuja identidade é, na verdade, bastante previsível).
Assim, seu patrulheiro do tempo (novamente um personagem criado e customizado
pelo jogador) precisa novamente viajar através de diferentes linhas temporais
ao lado de Trunks e seu patrulheiro do game anterior (é possível importar o save) para corrigir as distorções
causadas pelos vilões.
A cidade de Conton City é bem
maior que a do primeiro jogo, precisando de um veículo ou mesmo do poder de vôo
de seu personagem para ser explorada mais facilmente. Além de todas as
atividades de antes, o jogo também traz as "redomas" temporais, que
permitem visitar certas localidades icônicas como a Corporação Cápsula, a casa
do Patriarca de Namekusei ou mesmo a nave de Freeza. Lá é possível fazer
missões para diferentes personagens obtendo itens, equipamentos e também
ampliando a proximidade com cada uma dessas facções e ter todas no máximo é
necessário para ver o verdadeiro final do jogo.
Outra novidade são as missões
especializadas no qual seis personagens (se você não estiver online para chamar
outros jogadores, o jogo coloca NPCs para te ajudar) precisam enfrentar um
único e poderoso inimigo. Essas missões trazem algumas novas mecânicas como o
inimigo poder controlar os jogadores, a necessidade de destruir cristais que
dão poder ao inimigo e mandam aliados para outra dimensão e mais alguns
objetivos específicos. Existem versões mais difíceis disso chamadas Raids que
acontecem durante um tempo limitado e só podem ser feitas online com outros jogadores (uma delas me colocou para enfrentar
Baby Vegeta em sua forma de macaco gigante).
A jogabilidade foi melhorada e
melhor balanceada do que no primeiro. Existem mais opções e variações de combos
e contra-ataques e as diferentes raças estão mais equilibradas. Cada uma agora
tem sua própria transformação e os super saiyajins estão menos apelões, já que
não podem mais soltar golpes especiais livremente e ao invés disso recebem
bônus em seus ataques físicos e golpes especiais. Sem mencionar que agora é
possível ir até o super saiyajin 3. As opções de customização são ainda maiores
com mais equipamentos, acessórios e habilidades para seu personagem.
As missões paralelas também
funcionam melhor que antes. Se no primeiro muitas vezes o jogo não registrava o
cumprimento dos objetivos secundários das missões, o que resultava em
frustrantes e precoces términos que diminuíam as chances de conseguir o melhor loot, agora isso não mais acontece e
cumprir todos os objetivos sempre (pelo menos em todo o meu tempo com o jogo)
te leva ao "final verdadeiro" da missão".
Falando em loot, a taxa de drop é
mais generosa nas missões paralelas. Se no primeiro Xenoverse eu poderia fazer a mesma missão uma dezena de vezes
cumprindo todos os objetivos e ainda assim não ganhar nenhum dos itens que
aparecia na lista da missão, aqui isso não acontece. Em geral, terminar a
missão cumprindo todos os objetivos sempre me rendia ao menos um item ou habilidade
da lista. Assim, o jogador sempre leva algo, mas ao mesmo tempo sempre tem
razões para voltar à missão e pegar os itens que faltam, ao invés de sair de
mãos abanando mais da metade do tempo.
O sistema de mestre, no qual o
jogador se torna discípulo dos famosos personagens do universo Dragon Ball, também retorna e está muito
menos aleatório e os critérios para o avanço nas "aulas" são mais
claramente estabelecidos. Não é preciso mais cruzar os dedos e torcer para que
seu mestre desejado surja aleatoriamente no mapa, todos os mestres estão sempre
presentes em Conton City (alguns só aparecem quando você avança em determinadas
missões da história principal, no entanto) e podem ser acessados sempre que o
jogador quiser. A aptidão do jogador em aprender os golpes é determinada pela
sua "turma" (iniciante, intermediário e por aí vai) com os testes de
progressão para categorias maiores ficando disponíveis conforme o jogador sobe
o nível de seu personagem.
A progressão de personagem também
está mais fácil, já que agora ele te informa para que serve cada atributo e em
quais aspectos da jogabilidade eles impactam, algo simples, mas que
inexplicavelmente ficou de fora do primeiro jogo. Igualmente simples, mas muito
bem vindo, são os ícones dos portais de teletransporte nas missões que se
passam em múltiplo cenários. Agora um indicadores aparecem na tela mostrando os
portais disponíveis e aqueles necessários para o progresso na missão brilham em
verde, o que evita que o jogador perca tempo precioso procurando os portais
(algumas missões tem como objetivo secundário o término em um tempo específico)
ou visitando os lugares errados.
Há um problema, no entanto, que
não foi consertado: a câmera. Ela continua tão atroz e prejudicial quanto no
primeiro jogo, rendendo muitos momentos de pura frustração. A câmera não é
apenas incapaz de acompanhar a velocidade dos combates, como parece programada
para adotar os piores ângulos possíveis, constantemente induzindo o jogador ao
erro ao fazer parecer que um inimigo está próximo quando na verdade está
distante ou diretamente à sua frente quando está mais à esquerda ou à direita.
Eu perdi a conta do número de
vezes que meu personagem socou numa direção diametralmente oposta à do inimigo
simplesmente porque a câmera dava a impressão de que o adversário estava em uma
posição diferente da que realmente ocupava em relação a mim. Com combates tão
velozes, esse tipo de erro de perspectiva te deixa aberto a contra ataques
devastadores, sendo altamente frustrante apanhar só porque a câmera do jogo não
consegue te mostrar onde seu inimigo está. Também não foram consertados os picos súbitos de dificuldade em algumas missões, que apresentam inimigos muito mais difíceis que outras missões do mesmo nível e que continuam oferecendo um desafio desproporcional mesmo retornando em níveis muito mais altos.
Outra coisa é a falta de um quest log para registrar as pequenas
missões secundárias obtidas dos NPCs de Conton City, que lhe pedem itens, o
cumprimento de missões específicas ou de um determinado número de missões,
entre outros objetivos, em troca de dinheiro, equipamentos, habilidades ou emotes. Várias vezes durante o jogo eu
precisava voltar aos NPCs simplesmente por não conseguir lembrar das demandas
de cada um deles e a presença de um catálogo que registrasse essas pequenas
missões evitaria tudo isso. Há também alguns problemas da tradução em
português, com personagens aparecendo com nomes diferentes a cada vez que
encontrava com eles (em um momento o vilão Cell tinha seu nome traduzido
literalmente, sendo chamado de Célula) e algumas caixas de diálogo surgindo em
espanhol, mas é tão pouco que não chega realmente a atrapalhar a experiência.
Mesmo com sua parcela de
problemas Dragon Ball Xenoverse 2 é
uma continuação que amplia e melhora em quase tudo de seu antecessor e traz um
ótima expansão ao universo criado por Akira Toriyama.
Nota: 7/10
Obs: O jogo está disponível para PS4, Xbox One e PC.
Obs: O jogo está disponível para PS4, Xbox One e PC.
Trailer:
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