terça-feira, 29 de novembro de 2016

Crítica - World of Final Fantasy

Review World of Final Fantasy


Resenha World of Final Fantasy
Uma franquia que existe há mais de vinte anos, quinze games numerados, sem falar de mais de uma penca de derivados e spin-off, Final Fantasy é um dos nomes mais reconhecíveis no universo dos videogames. Este World of Final Fantasy tinha a missão de celebrar esse legado longevo, ao mesmo tempo em que deveria introduzir novatos às suas duas décadas de histórias, cenários fantásticos e personagens de cabelos espetados.

A trama segue os gêmeos Reynn e Lann que descobrem ter o poder de capturar Mirages (os monstros que habitam esse mundo) e fazê-los lutar ao seu lado. Eles precisam usar essas habilidades para salvar o mundo de Grymoire de um império maligno. É uma "trama padrão" de JRPGs, mas funciona pelo carisma dos gêmeos, sempre cheios de energia e constantemente trocando observações sagazes e fazendo trocadilhos bem-humorados, as interações entre eles constantemente colocavam um sorriso no meu rosto, mesmo quando eu não dava a mínima para a trama, e me mantiveram entretido durante as sessenta horas (mais ou menos) de campanha.

O visual


A jornada os leva a alguns lugares familiares da franquia como o Castelo de Figaro, de Final Fantasy VI, ou o Reator Mako, de Final Fantasy VII, além de, claro te colocar em contato com vários personagens da franquia como Rydia, de Final Fantasy IV, Faris, de Final Fantasy V, Squall, de Final Fantasy VIII e até mesmo alguns personagens mais obscuros como a Shelke de Dirge of Cerberus: Final Fantasy VII. Todos eles em fofíssimas versões Chibi (chamados no universo do jogo de Lilikins), com cabeções e corpos pequenos, remetendo à estética dos primeiros games.

Aliás, esse é o mais fofo e bonitinho Final Fantasy já feito e até monstros tradicionais como Behemoths e Ahrimans ganham designs que os fazem parecer bichinhos de pelúcia, mesmo em poses "ameaçadoras". Muitos dos cenários são reconstruções fieis de lugares conhecidos de outrora e sempre que tinha a impressão de estar diante de algo conhecido, bastavam alguns minutos para me lembrar de qual jogo aquilo tinha sido tirado (joguei todos os exemplares "numerados" e boa parte dos spin-offs). As dungeons oferecem algum espaço para exploração sempre ocultado ao menos uma sala secreta, com itens e/ou algum monstro poderoso para enfrentar e capturar.

O gameplay


Ao capturar monstros, o jogador pode levá-los junto nas batalhas, o principal uso é "empilhá-los" junto aos seus dois personagens e assim combinar as habilidades das diferentes criaturas. Cada personagem pode empilhar até dois monstros consigo ou ambos podem se juntar para invocar criaturas ainda maiores e mais poderosas, as Mega-Mirages, que funcionam de forma similar às summons de Final Fantasy X. As batalhas seguem a mecânica de encontros aleatórios e transcorrem no tradicional sistema de turnos, com uma barra de tempo sendo preenchida para que cada personagem realize sua ação. É um sistema simples, mas toda a mecânica de empilhar os monstros traz bastante profundidade e variedade tática, já que há um número considerável de criaturas para capturar. Assim como os personagens, os monstros sobem de nível e ganham pontos de habilidade que podem ser usado nas Mirage Boards de cada criatura. As boards são uma espécie de grade de habilidades (pensem na sphere grid de Final Fantasy X ou no crystarium de Final Fantasy XIII) e variam com cada monstro, algumas são bem lineares enquanto outras oferecem diferentes "caminhos".

É possível ir até o fim sem capturar todo e qualquer monstro que você encontrar, mas isso inevitavelmente acaba deixando o combate um pouco repetitivo, já que ele depende dos monstros para oferecerem novas magias e habilidades que mudam a abordagem aos enfrentamentos. Sem mencionar que a captura de algumas criaturas específicas é essencial para conseguir o melhor final. Além dos monstros, o jogador também recebe as "Champion Medals" de alguns personagens icônicos que encontram durante a jornada. É possível equipá-las para invocar guerreiros como Lightning (Final Fantasy XIII) ou Squall para realizarem um ataque devastador ou conferirem buffs e debuffs.

A música


A música traz composições remixadas dos diferentes exemplares da franquia e é difícil não sentir uma alegria nostálgica ao ouvir o tema das cidades do primeiro Final Fantasy ao entrar em uma determinada vila ou o tema inicial de Final Fantasy VI ao colocar meu personagem para andar em uma armadura magitek.

Os novatos na franquia talvez não peguem todas as referências, mas World of Final Fantasy é uma ótima introdução aos universos e histórias criados ao longo de tantos games. É uma afetuosa, colorida e divertida celebração do legado cultural da franquia e um competente JRPG que remete à "era de ouro" do gênero.

Nota: 8/10


Obs: O game está disponível para PS4 e PS Vita (e tem suporte para cross save entre as duas plataformas).

Trailer

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