sábado, 24 de novembro de 2012

Crítica - Os Penetras


Comédias são sempre um gênero difícil de avaliar, afinal, o que é engraçado para alguém pode não ter a menor graça para outra pessoa. Isto se mostra bastante verdadeiro para este Os Penetras, uma vez que a satisfação proporcionada pelo filme está diretamente ligada ao quanto cada um aprecia do tipo de humor defendido pelos dois protagonistas, Marcelo Adnet e Eduardo Sterblich. No filme, Marco (Adnet) é um malandro que vive de penetrar em festas chiques e aplicar pequenos golpes ao lado de seu parceiro Nelson (Stepan Nercessian) e vê em Beto (Sterblich), um homem ingênuo que está tentando reatar com a namorada, uma vítima perfeita para ser “depenada”, termo que o próprio personagem usa.

A verdade é que nenhum dos dois se esforça muito para compor um personagem, se limitando basicamente à fazer as mesmas coisas que fazem na televisão, o Beto, por exemplo canta fino do pé do ouvido do Marco tal qual o Freddie Mercury Prateado que Sterblich faz no Pânico na Band. O roteiro se baseia em um fiapo de triângulo amoroso entre os dois e a misteriosa Laura (Mariana Ximenes) e o desenvolvimento disso tudo é absurdamente frouxo, dando muitas vezes a impressão de que estamos acompanhando apenas uma sequencia de esquetes soltos de algum programa televisivo.


O resto do elenco composto de nomes famosos como Luiz Carlos Miele, Luis Gustavo Suzana Vieira e Andrea Beltrão funciona apenas como um bando de figurantes de luxo já que nenhum deles é realmente engraçado nem contribui em nada para o desenvolvimento da narrativa. A personagem de Beltrão inclusive aparece para resolver um determinado conflito da história e logo depois é completamente esquecida, sendo que a situação poderia ser resolvida sem a adição gratuita de uma nova personagem apenas para ser descartada logo depois.

Se o roteiro é completamente inócuo, incluindo aí uma conclusão igualmente vazia que tenta apontar para uma continuação, as situações envolvendo as peripécias dos personagens para entrar de penetra nas festas ou as loucuras feitas durante as mesmas não contem nada que já não tenha sido visto em filmes como Penetras Bons de Bico (2005) e similares. O único momento que poderia ser digno de nota seria quando o trio de picaretas tenta disfarçar Beto como um famoso ator estrangeiro, mas mesmo esta não tem seu potencial cômico explorado.

No fim das contas, Os Penetras só vale a pena para aqueles que já são fãs do humor de Adnet e Sterblich na televisão, mas como diria Homer Simpson: “pra que vou pagar pra ver algo no cinema se posso assistir a mesma coisa de graça na TV?”. Já aqueles que já não gostam muito de nenhum dos dois, resta procurar algo no resto da programação dos cinemas, pois dificilmente sairão satisfeitos da sala de projeção.


Nota: 4/10

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