segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Crítica - Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo à Hollywood

Análise Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo à Hollywood


Review Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo à Hollywood
Os Saltimbancos Trapalhões (1981) provavelmente está entre os meus favoritos dentre os filmes feitos pela trupe de humor liderada por Renato Aragão. A ideia de uma nova versão do filme baseado no musical teatral escrito por Chico Buarque, no entanto, não me despertava tanta empolgação. Felizmente esse Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo à Hollywood é um filme adorável e uma homenagem afetuosa do longa oitentista no qual se baseia.

Na trama, Didi Mocó (Renato Aragão) é um faz-tudo que trabalha no Circo Sumatra, liderado pelo sempre irritadiço Barão (Roberto Guilherme, o eterno Sargento Pincel). O circo está à beira da falência e o Barão decide alugar o terreno para que o prefeito da cidade realize eventos. Didi, no entanto, está disposto a salvar o circo e com a ajuda de Dedé (Dedé Santana) e Karina (Letícia Colin), a filha do Barão que retornou ao circo depois de terminar a faculdade, decidem escrever um novo e grandioso número para tirar o circo da bancarrota.


É uma trama típica de um musical de bastidores (ou backstage musical) com uma trupe de artistas falidos tendo que enfrentar as dificuldades criando um novo material capaz de chamar o público de volta. Apesar da estrutura prototípica, funciona pelo carisma dos protagonistas. Didi e Dedé estão afiados como há muito não os víamos, sempre com uma resposta mordaz e bem-humorada na ponta da língua, e há um paixão clara da parte deles por este material, tanto que Renato Aragão não segura a emoção ao homenagear os companheiros falecidos ao fim do filme. Letícia Colin, por sua vez, é adorável como Karina e além de ter uma ótima química com Didi e Dedé ainda se sai muito bem nos números musicais de sua personagem.

As canções nos ganham não apenas pelo seu valor nostálgico, mas também pelo deslumbre e encantamento transmitido pelos números musicais e a paixão verdadeira pelo circo que ele exibe. O excesso de personagens, porém, acaba atrapalhando o filme e travando o ritmo. O arco de Luiza (Livian Aragão), sobrinha da cartomante Zoroastra (Maria Clara Gueiros), e seu romance com um trapezista recém-chegado, por exemplo, tem muito pouco a acrescentar ao filme e poderia ser suprimido sem que se perdesse nada do enredo. Do mesmo modo, os vilões jamais soam como um obstáculo verdadeiro à trupe e são vencidos facilmente e sem causa muito impacto.

Ainda assim Os Saltimbancos Trapalhões: Rumo à Hollywood funciona como uma afetuosa homenagem ao original, sendo uma comédia bem simpática e divertida.


Nota: 6/10

Trailer

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