Depois de um retorno problemático
com The Six Thatchers, a quarta
temporada de Sherlock parece voltar
aos eixos e ao alto nível de qualidade que se espera da série com este tenso Thr Lying Detective.
A trama, baseada no conto O Detetive Moribundo (The Dying Detective em inglês) começa algum tempo depois
dos eventos do episódio anterior, com Sherlock (Benedict Cumberbatch) e Watson
(Martin Freeman) distantes um do outro, tendo que lidar com os eventos do
episódio anterior e perdidos em suas espirais de autodestruição. Watson tem
visões com Mary (Amanda Abbington), enquanto Holmes se entrega ao consumo de
drogas e se enterra em trabalho. Os problemas começam quando Holmes
aparentemente recebe a visita de Faith (Gina Bramhill), filha de Culverton
Smith (Toby Jones), uma poderosa personalidade da televisão. A jovem conta ao
detetive que suspeita que seu pai seja um serial
killer e assim ele inicia sua investigação. Como Sherlock está mentalmente
incapaz de lidar sozinho com um oponente tão brilhante e dissimulado, ele, ou
melhor, a Sra. Hudson (Una Stubbs), pede ajuda a Watson, apelando para o senso
de dever e correção moral do médico.
O episódio faz um ótimo trabalho
em deixar o público imerso na alucinada mente de Holmes, nos mostrando seu
complexo processo de raciocínio e como estes são atrapalhados pelos efeitos das
drogas. Ao nos colocar na mente do detetive, também nos mostra o quão afastado
da realidade ele está, plantando a dúvida se a suspeita de Sherlock em relação
a Culverton é de fato real ou se tudo não passa de um delírio do investigador.
Essa sensação de constante dúvida
e incerteza é amplificada pela interpretação ambígua de Toby Jones que flutua
entre o psicopata calculista que cada frase traz uma ameaça velada e um mero
ególatra esquisitão que apenas quer usar tudo aquilo para catapultar sua
carreira. O jogo de gato e rato entre ele e Holmes é construído com habilidade
e ficamos até os últimos minutos em suspense sobre o que pode acontecer. Com
toda a tensão crescente do episódio, o roteiro é inteligente em salpicar aqui e
ali alguns instantes cômicos, a maioria envolvendo a Sra. Hudson, da revelação
envolvendo seu carro ao momento em que ela "enquadra" Mycroft, suas
cenas fornecem um bem vindo respiro a todo o suspense, ao mesmo tempo em que
ajudam a desenvolver uma personagem que passou muito tempo em escanteio.
A cisão entre Sherlock e Watson
no episódio anterior continua a ser trabalhada aqui. Com o médico aceitando
ajudar Holmes mais pelo seu senso de dever e ética médica, constantemente
duvidando das intenções do aliado. Ao longo do episódio Watson vai deixando
transparecer suas constante frustrações com Holmes e que eles vêm de antes do
que aconteceu com Mary (ele inclusive cita o período que o detetive esteve
"morto"), dando vazão à toda sua raiva no instante em que julga que o
parceiro perdeu a cabeça. A raiva que Watson sente do amigo vai aos poucos
sendo desvelada como uma projeção da raiva que ele sente de si mesmo por ter
ocultado de Mary o "caso" que teve durante o primeiro episódio e o
fato de não se sentir à altura da esposa. Depois de tudo que acontece, a trama
ainda consegue inserir um intrigante gancho nos seus últimos minutos, mostrando
forças poderosas convergindo sobre a dupla de protagonistas.
Com este The Lying Detective a série não apenas entrega um mistério superior
ao antecessor em ritmo, suspense e resoluções, mas também aprofunda nosso
entendimento sobre os personagens que habitam este universo e pavimenta o
caminho para um final de temporada que pode ser ainda mais intenso.
Nota: 8/10
Um comentário:
ótima resenha. Esta série é surpreendente. Quero muito ver este novo filme do Benedict Cumberbatch. Deve ser bem interessante sobre o Brexit. Sempre tem histórias que nos prendem e são bem conduzidas, além de serem surpreendentes. Gosto principalmente quando são baseados em fatos reais e que afetam diretamente nossas vidas. Eu adoro qualquer filme benedict cumberbatch , ele é simplesmente incrível. É sempre muito curioso ver este tipo de coisa. Eu estou ansiosa para ver o filme do Brexit. Parece ser um filme que supera todas expectativas, com certeza. Recomendo
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