sexta-feira, 3 de março de 2017

Crítica - Horizon: Zero Dawn

Análise Horizon: Zero Dawn


Review Horizon: Zero Dawn
Os games da franquia Killzone nunca tiveram grande apelo para mim. Eram jogos competentes, com ótimos visuais, mas não chegavam a me deixar empolgados para jogar ou ansioso para novas continuações ou spin-offs. Por outro lado, quando a desenvolvedora Guerrilla Games apresentou seu novo projeto exclusivo para Playstation 4 na E3 de 2015, este Horizon: Zero Dawn, já fiquei imediatamente intrigado. A ideia de realizar um RPG de ação em um futuro pós-apocalíptico em que a humanidade regressou a um estado primitivo e tribal no qual nosso mundo é dominado por grandes máquinas robóticas era bastante curiosa e promissora.

A Trama


A protagonista do jogo é Aloy, uma garota que foi excluída da sua tribo ainda bebê e foi criada por Rost, um homem que assim como ela foi exilado da tribo. Ela cresce na floresta, aprendendo a caçar e sobreviver, mas sempre curiosa quando a sua origem ou ao motivo de ter sido expulsa da tribo ao nascer. Em busca de respostas, ela acaba se envolvendo em uma guerra entre tribos e com a ameaça crescente das criaturas metálicas, que se tornam cada vez mais agressivas conforme o tempo passa.

A narrativa me surpreendeu pela sua qualidade, com uma boa dose de reviravoltas e criando mistérios evolventes, que nos engajam a querer saber mais sobre como o mundo chegou naquele estado e qual a real origem de Aloy. Até mesmo os colecionáveis, como diários e arquivos de áudio ajudam a esclarecer o que aconteceu e em virtude disso eu procurava ativamente por eles para saber mais sobre a mitologia desse universo, não apenas pelo impulso de completar tudo. Muitas das missões secundárias também trazem pequenas narrativas intrigantes, que ajudam a entender como as pessoas sobrevivem naquele ambiente e o impacto dos eventos recentes sobre elas, evitando a tradicional estrutura de serem meras fetch quests e sendo algo mais próximo das boas missões secundárias de The Witcher 3 e suas expansões. Em certos momentos é possível escolher opções de diálogo para Aloy, mas estas não chegam a alterar os rumos da trama, permitindo apenas que o jogador escolha como os outros personagens verão a protagonista (como alguém durona, racional, compassiva, etc).

Algumas atividades são bem típicas de jogos de mundo aberto, como atacar acampamentos inimigos ou restaurar áreas ocupadas por máquinas corrompidas, mas com tanto conteúdo de qualidade elas não parecem tão repetitivas quanto em games como Far Cry. Além destas, há também os Cauldrons, que funcionam como dungeons antigas nas quais Aloy aprende mais sobre as máquinas e aprende como controlar as diferentes espécies.

O Gameplay


Explorando o mundo encontramos diferentes espécies de animais robóticos, alguns altamente agressivos, que atacam assim que veem Aloy, enquanto outros só reagem se provocados. A furtividade muitas vezes é necessária, já que mesmo em níveis altos e com bom equipamento enfrentar um número grande de criaturas não é tarefa fácil, sendo melhor diminuir os números com eliminações furtivas e armadilhas bem colocadas. Quando em combate, Aloy usa arcos e estilingues com diferentes tipos de munições que devem ser usadas de acordo com cada tipo de inimigo. Se uma criatura tem pequenos compartimentos de líquido inflamável em suas costas, basta usar uma flecha flamejante para que as chamas produzam uma explosão. Se ele tiver uma arma poderosa em seu corpo, atingi-la com flechas comum remove a peça da criatura. Quando o corpo do inimigo é muito protegido, flechas penetrantes ajudam a remover camadas de proteção. Caso ele se mova muito rápido, munição congelante pode deixá-lo imóvel por um tempo e mais vulnerável a dano.

As máquinas causam dano alto, então mesmo quando o jogador está familiarizado com seus pontos vulneráveis e fraquezas elementais o combate nunca é fácil, já que qualquer erro ou falta de atenção pode facilmente resultar em morte. Além disso o jogo dá um fluxo constante de novas criaturas ou versões mais poderosas de oponentes conhecidos para nos manter em xeque. Em dado momento, depois de chegar a uma nova área, encontrei uma criatura familiar e imediatamente disparei uma flecha de fogo nos seus compartimentos inflamáveis, mas não funcionou, pois os compartimentos agora eram protegidos por blindagem. Isso me obrigou a rever minhas estratégias e encarar a criatura com outra abordagem até que finalmente consegui um novo tipo de flecha que facilitava o confronto, mas então, novo e perigosos inimigos já tinham aparecido.

Progressão e crafiting


Derrotar as criaturas permite coletar seus componentes, que são usados para fabricar itens, munições e equipamentos. É preciso também caçar animais "comuns" como guaxinins e javalis para coletar materiais para upgrades e poções de cura. O sistema de crafting é relativamente simples, mas traz muitas opções. É possível fabricar munições mesmo em meio ao combate, bastando ir na roda de seleção de armas e rapidamente produzindo o que se deseja sem sacrificar o ritmo veloz dos combates. Derrotar inimigos também garante a Aloy pontos de experiência que lhe permitem subir de nível e aprender novas habilidades que lhe dão vantagens no combate, exploração e na coleta e criação de itens.

Gráficos e Som


Graficamente é um dos jogos mais impressionantes da geração atual. As paisagens são amplas, variando entre florestas, montanhas com neve ou mesmo ruínas de prédios antigos As texturas das roupas dos personagens, dos componentes metálicos das máquinas ou das diferentes superfícies são ricas e bastante detalhadas. Os monstros robóticos são incrivelmente complexas e possuem um número enorme de pequenos componentes e pedaços de armadura que pode ser removidos durante o combate, variando entre bípedes pequenos a enormes criaturas que fazem o chão tremer quando se aproximam.

Há também um ótimo trabalho de design de som. Cada criatura soa bem diferente uma da outra e quando elas e movem conseguimos escutar o barulho dos múltiplos componentes metálicos que fazem parte delas. Do mesmo modo, os urros e grunhidos feitos por cada "animal" soam como uma mistura crível de sons mecânicos e barulhos guturais feitos por bichos reais.

Assim sendo, Horizon: Zero Dawn introduz com grande competência o que pode se tornar uma nova franquia da desenvolvedora Guerrilla Games. O jogo cria um universo bastante singular, apresenta uma narrativa envolvente, um gameplay que te faz sentir como um caçador poderoso e audaz, mas que não deixa de ser desafiador, além de ótimos visuais.


Nota: 9/10

Trailer

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