sexta-feira, 28 de abril de 2017

Drops - Paterson e O Que Fazemos Nas Sombras

Começamos hoje com nossa seção de Drops (ou pílulas) críticas. É um espaço para textos um pouco mais breves sobre filmes que não queremos deixar de falar, mas infelizmente tivemos muito tempo disponível para fazer um texto mais longo como costumamos.


Paterson


Análise Paterson

Review PatersonDirigido por Jim Jarmusch (de Amantes Eternos), o filme acompanha o cotidiano de Paterson (Adam Driver), um motorista de ônibus na cidade de Paterson, Nova Jérsei, nos Estados Estados Unidos. Ao assistirmos uma semana em sua vida, vemos sua relação com a cidade e suas tentativas de escrever poesia.

Com uma direção cheia de sensibilidade e delicadeza, Jarmusch constrói o cotidiano de Paterson com um naturalismo raro de alcançar (assim como o recente A Cidade Onde Envelheço), usando as andanças e encontros aparentemente casuais e aleatórios do protagonista para nos lembrar de como tudo ao nosso redor, mesmo as menores coisas, podem ser cheias de poesia, beleza e significado. O filme nos lembra como a arte emerge do mundo e de nosso contato e ligação com ele e nesse sentido não é por acaso que personagem e cidade tem o mesmo nome, sinalizando a comunhão entre o sujeito e sua cidade, assim como com a poesia, já que Paterson é também o título de um dos livros de William Carlos Williams, famoso poeta da cidade que, por sinal, também é citado no filme.


Nota: 8/10

Trailer




O Que Fazemos Nas Sombras


Análise O Que Fazemos Nas Sombras


Review O Que Fazemos Nas Sombras
O uso da estrutura de falso documentário já foi banalizado pelo cinema de terror, mas outros gêneros ainda conseguem produzir filmes interessantes dentro desse dispositivo a exemplo deste neozelandês O Que Fazemos Nas Sombras.

Dirigido por Taika Waititi (que está no comando do vindouro Thor Ragnarok), o filme é todo feito como um documentário que acompanha o dia a dia (ou seria noite a noite?) de três vampiros que moram juntos em Wellington, Nova Zelândia. Já tentando nos convencer da "veracidade" de seu documentário desde as cartelas iniciais que mostram o logo da "Comissão de Documentário da Nova Zelândia" e textos que explicam a descoberta de uma sociedade secreta e como a equipe de filmagem se mantinha protegida das criaturas, o filme brinca com as possibilidades do que aconteceria se vampiros realmente vivessem entre nós.

Os personagens remetem a arquétipos tradicionais de vampiros presentes na ficção. Do vampiro monstruoso ao estilo Nosferatu (1922) ao vampiro medieval claramente inspirado pelo Drácula do romance de Bram Stoker, passando pelo vampiro dândi que remete aos romances de Anne Rice. Além de brincar com esses clichês de personagem, o filme também faz graça em cima de como situações cotidianas afetam os vampiros, como a dificuldade de entrar em bares ou boates, já que eles só podem entrar se forem convidados, ou a dificuldade em manter a casa limpa porque as vítimas insistem em jorrar sangue para todo lado quando mordidas. O resultado não só é um dos melhores "falsos documentários" ou mockumentaries dos últimos anos, como também é muito divertido.


Nota: 8/10

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