Feito pela Netherrealm Studios, o
primeiro Injustice: Gods Among Us
entregava um ótimo jogo de luta usando o universo DC e uma interessante
narrativa sobre um universo alternativo no qual o Superman se tornou um ditador
implacável. Era de se esperar, portanto, que este Injustice 2 melhorasse a partir dos bons fundamentos do primeiro e
ele não decepciona.
Os combates são bem similares ao
primeiro jogo, mas estão mais rápidos e também melhor balanceados graças a
algumas novas mecânicas. Agora é possível usar o medidor de especial para dar
um breve e invulnerável impulso para frente ou para trás, servindo para escapar
de combos ou se aproximar do oponente que fica "zoneando" com ataques
à distância. É possível também gastar a barra de especial para realizar
esquivas aéreas, evitando assim ficar preso em um longo combo quando o oponente
te joga no ar. Os objetos de cenário agora são bloqueáveis (a maioria, pelo
menos) o que impede que os jogadores fiquem apelando constantemente para eles
para causar dano fácil.
Os personagens que retornam
mantêm boa parte de seus movimentos do jogo anterior, mas também recebem
algumas mudanças, como a Mulher Maravilha, que não precisa mais alternar entre
espada e laço. O jogo também traz uma boa parcela de novos personagens e embora
alguns deles tragam movimentos similares a personagens da primeira versão que
ficaram de fora desta (como o Pistoleiro, cuja jogabilidade lembra o
Exterminador do jogo anterior), tem elementos singulares o suficiente para
manterem o interesse e oferecem uma boa variedade de opções.
A principal nova mecânica é o
sistema de equipamentos, que alteram a aparência dos personagens, melhoram os
seus atributos ou alteram habilidades. Praticamente todos os modos de jogo
rendem equipamentos ou baús e eles adicionam uma camada estratégica à
jogabilidade, com cada peça oferecendo melhoras significativas criando um ciclo
de busca por loot que é simplesmente
viciante. Se você se preocupa que isso desequilibra a jogabilidade, o jogo
permite que você baixe ou aumente o nível dos personagens nas partidas locais
para equilibrar as coisas. Nas partidas ranqueadas online todos os atributos de equipamentos são desabilitados para
manter o balanceamento.
O jogo traz o tradicional modo
Versus e também um modo História similar ao do primeiro jogo, contando uma
trama dividida em capítulos e cada capítulo centrado em um personagem, mas
agora oferece ao jogador algumas escolhas a tomar no percurso da narrativa. A
grande novidade é o modo multiverso que oferece várias novas terras a explorar,
cada um com um conjunto de torres (tais quais as de Mortal Kombat) nas quais o
jogador enfrenta um número limitado de inimigos com modificadores (com gelo
caindo do céu ou itens de cura aparecendo) e desafios particulares. Vencer cada
torre rende recompensas como equipamentos e caixas de itens e cada
"terra" do multiverso também tem objetivos gerais (como vencer uma
torre com um personagem específico ou sem usar golpes especiais) que rendem
ainda mais recompensas. De tempos em tempos novas "terras" surgem no
observatório do multiverso, oferecendo literalmente infinitos desafios. Há
também o Simulador de Batalha que funciona como um tradicional modo Arcade, com
o jogador enfrentando uma série de lutas até chegar no chefão (Brainiac) e
vendo um final específico para seu personagem (que não será necessariamente
canônico para a história).
A narrativa do modo História é
provavelmente o elo fraco do jogo ao trazer uma invasão de Brainiac à Terra que
obriga Batman e Superman a deixarem de lado suas diferenças momentaneamente
para combater a ameaça. Era de se esperar que a relação entre os dois
continuasse a ser desenvolvida aqui, mas o jogo não faz nada para alterar o status quo dos personagens em relação ao
jogo anterior. Batman e Superman são os mesmos sujeitos de antes e não passam
por nenhum aprendizado ou crescimento e ao fim tudo praticamente volta ao ponto
de partida. A Supergirl é provavelmente a única a ter um arco de personagem,
primeiramente tentando ajudar o primo e então se desiludindo com seus métodos
brutais, tentando em vão redimi-lo. Alguns personagens passam pela trama sem
causar impacto algum como Atrócitus ou Senhor Destino (se todos os segmentos
deles fossem cortados não faria diferença alguma), sem mencionar na aparição
forçada do Coringa que apela para o clichê de "foi tudo um sonho" (ou
delírio, nesse caso). Isso, no entanto, acaba sendo um problema menor, já que
não diminui em nada o ótimo funcionamento do combate.
Ainda assim Injustice 2 é provavelmente um dos mais sólidos jogos de luta da
atual geração, trazendo um conteúdo robusto e uma jogabilidade que melhora
todas as qualidades de seu antecessor.
Nota: 9/10
Obs: O jogo está disponível para PS4 e Xbox One
Trailer
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