terça-feira, 13 de junho de 2017

Crítica - Baywatch: S.O.S Malibu

Análise Baywatch: S.O.S Malibu


Review Baywatch
A série Baywatch (S.O.S Malibu no Brasil) se tornou famosa pela sua exibição de mulheres peitudas e homens bombados correndo em câmera lenta, levando ao estrelato a atriz Pamela Anderson. Esse nova versão para os cinemas, Baywatch: S.O.S Malibu, parecia querer remeter a essa exploração de corpos sarados e tramas esdrúxulas da série de maneira autoconsciente e bem humorada, reconhecendo o ridículo do material original de maneira semelhante ao que fizeram os dois Anjos da Lei. Em geral é uma escolha acertada, mas o filme parece ter medo de abraçar sua inerente idiotice e acaba prejudicado por isso.
                
A trama é centrada em Mitch (Dwayne "The Rock" Johnson), líder de um grupo de salva-vidas em uma praia californiana. O cotidiano de Mitch muda com a chegada de um novo salva-vidas, o egocêntrico e egoísta ex-nadador olímpico Brody (Zac Efron), obrigado a servir na praia como salva-vidas depois de um incidente que arruinou sua carreira. A equipe de Mitch também detecta a chegada de tráfico de drogas na praia e suspeitam que a rica Victoria Leeds (Priyanka Chopra, da série Quantico), dona de uma boate na praia, pode estar envolvida.


O texto brinca com o fato dos protagonistas constantemente se envolverem em problemas que nada tem a ver com a atividade de salva-vidas e também é autoconsciente do constante uso de câmera lenta quando as personagens se movem. The Rock é carismático como de costume como Mitch, desfiando frases de efeito e poses heroicas com plena consciência de sua canastrice e da caricatura que está construindo. O ator também tem uma boa química com o restante da equipe, incluindo Zac Efron, formando uma amizade e companheirismo bastante crível e sincero entre os personagens. Efron, por sinal, faz o mesmo tipo marombeiro estúpido que já tinha feito no primeiro e segundo Vizinhos, mas continua divertindo como um idiota sem noção.

O filme funciona muito bem quando se compromete com o absurdo e a falta de noção, como a cena em que Ronnie (Jon Bass) fica com o pênis preso em uma cadeira de praia, atraindo a atenção de todos os banhistas ao redor, ou a cena em que o Mitch original (David Hasselhoff) aparece para dar conselhos a Mitch. Em outros momentos, como as cenas de salvamento no mar, o filme pede para levarmos tudo a sério, tentando evocar perigo e tensão para mostrar a competência e unidade da equipe, a questão é que fica difícil sentir a urgência e o drama disso quando segundos atrás estávamos rindo de um sujeito com o pênis enfiado em uma cadeira ou de Brody tentando invadir o clube de Victoria disfarçado de mulher.

Também cai na besteira de tentar levar a sério o arco de Brody, incluindo um passado trágico que nunca é satisfatoriamente desenvolvido e desenvolvendo de modo apressado seu aprendizado e redenção. A trama tem sua parcela de inconsistências e furos. Se, por exemplo Ronnie podia hackear facilmente os computadores de Victoria, por que os personagens tentaram tantas vezes se infiltrar no clube dela? Algumas reviravoltas, como a revelação envolvendo o chefe de Mitch, acabam sendo bem previsíveis.

Baywatch: S.O.S Malibu se sai bem no humor abestalhado e sem noção, mas seu temor em se comprometer plenamente com sua própria idiotice acaba prejudicando o resultado.


Nota: 6/10

Trailer

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