quinta-feira, 29 de junho de 2017

Drops - Fica Comigo e Betting on Zero

Crítica Fica Comigo e Betting on Zero


Nosso Drops de hoje fala brevemente de dois filmes que chegaram ao Brasil direto pela Netflix. Um é a produção original do próprio canal de streaming, Fica Comigo e outra é o documentário Betting on Zero, que trata da Herbalife.


Fica Comigo

Resenha Fica Comigo
Considerando que esse ano já tivemos uma cópia ruim de Atração Fatal (1987) no péssimo Paixão Obsessiva, imaginei que este Fica Comigo, uma espécie de versão adolescente de Atração Fatal, ao menos se esforçasse para ser minimamente interessante, mas lamentavelmente isso não acontece.

A narrativa acompanha Tyler (Taylor John Smith), um adolescente que começa a namorar a garota dos seus sonhos em Ali (Halston Sage, de Cidades de Papel) durante as férias do colégio. Depois de uma briga com Ali durante uma festa, ele acaba se envolvendo com Holly (Bella Thorne) e passa uma noite com ela. No dia seguinte, no entanto, Ali chama Tyler para conversar e volta com ele. Ao voltar ao colégio, descobre que Holly também começou a estudar lá e não aceita o fato dele ter voltado com Ali.

A progressão da trama é bem previsível para quem já viu uma narrativa desse tipo, mas o principal problema é que a vilã Holly não funciona. Interpretada de modo exagerado e sem sutileza por Bella Thorne, Holly logo se transforma em uma caricatura, falhando tanto em despertar medo (ao invés disso cai no humor involuntário) ou em ser sensual (ela é mais constrangedora do que sexy). Como a vilã não convence, o filme tenta criar suspense com alguns sustos súbitos previsíveis (como o pesadelo de Tyler) e uma música excessivamente intrusiva, cheia de acordes graves que berram em nossos ouvidos que deveríamos sentir medo.

Nota 4/10

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Betting on Zero

Review Betting on ZeroEmpresas que adotam o chamado modelo de "marketing multinível" como Telexfree ou Herbalife tem sido alvo constante de escrutínio nos últimos anos, recebendo acusações de que sua estrutura de negócios era um disfarce para um grande esquema pirâmide. É exatamente sobre isso que trata o documentário Betting on Zero, focando na trajetória da Herbalife.

O filme segue o investidor de Bill Ackman, que ao analisar os números da Herbalife concluiu que o negócio tem as características de uma pirâmide e que não é sustentável a longo prazo, apostando na queda das ações da empresa.

Utilizando dados de fontes primárias, estatísticas, vídeos de recrutamento da Herbalife e depoimentos de pessoas que foram ou são distribuidores da empresa, o documentário argumenta de modo convincente como a estrutura de distribuição torna praticamente impossível que um consultor ganhe dinheiro vendendo produtos para um consumidor final, demonstrando que o modo de ganhar dinheiro é fazer outras pessoas se tornarem consultores da empresa para então repassar a eles seu estoque (e consequentemente o risco financeiro). Através dos depoimentos de envolvidos, vemos como muita gente perde tudo sob a promessa de dinheiro fácil, revelando o quanto esse tipo de esquema pode ser danoso.

O diretor Ted Braun se mostra inteligente ao evitar romantizar o "protagonista" do filme ou transformá-lo em um herói ou mártir. O filme deixa claro que Ackman não é nenhum santo, nem é movido por ideias altruístas, deixando claro que ele denuncia a Herbalife porque tem muito dinheiro a ganhar ao investir na queda das ações da empresa. Assim, o filme não fica passivo nem acrítico em relação Ackman, reconhecendo que apesar de motivações pessoais, ele não deixa de levantar pontos válidos.


Nota: 7/10

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